Sunday 30 May 2010

There is only one way now: hapiness

Domingo


E domingo. E de vez enquando o sol brilha la fora na cara do dia, como um sorriso indeciso que nao sabe se e choro ou se e riso.
Com a solidao, so tem um jeito. E tornar-te amigo de ti mesmo.

E hoje vou cuidar de mim, das minhas flores na varanda, das palavras baguncadas, dos livros empoeirados e das fotografias.

Quantos afetos realmente se precisa para enfim poder espantar esse fantasma do peito? Hoje o domingo e meu, meus amigos passeam por suas vidas, todos atentos em seus afazeres, e eu entao farei o mesmo. Vou concentrar no que e belo porque o silencio me da espaco para criar. 

Tem qualquer coisa escondida nesse silencio. Vou pra rua deixar me encantar.
Ana Frantz

Anjo Triste


Um anjo triste vem e me desperta assim, toda assustada, nessa manha de domingo que quase ainda nem chegou. E como se alguma coisa invadisse a casa de dentro. Aos solucos minha pobre alma e eu,  saimos correndo pra fora, para lugar nenhum. O vazio, ele vem de novo.

Grito teu nome no meu silencio mais devastador

Grito de dor. A dor de talvez jamais voltar a amar assim, na totalidade  cega e tao juvenil. Se cada vez que um estranho se aproxima meu coracao sai correndo para fechar todas as portas e janelas para esse possivel amor. Meu coracao simplesmente nao quer receber visitas.

E nessa casinha triste, acendo minhas velas coloridas na esperanca de que um anjo bom possa fazer reviver esse meu coracao diminuindo a distancia deste abismo em mim.

Sento no escuro dessa manha a admirar uma parede branca com a aflicao de quem foi expulso de casa. A vida exige paciencia, algo em mim soletra. Calma, a alma diz. Mas algo em mim silencia e nao consigo encontrar o caminho de volta pra casa, a vida assim perdida nas distancias foi aos poucos se perdendo de mim.

Ja nao sei mais conviver com a solidao das manhas de domingo, mas a compania tambem me deixa sozinha. Aquieto o que ha em mim, essa agonia um dia tera um fim. Apaziguo essa guerra  entre o silencio e o grito e aos poucos adormeco de novo.
Ana Frantz

Afazeres de dentro


Sento e adormeco em mim. Esse silencio precisa de uma casa para se abrigar. Lhe dou. Sou sua rainha. O silencio e uma pausa no tempo, na espera de que algo aconteca. Um estouro, ou um trovao. Um beijo ou a boca amargurada pelo nao.
Fecho a porta, esclareco o compasso sempre acelerado desse meu confuso coracao.
Infinitamente preguicoso em se entregar de novo.

E se nao existe mesmo um mapa, entao teremos que aprender a andar no escuro. Arrisca, arrisca!A alma instiga Nem tudo e assim reluzente a todo instante. Tenta, tenta! Ela esperneia. Espreme uma vontade de querer acertar, quem sabe dessa vez. E se nao for, pra longe ja anda o passado, nas linhas amreladas do ontem. Jornal velho, e fato consumado. Va, prossiga! Isto e a alma que grita. Ela tem sede e senta em frente ao mar, mas nem toda a agua e salgada, ainda ha tempo de sanar essa agonia.

Nao ha pecado nenhum em ser sozinho se essas tardes imensas forem tambem a poesia.

Vamos embora entao, minha alma e eu, para os afazeres de dentro.

Enquanto isso ele bebe meu silencio fugindo de si mesmo, e isso ele faz bem. Talvez eu tambem.
Ana Frantz

Saturday 29 May 2010

Silencio


Sento na varanda e observo a chuva amansar a manha de sabado. O vento que rodopia as folhas verdes recem plantadas trazem um sinal de alivio.
Espero tua anunciacao. 
E meu silencio nessas horas te caem como um balsamo.
Mas ja nao espero mais que voltes.
E o vai e vem dos estranhos, sempre estrangeiros na minha vida, trazem a certeza de que so o verdadeiro amor pode curar o peso dessa solidao. Mas me aquieto quando chove. 
Vejo teu nome nas letras cruas do papel, nas cartas que ainda chegam aqui em casa. Teu nome assim invadindo mais um dia na minha vida.
Agora teimo com o destino. Nao vou mais chorar. 
Como anseio deixar meu coracao respirar de novo e nessas horas de silencio e quando temo doar isso que em mim pulsa e arde. Me refugio assustada no meu universo particular. 
Tenho o sentimento do mundo em mim, abro a porta da varanda e deixo o ar entrar. Nada alivia essa vontade de viver coisas belas, de abracar os afetos, de segurar filhos, pais e maes. 
Mas hoje tudo o que eu amo se perde na distancia, na miragem do tempo, entre saudades e fotografias. Sao apenas e-mail e conversas no telefone e minha alma quer o abraco firme e forte e a certeza do amor que nao se esgota.
Tenho saudades ate do que eu nao vive quando essa esperanca arde em mim. A estrada e longa e no final da linha tudo faz sentido, quando recortamos esse quebra cabeca dos anos. Uma decada, duas, tres. E qual foi a carga mais pesada? Se teve ganas de desistir, se teve cansaco de continuar ou medo de tentar e sinal que valeu. A vida te tatuou
Olho teu nome na folha branca e sei que esse silencio vai me fazer bem. La fora ate o dia esta inconstante e esse vento me fala das coisas que eu ainda nao entendo. Tenho o mundo em minhas maos e nao ha mesmo nem sequer uma razao para ser triste. Mas sou. 
Nao releio o que invento a deixo esse silencio embalar o meu dia.
Ana Frantz

Thursday 27 May 2010


O coracao das coisas

A lua esta cheia no ceu. Apontando para o signo de sagitario o arquerio maluco e mistico que nao tem medo de novas descobertas e riscos tremendos.Urano esta entrando em Aries, anunciando o comeco de um novo ciclo. Vidas novas virao.

Cruzo as pernas e espero essa tormenta chegar. O ceu todo escuro anuncia ventos fortes, poderosos e revigoradores. Espero o novo com a ansiedade da menina que mora dentro de mim. Nao temo o que e verdadeiro e brota dos meus poros, por mais que arda, assim tao rente a pele. Na verdade nao tenho mais medo de nada. Ha que se entregar a vida por inteiro, com a honestidade que ela exige. Chegou a hora de tornartes quem tu realmente es. Torna te quem tu es! A vida e agora e passa quase sempre apressada.

Agarra com as maos suaves e fortes teu sonho, e va! Corra atras das borboletas azuis, dos trevos de quatro folhas, das fadas escondidas entre as folhas das arvores.Va em busca dos arco-iris, acredita no impossivel! Rebusca na terra molhada pela chuva, tuas sementes e as replanta, agora com a certeza de quem vence.

Jogue pra la o passado, o enterre com cuidado por sob a terra fertil que agora germina flores novas, deixe que o passado te sirva como o adubo que alimenta a planta e a faz crescer. Cresca agora, expanda teus galhos de luz as estrelas. E a hora de acreditar no improvavel. Pinta na tua aquarela as cores, os sabores e as melodias que te fazem bem. So te faca o bem!

Ha qualquer coisa de esperanca no ar. A cortina que finalmente se abre revelando um mundo todo novo, chega de injustica e cansaco. Agora e tempo da fe reinar e dos bailarinos dancarem a vida assim com sua delicia de ser tao rara.

Solto minhas asas ao vento e reascendo meu poder de mulher. Rodopio entre as estrelas dos meus sonhos mais doidos com a certeza de que chegou o momento de voltar a brilhar. Amanhecemos entao no coracao de todas as coisas.

Ana Frantz

Wednesday 26 May 2010

Safe Place


A Ela.


Lembro daquelas tardes de verao com tanta saudade. Minha avo segurava o queixo com as maos e se apoiava na varanda enquanto se distraia com o canto do bem-te-vi e me olhava serelepe repetindo o canto do passarinho. Eu olhava e ria. Depois corria para cheirar as orquideas e vez que outra via uma borboleta colorida voar entre as pedras.

Foi ela quem me fez acreditar nas asas.

Na semana santa me vestia de anja, me atava penas brancas nas costas e me dava uma cesta cheia de petalas de rosas. Juntas desfilavamos assim pelas ruas do centro. Espalhando as petalas pelos caminhos. Depois me esnsinava a entender as figuras nos vitros das Catedrais e me levava para comer doce na confeitaria da esquina.

Foi ela quem me ensinou a ser assim.

Quando dezembro chegava ia correndo para sua casa para ajudar a montar o pinheirinho de Natal. As luzinhas sempre emaranhadas entre si e o presepio enrolado em folhas de jornal. Depois ela sentava em sua maquina de costura e com toda a paciencia do mundo me ensinava a tecer pequenas costurinhas em paninhos velhos. E eu com os olinhos estalados da crianca que quer aprender tudo, metia meus dedinhos pequenos entre a agulha da maquina que ia bordando feito magica, linhas vermelhas no pano branco.

E assim aprendi a remendar cada pano velho e com todo trapo esfarrapado fiz brinquedo. Hoje vou remendando a alma com essa linha fina da fe. Escondendo cada desamor com fiapos coloridos e cada tristeza com pedacos de tecidos.

Quando ao fim da vida sentada em sua cadeira de balanco ela me contava de suas aventuras, perdas e fardos, eu assustada lhe perguntava como ela conseguiu superar tudo aquilo. Acho que o que me espantava era o fato de que nenhuma perda, por maior que tenha sido, conseguiu tirar o sorriso do olhar de minha avo. Acho que era a magia dela que me metia medo, porque eu tambem queria um dia ser assim e sabia que a estrada que ela havia seguido so e descoberta por quem nunca perde o encanto da vida, porque a percebe como um longo e demorado poema.

Ela me ollhou rente a alma e com os olhos azuis que sempre brilharam demais me respondeu que tinha apenas um jeito; seguir sempre em frente confiando na maezinha do ceu sem jamais olhar pra tras. E ela me repetiu: e seguir sempre em frente sem olhar pra tras.

Hoje em dia vez que outra espio o passado, recolho as memorias como pequenos pedacinhos de tecido que vao montando esta colcha velha, a saudade me ajuda a lembrar de quem eu fui um dia, cada vez que esse corpo cansado pensa em desistir em continuar acreditando nesse longo poema que pintamos com lagrimas e sorrisos. Mas e assim a vida e somente atravez do que amamos e perdemos que descobrimos a verdadeira essencia de que somos feitos. Ou ganhamos asas ou rastejamos para sempre pelo solo das amarguras.

Ela sempre optou pelas asas e em seus voos me ensinou que as coisas mais simples da vida, sao realmente as mais importantes. Hoje la de cima, ela me olha e sorri, sei que ela sabe que ainda estou tentando entender esse longo poema e como minha anja da linhagem de sangue, ela assopra sinais de esperanca sempre em meu ouvido. Obrigada Irma Frantz.
Ana Frantz

Tuesday 25 May 2010

Das estrelas em nos


Recolho meus brinquedos do jardim, fecho a porta da varanda e apago a luz de dentro. Perdida entre meus livros e discos reviro os pedacos de papel soltos na gaveta a procura de um mapa que me tire daqui. Na preguica adormeco antes de arrumar as malas. Ha tantas coisas velhas a carregar. As roupas que ja nao servem mais, os bilhetinhos, as velas, as fotografias, os livros e as cartas de banco que nunca abri. Ha tanta poeira para espanar, que antes mesmo de comecar a limpar, comeco a espirrar. Deixo pra la.
Deslizo pelos dias gladiando entre o sim e o nao. Querendo pular esse muro, alto e escuro, das incertezas que construi. Adio. Amanha e sempre outro dia, e quem sabe eu me acostume de novo, com as horas passando apressadas, com os amigos sempre do outro lado, com as longas horas na frente do computador, com o horario de almoco sempre as pressas, com essa angustia. Quem sabe um dia eu me acostume com essa mania de ser sempre estrangeira e de nao saber para que lado ir.
Quando o outro dia chega e ainda o mesmo rosto no espelho me indagando uma resposta. Passo horas em silencio tentando responder. Mas simplesmente nao sei o que dizer. Largo o caso para o destino resolver. Sacudo os ombros, e declaro - o que tiver de ser, sera! Sento e espero. Mas nao ha se quer uma brisa na tarde e mais um dia chega ao final.
E assim passo milhoes de amanheceres esperando um vento que me impulsione de novo para o voo. Por horas acredito que esqueci o segredo e nunca mais conseguirei voar, olhando as distancias como antes, com a maestria de quem nunca deixou de acreditar na vida e no amor que move todas as coisas.
Mas e que vez que outra me sinto so, e nem sei para onde voar. As distancias nao sao tao belas quando nao se tem a certeza do pouso macio para pisar.
Certezas quase sempre me deram brotoejas. Gosto da ideia que o sonho traz, poder pincelar como um magico ou um artista nessa caixa encantada do dia de amanha; este e sempre o segredo mais bonito.
Ajoelho frente ao meu altar particular e conto todas minhas bencaos com a gratidao de uma boa filha. Imploro para que tenha a forca nescessaria que a mim foi concedida e assim, que eu possa carregar o fardo pesado e alegria desmedida. Que eu tenha sanidade para manter minhas frases em ordem e a loucura para acordar meus sonhos esquecidos. Que eu tenha sempre no peito a salvacao dos afetos verdadeiros de quem fala a mesma lingua nos dialogos revigoradores. Porque e para isso que existimos, para refletir no outro as milhares de estrelas escondidas em cada um de nos. Que e para isso que viemos, para brilhar na escuridao. Aqui estamos para guiar e sermos guiados pela gentileza do outro.
Ana Frantz

Monday 24 May 2010

Cansaco

Reviro tuas gavetas, descubro teus segredos e bagunco tua vida. Nesse vai e vem de mentiras, tentas me convencer a dancar em teu baile de mascaras. Mas nao fui feita para me esconder das coisas que me metem medo. Quero mesmo dancar a vida assim, vulneravel e nua a tudo o que encanata, seduz e machuca.

Me cansei de teus enredos.


Procuro no bau feito todo de vime tecidos coloridos e com eles remendo tudo o que era ainda velho e ficou impregnado em mim. Desamarro os lacos. Quebro os espelhos. Troco a musica. Vou pra longe de ti. E toda vez que me encontras calada, te desesperas, ansioso em ouvir minhas historias. Nao vou mais te colorir com minhas linhas, te amanssar o espirito com as maos macias do carinho, te dar todas as certezas de que precisas para continuares em teu posto. Certo e seguro.


Me despeco dos teus enlacos e me desenlaco dos teus lacos.

Serelepe me solto pela vida e tiro meus pes do chao porque sozinha eu sei bem mais. Deixo pra tras os restos do amor de ontem e prossigo em meu caminho, trago nos bolsos um pouco de fe e coragem, na bagagem uma cicatriz e nas maos esse desejo de ser feliz.

Agarro o sonho com as maos firmes de quem vence. Te deixo atras, pra la, alem de mim. Te abandono a tua propria diretriz, com tuas sujeirinhas pelo caminho, com tuas mascaras, tuas mentiras. E eu sigo livre, limpa, repleta de sonho, feita de garra, integridade e gentileza. Vou catando poesia pelo caminho, vendo um algo mais em tudo, me deixando levar por esse vento, que quase sempre sabe mais do que eu por onde devo pousar.

Gradualmente fui entendendo o teu brinquedo em me dizer nao, tuas regrinhas, tuas pecinhas montadas, a frase certeira e as tuas famosas reticencias. Sempre imperando aquela mesma negacao escorregadia, dubia e cruel, para ver ate que ponto a marionete aguentaria em suas frageis cordinhas. As cordinhas arrebentaram, nao ha mais, bonequinha.

Eu te digo nao com a firmeza de quem sabe o que nao quer mais, minhas brincadeiras sao outras e meus jogos sao os da paz. E quando te digo nao, faco baixinho, para que nem percebas. Porque que e a mim que preciso convencer, nao a ti. Descobri que so poderei me permitir o sim, quando te entregar o derradeiro nao. E finalmente eu sigo, sigo abrindo portas, deixando o vento entrar. Sigo me dizendo sim. Sim eu merecia bem mais.

Ana Frantz

Friday 21 May 2010

Alma das coisas


Gosto de Sexta-feira a noite que baila na calma,
com os moleques de Bangladesh brincando com os fogos de artificios no jardim visto da sacada. Enquanto as estrelas brincam de brilhar no ceu, assisto os fogos de artificio fazendo barulho pela noite, e os meninos correndo de medo ao ver seu brilho colorido explodindo na parede de tijolos.
Esse silencio que vem cheio de sabores, me lembra que a vida passa. Apressada com sua mania de ser tao rara. Escondido nas paginas de um livro velho, uma carta de meu pai, que falava dessa mesma saudade; a nescessidade dos nossos amores.
O amor que e feito de flor. Aquela rosa bonita murchando aos poucos no sol. A agua que molha a papola vermelha e  a faz florir em sorrisos na manha por tras das cortinas.
As tulipas rochas no vaso e o cheiro do incenso que faz nascer uma coisa ou outra do passado. Tudo e saudade e encantamento, porque um nao existiria sem o outro.
A musica vem mansa, domando meus instintos quase sempre vorazes, mas aprender a ser amiga da minha solidao e as vezes o meu maior prazer e nos perdemos, minha alma e eu, nesse dialogo que dura horas.
E entao vem a compreensao de cada objeto pelos cantos do quarto. Enfim fizemos as pazes, minha alma e eu.
Ana Frantz

Partilha


Acho que a magia disso tudo, que a gente pinta e cola. Pinta e cola nos caderninhos da memoria vem dessa coisa tao suscetivel de se enchergar no espelho do outro. E como bailarinos perdidos no palco, rodopiamos cheios de paixao, feitos para o desejo de doar o que e mais raro em nos. E nessa ebulicao de calores, sons e palavras nos tornamos inteiros. E veja isto. Apenas na partilha seremos inteiros, sem ela, somos nada alem, do que metades pulsando aflitas por ai.

Nunca quis as metades. Mas fui obrigada a conviver com elas, uma dessas demandas que a vida nos empossa. As saudades sempre alinhando distancias, mundos, quereres.

E no final daquela linha do horizonte, sempre tao comprida morava o sonho do la longe. As distancias que nos fascinam. As alturas, os voos, as viagens e os sonhos.

As vezes nos esquecemos de voltar. Ah, como e dificil o pouso para os que tem asas, e se inquietam com a terra firme.

O que gosto mesmo e de tocar a alma das coisas com meu pequeno polegar, fazendo cocegas na vontade de se deixar encantar pelo sentimento que une e separa. Agiganta e apequena. Mata e renasce o que fomos e ainda seremos.

Porque memoria, sentimento, distancia e tempo, sao so pequenas particulas da mesma coisa.

Me despeco desta sexta-feira que escorregou silenciosa, com um coracao que fala da saudade. Com maos que querem tocar o invisivel, apalpando essa vontade da vida, agarrando tudo o que vale a pena com os dentes da coragem. Que venha Urano em Aries para sacudir as poeiras do meu mundo e do seu.
Ana Frantz

Tuesday 18 May 2010

Tua calma

Toco tua alma pura com os dedos da inocencia. Fecho meus olhos e te vejo andando em teu mundo com a leveza de quem acabou de chegar e se encanta sereno e mudo com tudo.

Agora entendo teus silencios. A calma com que segurava o pao no cafe da manha. Teu jeito manso de sentar no jardim para esperar as flores crescerem. Entendo teus sonhos ousados, outros pequenos. Entendo tuas tardes monotonas cheias de silencio e preguica, a nesga de sol perfurando a janela, enquanto preguicoso me deixava alisar teu corpo.

Entendo tua vontade em me ver ir embora. Entendo tua dor de cabeca ao me ver partir. Teu transtorno ao me ver gritar, cega e perdida por ti. Nao, assim desse jeito, tu nao voltarias. Talvez tivesses te aconchegado em meu colo se ao inves de gritar, eu tivesse te sussurrado baixinho, se tivesse entendido o que as tardes de silencio significaram pra mim e pra ti.

O tempo passou agora. Duas primaveras. E na segunda vez que vi as flores se abrirem ao sol, eu entendi o significado da calma. Eu entendi tua clareza.

Ah, mas eu? Sempre tive minhas sedes, minhas loucuras, meus devaneios, os meus anseios! A liberdade que me vinha cheia de cores, sons, aromas, me deixava zonza. Segui correndo atras dos arco-iris, atras de qualquer som que eu ouvia. E quanto mais eu corria, mais cansada e mais machucada eu me via. Nao podia tocar os fogos de artificio nem levar nenhum arco-iris pra casa, e nessa ilusao de cartonista fui tentando pintar meu camarim.

Mas la longe, o palhaco cansado, no esboco um sorriso esmagado. A vida exige calma, a pressa e o avesso de tudo. E eu que fui sempre tao impulsiva, tambem nao soube esperar.

Em minhas andancas eu me expandi e entre o crescimento e a luta, eu encontrei a calma. E mais serena eu prossegui. Nos meus proprios silencios compreendi os teus. Na minha tranquilidade eu entendi a tua. E pude assim compreender teu jeito tao contente, tua falta de sede, tua serena mirada diante a vida.

A historia dos dias foi seguindo seu ritmo e mesmo com todas minhas tentativas eu nunca encontrei o caminho de volta pra casa. Nao guardo magoas; minhas perdas sao minhas e de mais ninguem. Nao guardo remorsos; sempre dei tudo o que eu tinha. O que guardo e o amor. Um amor que a medida que o tempo passa, ele se eleva, e a medida que esse amor se eleva, maior e minha compreensao de que esse amor nao me pertence, apenas flutua livre em minha alma. Como a energia cosmica da transmutacao. Eu te reconheco pelo espelho do tempo e vejo tua essencia se expandindo em luz. Na luz do tempo que eu precisei para enfim te enchergar assim, completo e nu.

Te olho entre as distancias de nos dois, e sorrio com a serenidade de quem descobriu um segredo, era tao simples o que me pedias, e eu em meio ao furacao, eu nao te ouvia. Nao faz mal entao, se agora ja e tarde para te oferecer o que antes eu nao possuia, o que vale e o que um dia dividimos.

E assim eu te solto livre como um balao no ceu. E assim eu me solto, da culpa em nao ter sabido te amar. Ja nao te espero chegar e ja nao me antecipo a travar mapas que me levem de volta a ti. Deixemos livre entao o eco do que fomos. E sempre bom amar assim.

Ana Frantz

Monday 17 May 2010

Calma

Foi o furacao que veio desafiando minhas muralhas me deixando assim meio zonza, carente de qualquer coisa. Seus ventos assoviaram em meu ouvido o grito mais louco e desesperado, e eu, ja cega, repetia tudo, mesmo sem querer o que eu pedia. Depois dessa poeira toda, folhas voando sem rumo, num ceu esverdeado e carrancudo; eu me achava, embaixo dos entulhos.
E la com a cara em misto de paixao e susto, fui sacudindo a poeira, pedaco de pedra, dor e entulho, ate que ficasse em pe, apenas o que sobrou de mim.

E assim, cambaliante prossegui.

Fui olhando as flores que sabiam da primavera, mesmo quando o vento artico assoviava outra coisa. Fui olhando para o ceu, e as estrelas e a lua me distrairam quando na noite alta, era so eu, sozinha que as via. Fui lendo um poema, um mantra, uma meditacao que me reascendesse por dentro; a chama essencial.
Ate que enfim, retornei para o centro de mim, onde com muita calma fui andando de mansinho por entre as linhas do meu destino, esperando paciente o toque do milagre ou da novidade que vai chegar para colorir as paginas do amanha.
Ana Frantz

Friday 14 May 2010


" Whatsoever happens in time is dreamlike, and unless you get unattached from it, not identified with it, you will never know what bliss is. " OSHO

Tuesday 11 May 2010

Volupia


Rodopiei no caos.

Fiquei a margem de minhas aguas, vendo o vai e vem da mare, sem entender ao certo se as coisas idas, poderiam enfim, deixar-se prender pela bruma na areia.

Esperei o sol se por, ate cada raio incandescente ser absorvido pelo vasto horizonte das minhas esperancas mais profundas. Ter fe nem sempre e acreditar no improvavel.

Te liberto do meu entusiasmo infantil, dessa vontade louca em acreditar na vida, no sonho, e no tipo de amor que nao morre nunca. Te deixo livre de mim. Mas melhor que isso, eu me deixo livre de ti. E sozinha eu sei brilhar.

Solta na atmosfera que e so minha e livre dos teus julgamentos, eu sou a que flutua em meio a tempestade e goza na dor, nao tenho medo do que em mim pulsa, arde ou vicia. E se e do amor que temes, e nele que eu mergulho, se e da dor que foges, ela sempre respira em meus poros. Penetro em meus encantos, rastreio meus cantos, abro as janelas, e deixo que outros olhos me toquem, me vejam, me deixem encantar.

Naufrago nesse meu jeito adocicado em respirar o mundo e me apaixono a cada isntante por uma nova ideia, por um novo restaurante, uma musica, um amigo, uma frase ou um livro.

Me despeco das velhas vontades com o prazer do recomeco. Estou sempre renascendo. Nao se surpreenda. Me reergo do chao com a mesma voracidade em que cai; subitamente. A impulsao e sempre maior na queda, do que na inercia.

E assim eu sigo flutuante, delirante, apaixonante, voluvel pela vida.

Ana Frantz

Monday 10 May 2010

Oracao

Que cada abandono nao me deixe sozinha,

que a dor nao me deixe sem cura,

e a solidao nao me torne amarga.

que eu possa ainda rever as imagens

presas na parede da memoria,

com a calma de quem reconhece a vida

que passa

quase sempre

apressada

Que minha juventude seja mais do que cores

amores

despedidas

e chegadas

Que eu seja bem mais

do que as coisas que conquistei

e apalpas com as maos frias e cansadas

que meus afetos sejam guardados

que meus amigos me sejam caros

e meus amores se algum deles restar

que me sejam gentis

E quando tudo for apenas uma foto descolorida na estante

que eu possa suspirar tranquila

com a saudade mais bonita

juntando cada pedaco do quebra cabeca de minha vida

Ana Frantz

Desistencia

Eu quis desbravar o mundo e minha expancao pessoal se tornou em meu labirinto. Agora ja nao ha mais limites para o voo, rabiscos em um mapa, bussula que me deem a coordenada.

Sigo com meus passos largos, afiados, com a fome de quem nao teme o avesso. O acaso. O adeus.

E nessa busca cega, quase me perco. Assumo, nao me entendo

Nao e a perdicao que me mete medo, mas o cansaco que trava minhas pernas avidas, quase sempre sedentas, quase sempre buscando aquilo que nao veem.

Meu corpo se curva em manhas de domingo e paralisa tudo ao redor. Quero uma cadencia mais certa no pulso do coracao. Ja me cansei dos silencios e dessas manhas envoltas no manto negro da solidao.

Algo em mim se apequena, quer a calma da desistencia. E a agonia que vive em mim, vai ditando os passos do retorno. Ja me cansei dos voos.

Ana Frantz

Fonte do Perdao

Ponho meus afazeres de lado, na gaveta dos dias de amanha. Estico as horas e me espreguico pelos ponteiros no relogio, que vao passando no vazio. O cansaco me arde a pele, o corpo mudo deitado no chao, ja nao ouve o que a alma pede. A alma quer sossego e quer alegria tambem.
Releio o caderninho das tarefas. E ja sao tantas, e tao pouco e o tempo. A correria me da mais cansaco. O trem que amanhece inchado de tanta gente, me aperta e me prende o ar, minhas manhas que ja comecam com cara de choro, me pedem para parar.
Como se nao soubesse, esse meu cansaco, que o mundo nao para, nao pode delirar. E essa gigante vida, que se estica e se encolhe, sempre dita para o ouvido do destino, que nada e grande, sem o misterio. E assim seguimos como cegos, tateando pelo caminho, esperando encontrar aquelas coisas raras que o coracao deseja.
E o coracao, esse fragil guia, so acredita no que ele acredita e apenas ve o que ele ve. Malabarista de seus proprios abismos, cambaleia por ser feito de eter, do eter do viver. Se expande e se apequena a merce de qualquer afeto. Se atira de alturas incalculaveis e quando alcanca o chao, la se ve os milhoes de pedacos, pulsando como pequenas estrelas que acabam de morrer. Mas quando ele pega altura e voa, o coracao se expande e se encanta com tudo o que ve.
Carrego meu coracao ate a fonte do perdao, e acendo labaredas ali. Pico cada pedaco do mosaico que tentei reconstruir e deixo que o fogo faca desaparecer o que tentei nutrir. E quando a noite deitar seu manto negro sobre mim, deixarei a escuridao cegar meus olhos me esvaziando de esperanca e vontade, ate que eu me esqueca daquele que me destruiu.
Ana Frantz

Friday 7 May 2010

Outro dia

Eu quis o voo. Nao te culpo por teus pousos. Mas ja e tarde para recordarmos a blusa velha, a calca jeans que ja nao serve mais. Nao te quero prender nas gaiolas feitas de jornais de ontem e noticias passadas.

Ha um novo livro sempre esperando para ser aberto as novidades imortais. E ja que nada permanece igual para que temer os furacoes do passado? Se cada tempestade e sempre outra, e sempre novo o arco-iris que desponta no canto dos teus olhos. E sempre outro o sonho, a pele que cobre o teu corpo, a luz que instiga tua alma. E sempre nova a esperanca, a flor que germina da semente, a borboleta que desponta do casulo, a fruta madura que cai do pe. E sempre outra cadencia.

Te despe dessas roupas velhas, do rosto mudo, desse teu medo do mundo.

Ha sempre um novo mergulo no mesmo mar. Um outro misterio para desvendar, uma outra curva, um novo cheiro, um novo olhar. Ha sempre mais espacos para explorar com teus sentidos sedentos, serios, certeiros.

Mergulho em mim e te descubro ali, em cada traco do meu mapa. Quando a bussula fala leste, tu me olhas e cala. Quando e sul que ela indaga, tu me olhas e nao diz nada. E no teu silencio eu te devoro. Engulo cada palavra que eu crio por ti. No escuro te vejo abrindo tuas janelas, recitando teus anseios aos ventos, tentando acreditar em qualquer estrela, tateando o que tu nao entendes.

Te dispo com meu olhar e tua nudez preenche cada vazio que tua falta me causou. Absorvo tudo que ha em ti como se assim me devolvesses meu altar e o meu chao. Mas esses poros que respiram sempre em carne viva nao se cansam da entrega. Nao se envergonham da demencia de trazer em si esse apego, mas e de amor que eu falo, e nao da ilsuao.

E se me olhares com jeito, entenderas o que significa tatear com os dedos estrelas distraidas. Se me olhares, eu prometo abrir minhas asas e te revelar a materia de que sou feita. Sou feita de amor e nada mais.

Ana Frantz

Venus sorri para Marte

Sabia que a inspiracao que me veio nao era apenas uma paranoia habitual, eram as estrelas sussurando no meu ouvido. Venus sorri para Marte em meu ceu astrologico e me da uma chance a mais para acreditar nos segredos que as estrelas revelam.

E lua de bem com Plutao so pode ser prenuncio de paz. Da paz nos colchoes do amor, enquanto Venus e Marte namoram e dialogam em frases restauradoras.

E tempo de yng e yang dancarem juntos o mesmo passo, unindo o frio e o calor de cada um para a fogueira habitual das paixoes.
Minhas aguas desaguam mansamente no oceano em mim, e vou me perdendo nesse infinito do meu ser, acreditando que todo mosaico quebrado possa enfim ser restaurado. Concertando a cadencia de meus passos, esse avesso que fizestes crescer em mim. Teus ecos vao criando sinfonias no ar que respiro. Desenho teus sorrisos, construo teus caminhos, novos passos feitos de estrelas e voos. Te levo comigo nessa mania de levitar.
Minha pele arrepia, sinto um frio percorrendo a espinha. Te imagino chegar.
A Lua em sextil com Mercurio me revela que nao e pecado sonhar. Porque ate ela acredita em milagres, e eles hao de brilhar em meu ceu, quando a noite chegar. Teu cheiro intoxicante invade cada espaco em branco e respiro nesse vicio de te querer ver voltar.
Doidivanas rodopeio pelo mundo, deixando cair ao chao qualquer pedrinha enferrujada, toda poeira no meu veu mais precioso. Descalco os sapatos e o pudor. Me revelo a ti como quem acredita em milagres e simplesmente espera um chegar.
Abro meus bracos em redencao e entrego a ti o poder de me deixar entrar, escancarando tuas janelas, te devolvendo a fe e beijando tua boca assim tao arida por nao acreditar.
Rodopio no espaco de pes descalcos e te vejo dancar tambem. Ana Frantz

Thursday 6 May 2010

For a good start of the day

In moods of extreme desire, be unisturbed.

This so-called universe appears as a juggling, a picture show. To be happy, look upon it so.

Beloved, put attention neither on pleasure nor on pain, but between these.

Objects and desires exist in me as in others. So accepting, let them be transformed.

(THE BOOK OF SECRETS, OSHO)


Wednesday 5 May 2010

Normality

This is what we mean by a normal human being: he never touches his madness in anger and he never touches that total freedom, that ecstasy, either. He never moves from a solid image. The normal man is really a dead man, living between this two points. That is why all those who are exceptional- great artists, painters, poets- they are not normal. They are very liquid. Sometimes they touch the center, sometimes they go mad. They move fast between this two. Of course, their anguish is great, their tension is much. They have to live between the two worlds, constantly changing themselves. That is why they feel that they have no identity. They feel, in the words of Colin Wilson, that they are outsiders. In your world of normality, they are outsiders. ( THE BOOK OF SECRETS, OSHO)

Eu te vejo

Abro todos os espacos em branco. Desfaco, o rabo do acaso. Limpo tua estrada com alecrim, para que venhas sem medo, rabisco arco-iris em tua janela. Te chamo.

No distante rabisco do horizonte te vejo chegar. Cambaleias para um lado, noutras para outro. Teu rosto magro me parece abandonado, teus olhos ja nao possuem o mesmo brilho de antes, algo em ti foi mudado. Teu corpo feito de luz, teus poros e tuas mentiras perambulam pela minha imaginacao.

Te desenho do jeito que te quero. Tuas curvas, tua cor, teu cheiro. Rabisco sorrisos em ti, com o eco das gargalhadas que ainda teremos, ao som das musicas que aprenderemos a gostar, com o aroma vindo do fogao e as velas acesas no chao.Te declamo um poema, te ensino um mantra, te conto meus segredos e te dou meu coracao.

Nesse enlace do corpo junto com a carne transmutamos e tudo recomeca outra vez. E teu olho que me devora na profundeza da alma, indaga, anseia, se perde em mim.

Quando te imagino assim, sem teus medos tao comuns, tudo se torna claro, quase um fato consumado. Quando te vejo preso, mudo, calado. Acorrentado em tuas grades, tentando nao olhar, nao deixando se encantar, prometendo a ti mesmo a nao escutar, minha alma se esfria. Quero te trazer de volta a vida. Sacudir tuas asas e faze-las de novo voar.

Derrubar tuas amarras. As barreiras de que tanto falas. Despindo em ti esse casco desgastado que construistes para estancar a torrente dos finais. Te reconstruir celula por celula e te libertar desse peso invisivel que carregas

Renuncio meus enredos e esqueco o ensaio no camarim. Me encabulo e me descubro, entre a calma e a pressa, te espero chegar.

Ana Frantz

Tuesday 4 May 2010

Esperanca


Serenamente deposito minhas esperancas em um envelope de papel. Nesse envelope tao bem construido com fibras minusculas e quase invisiveis, vai minha esperanca. Galopando no espaco entre estrelas. Entre o silencio das tardes e o relogio assustando o coracao, os ponteiros dancam longamente, soltos pelo tempo. O tempo da espera.

As palavras escorregando entre os dentes. Os amores que perdemos a cada esquina. As historias trocadas, emaranhadas, ja encabuladas por serem tristes. Os pedidos de perdao, os bilhetes de amor, a cara amarrada do nao. Fecho portas com a honestidade dos dias ruins. Nao o escondo de mim, o mosaico das cores mais feias. As gotas de chuva impregnando de tristesa e calma a estante de livros presa no canto da sala.

Espero ainda. Com a esperanca envergonhada por ser tao destrutiva.

A possibilidade do sim me enche de monotonia, minha alma quer dar um pulo, para passar a andar no futuro. A paciencia puxa meu vestido, arranha minhas pernas, me pede abrigo. Nao a quero. A paciencia, a morna e tao silenciosa eloquencia. Sento e espero, com a aflicao de quem acaba de nascer. E tua resposta nao chega, ela simplesmente nao vem.
Apago minhas velas no altar e deixo meus Santos irem dormir.
Fecho meus olhos, pequenos, verdes, lacrimejados e recito um mantra qualquer. Tudo o que vejo e que vens. Vens abrindo portas, perfumando as flores, iluminando as tardes, dando de beber aos passaros. Tudo o que vejo e teu amor se expandindo e me dizendo sim, sim, sim, ate o amanhecer. Tudo o que vejo, e o que nao tem salvacao, nem nunca tera. E minha esperanca, bem verdinha, vai me contando historias ate o meu adormecer.
Ana Frantz

I need a miracle


Livros que me acompanham em 2009

  • Notes from my travels- Angelina Jolie
  • THE SHAMANIC WAY OF THE HEART - Chamalu- Luis Espinoza
  • Shooting Butterflies - Marika Cobbold
  • The Global Deal - Climate change and the creation of a new era of progress and prosperity- Nicholas Stern
  • The Penelopiad- Margaret Atwood
  • Discover Atlantis - Diana Cooper
  • Tne Gift - How the creative spirit transform the World - Lewis Hyde
  • My East End: A history of Cockney London- Gilda O'Neil
  • Delta of Venus- Anais Ninn
  • The Little Prince- Antoine de Saint ExupĂ©ry *** Apr
  • Doidas e Santas- Martha Medeiros (March)
  • The English Patient by Michael Ondaatje
  • Gilead by Marilynne Robinson - Feb
  • Healing With the Faries by Doreen Virtue (Feb)
  • Montanha Russa- Martha Medeiros (Feb)
  • O codigo da Inteligencia - Augusto Curry - Feb
  • O Ensaio sobre a cegueira - Jose Saramago ( Jan Lendo)

Livros que andaram comigo em 2008

  • Meditacao a primeira e ultima Liberdade by OSHO ( Dec)
  • The English Patient by Michael Ondaatje (Dec Lendo)
  • Harry Potter and the Philosopher's Stone - J.K Rowling (Oct Lendo)
  • The PowerBook - Janette Wintersone (Oct- )
  • A vida que ninguem ve- Eliane Brum (Sep - Lendo)
  • The Birthday Party - Panos Karnezis - (Sep )
  • Ensaio sobre a Lucidez -Jose Saramago (Lendo...)JUN
  • Nearer The Moon -Anais Ninn (Lendo..) JUN
  • Superando o carcere da emocao - Augusto Cury(lendo...) JUN
  • Perdas e Ganhos- Lya Luft Jun(Releitura) Jun
  • A Mulher que escreveu a Biblia - Moacyr Scliar(May) ****
  • The Secret By Rhonda Byrne (May)
  • Time Bites -Doriss Lessing March (lendo...)
  • Life of Pi - Yann Martel (March to May )
  • The Kite Runner -Khaled Hossein /March ****
  • Back when we were geown ups / ANNE TYLER (larguei na metade)
  • O Sonho mais doce - DORIS LESSING /Feb ****
  • The Crimson Petal and the White- MICHAEL FABER / Dec-Jan / ***

Livros que me acompanharam em 2007

  • Burning Bright - TRACY CAVILER
  • Fear of flying - ERICA JOUNG (larguei na 50th pagina)
  • I'll take you there - JOYCE CAROL OATES ***
  • Memorias de minhas putas trsites GABRIEL GARCIA MARQUEZ ***
  • The Siege - HELEN DUNMORE ***
  • A girl with a pearl earing - TRACY CHAVILER ***
  • A year in Province PETER MYLES ( larguei na metade)
  • The mark of the angel- NANCY HUSTON-
  • A bruxa de portobelo - PAULO COELHO -
  • Under the Tuscany Sun - FRANCES MAYA -
  • Sophie's World - JOSTEIN GAARDER *
  • The umberable lightness of being - KUNDERA- **
  • As aventuras da menina ma MARIO VARGAS LOSA - ****

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