Wednesday 30 November 2011

Da Felicidade





Agarrava-a em seus bracos como se fosse a ultima chance de ser feliz. Nao a felicidade por inteiro, aquela que chega silenciosa e sim a felicidade daqueles que possuem uma certa cegueira de alma. A felicidade que exige sons muito altos e as cores muito intensas para pincelar em uma aquarela perecivel e fragil.






E que logo se precebe no andar da longa estrada, que o para sempre e uma terra que apenas pode existir dentro de si. Na contemplacao plena do existir ha que ser maestro e dono da melodia que se cria entre frases feitas e poemas de livros.



Ha enfim uma verdade. Presa. Dormente ou latente em cada um de nos. E esta habitara enfim em esplendor na terra do pra sempre. Os sentimentos que la repousam, e vez que outra em solucos e ecos de risos, nos lembram quem somos, constroem atraves do tempo a estrutura de que somos feitos.



De nada nos cabe atear fogo em pontes so para nao corrermos o risco de cruzar os mesmos rios.



Ofuscar esta verdade, apenas atrazaria mais o andar. Estancar este fogo que verte da carne, dos poros e das veias aflitas, sem antes liberta-lo de suas proprias chamas, seria apenas um jogo para amadores. Era o medo que inflamava uma doenca ou outra e acelerava qualquer tipo de entrega que nao deveria jamais ter sido feita.


Ele agarrava-a como se fosse a ultima chance de provar para si mesmo que o passado era apenas uma historia mal escrita e que sua vida estava apenas comecando.



A verdade repousa inofensiva, como quem promete nao avancar. No entanto, em seu proprio despertar contagiara sua plateia com seus gritos tortos, despertando fantasmas dormentes com suas dores ainda latentes, do fundo do palco.







A felicidade, chega. Ela vira silenciosa e permanente, apos cada grito de espanto nos fizer perder o medo de descobrir o escuro no outro. A felicidade vem e nao tem nome. Nao tem tempo. Nao tem pressa. Basta ser sincero.



Ana Frantz




Thursday 24 November 2011

Fantasma



Ele apagava seu nome, como se existisse forca capaz de fazer com que ela desaparecesse de sua vida e levasse consigo suas historias, seus suspiros, suas noites quentes e frias. Seus gritos de raiva e ate mesmo os de prazer. Ja nao queria nada que viesse dela. A pele sempre tao macia ao toque, as marcas de nascenca que as sabia de cor; queria esquece-las todas! Ate mesmo aquele gosto acro-doce que o intoxicava.





Queria apagar de seu passado as palavras que ela sempre insistia em susurrar em seu ouvido como se o amor fosse um pacto para toda vida.



Desesperado rasgava cada carta de amor que um dia ela havia lhe escrito. Cada palavra, uma a uma. Queria esquece-las todas! No papel rasgado, palavra por palavra ao meio, a prova de que pelo menos do fundo de suas gavetas ela havia desaparecido.



Teimava consigo mesmo, que era para ser assim e que o destino antes dele ja havia decidido o desfecho. Entao baixava a cabeca e se ocupava a colocar ponto atras de ponto, para qualquer exclamacao que ela insistisse em fazer do outro lado.



Ela era o vendaval em tarde lenta. E tinha uma honestidade obscena, que o impedia de imagina-la como o objeto romantico de que precisava para nutrir sua masculinidade. Era visceral. E isso o enjoava. Gostava de mulher que cruzava as pernas e com cautela repousava as maos sob os joelhos, que falava baixo, pauseadamente, como quem pensa cada palavra antes de imbutir nelas qualquer especie de som. Ela falava com os bracos e com as maos e ria muito alto. Isso o envergonhava. Ela era viciante; talvez fosse o exagero incrustido de sua presenca. Quando dava para ser doce, chegava a dar ansia na garganta. Quando insistia em ser amarga dava frio na espinha, tamanho o desastre em seus olhos. Dava trabalho nutrir suas densas raizes, incrustadas sabe la em quantas dimensoes alem de sua compreensao.



Assim sendo, ele a rasgava. Memoria por memoria em papel fino. De eco em eco, das gargalhadas, de um afago ou outro e das caricias de suas maos tao finas. Essencia por essencia, sua era tambem, que apagava.



De pedaco em pedaco desfeito. Por palavras e palavras nao ditas. Pela indiferenca aos seus apelos, na esperanca de qualquer tipo de salvacao, ele a negava, dizia incansavelmente nao. Ela o perseguia como sombra ao meio dia, fantasma que anseia qualquer tipo de redencao. Ele nao entendia. O que mais precisava rasgar, apagar, pisotear, para que ela desaparecesse de sua vida?



Ate que entao- ela silenciou.


E ele passou a ouvir ecos incessantemente pela casa. De certa forma ela sempre esteve ali.



Ana Frantz








Wednesday 23 November 2011

Playing alone

How many times, we have also waited for the ball to be kicked back to us instead of just run and grabbing it by ourselves? But who wants to keep playing alone?PICTURE TAKEN BY ANA FRANTZ @ HIGHGATE PARK



“destroço”



Que repouso? Que pedra para

pousar nela minha cabeça?

Nada,não existe pedra,

não há lugar em que possas permanecer.”

Mario Luzisaia







carregara sua solidão

pelas calçadas

descartável

como uma lata

de óleo de soja

vazia

na lixeira





já não acrescenta

muita coisa

ao presente

com suas tristezas

sem porto

num oceano

de incertezas





já não vira

a página

já nem lê

a mesma página

rasgada

os poucos

versículos sublinhados

na bíblia de sua carne






assim

quando o veem

alijado de toda sorte

uma ou outra brusquidão

no olhar distante

é como se vissem

por um tempo insofismado

um manequim em

alguma loja

fora de estação






Romar Beling, em Leituras de Mundo

Ainda da saudade

"Tudo se reduz ao tempo no final... à passagem do tempo, mudança. Alguma vez pensou nisso? Qualquer coisa que o deixa feliz ou triste não se baseia nos minutos passando? Felicidade não é esperar que o tempo traga alguma coisa? Tristeza não é desejar o tempo de volta? Até mesmo as coisas grandes... até lamentar uma morte... não é apenas desejar ter de volta o tempo em que a pessoa era viva? Ou fotos... alguma vez pensou nas fotos antigas? Como fazem você se sentir melancólico? Pessoas sorrindo há muito tempo, uma criança que seria uma velha agora, um gato que morreu, uma planta florida que há muito murchou, o próprio vaso quebrou ou foi perdido... Não é o fato de o tempo ter parado naquela foto que o deixa melancólico? E pensa que se pudesse fazê-lo voltar, se pudesse mudar isso ou aquilo, desfazer o que fez, se ao menos pudesse voltar os minutos, por uma única vez...” Anne Taylor

A hora da saudade




Vai chegar a hora da saudade.






Aquele momento em que no relogio no fundo da sala, o ponteiro parece dizer nao ao tempo; insistindo para se voltar a tras. Para as coisas que deixamos empoeirar, perdidas em qualquer esquina e que agora sao apenas isto; memorias. Fotografias impressas em um papel. Sem ecos de sorrisos nem valsas ao findar do dia. Apenas as linhas de um esboco, do que poderia ter sido.






Vai chegar a certeza de ter perdido, o que nao poderia nunca se ter perdido. Era quase um tipo de fe, essa mania de dizer te amo de olhos fechados.






Quem perde, pensam; sao sempre os que amam demais. Os que sao abandonados. Aqueles que nao aprendem de jeito nenhum a encontrar o misterio nas aguas rasas e insistem no mergulho. Estes acabam sempre dando tudo o que possuem, pois so assim se sentem vivos. E so assim, que se sabem vivos.





Eles ganham porque se agigantam ate mesmo na dor plena.





Quem perde; sao os que dizem nao, por medo de perder. Que nao se entregam, na esperanca de nao doar nada que seja seu, para que continuem inteiros. Quem perde sempre; sao aqueles que negam uma saudade, que nao olham pra dentro e seguem por ai sempre apressados a fechar portas. Demasiadamente preocupados com o acumulo e o desfrute.






Estes perdem!





Vai chegar o dia de silenciar, ate para quem correu apressadamente,zonzo com tanto barulho. Vai chegar; uma certa nuancia de como tudo poderia ter sido diferente. Se o olhar pudesse ter visto e o coracao pudesse ter sentido.




Se ao menos tivessemos tentado.





Ana Frantz












i
p
He once said;

I love you, always & forever & a day.
k
k
k
kl

k
o
[
[
Friends, family loved ones, angels, fairies, magical unicorns, stars,rainbows, fireworks, kareoke, dancing, taking beautiful photographs, writting love letters, laughing hard, run in the rain, cycling through woods, a glass of champagne for breakfast before a wedding day, seeing a new born baby for the first time, fall asleep in someone's arms, and feeling genuine loved. All those things are important!

She said, once.
AF
k
kl

Tuesday 22 November 2011

Lost in the Woods....

Friday 18 November 2011

He left me








I couldn't give him a steady road ahead.
So he left me.

My road is often changing, and I enjoy the free fall. The loneliness does not scare me. The new fascinates me. I am wild and to the wilderness I belong.

I could not give him a calm breeze while sailing through the sea.
So he jumped from the boat.

I am still navigating through this immense ocean and I welcome the wind from the 4 directions of the Earth, and like that I surrender to the magical dance. I have no power turning the wheels, I have only the control over the beauty I discover hidden in the most ordinary places.

I could not give him a quiet life, I could not give him a silent smile, I could not give him a safe embrace. So he left me.

I submerge myself in the desire of sounds, colours and actions. I do a hundred things at the same time, and I don't have patience to watch TV. I laugh loudly. And I am always between a chaotic entrance to another exentric exit.

I am hungry and thirsty.
I would always be too much for him. Too intense. He would always be too boring for me. A wet lettuce laying in my bed. So he left me. And I found myself.
AF

Wednesday 16 November 2011

Tuesday 15 November 2011

Lover


O outono nem se quer ainda tinha despido cada galho de suas folhas amarelas mas o inverno pedia passagem, como quem demanda uma resposta, antes mesmo da pergunta ter sido feita. Furia do amante que cansado da espera arida e fugas demanda o toque lento nas palpebras de um olhar cansado por ja ter se acostumado com a intensidade pela metade.


Nao havia nada mais perigoso. O corpo que dormente vai aos poucos perdendo o tato, ate nao sentir mais nada. O pranto que vinha em solucos era qualquer tentativa desajeitada em se sentir vivo outra vez.

Ele sabia que havia perdido o caminho de volta pra casa. A cada final de tarde, entre a porta e a fechadura, havia o desespero de estar no lugar errado. De nao poder entrar e de nao ter mais para onde fugir.

Ao final do dia havia apenas aqueles olhos verdes e sedentos a beirar todo o caos que pedia passagem. Havia suas maos finas e seus pes de dancarina a rebolar no caos, debochando do perigo e achando graca no adeus. Havia sua poesia concreta e seus jeitos de convencer. Havia seu odor, sua malicia e a enxurrada de sua presenca.

E havia o homem, que tentava silenciar o ruido que a poeira tem quando e levada a rodopios por ventos muito fortes.


Enquanto a fome do suor da pele em cor, devorava o homem preso em suas gaiolas frageis e irreais. Ela se sacudia valente no escuro, aprendendo sempre outra valsa a cada passo de danca. Livre e obscena, como a propria vida.

Ana Frantz



Cores





Me desfaco das minhas certezas, como quem atira roupas velhas pela janela. Pedacos enferrujados de um amor, que se vida trouxe, com ela tambem soube mostrar as cores goticas que a morte sabe ter.




Me desnudo de meus egos, todos eram bobos e nem moldavam meu rosto ou acariciavam qualquer ruga que uma manha ou outra dava luz. Londres sempre tinha aquela neblina que me impedia de ver com clareza se era riso ou choro, aqueles ecos em corredores muito escuros.




Ja vivi tanto, que me atrevo agora a contar estorias. Ha poucas coisas que me metem medo, a nao ser ter que conviver com o desamor. Minha alma e muito fina, transparece qualquer bobagem, exala cada aroma e entoa toda a cancao. Nao procuro esconderijos na face do nao, mas ha sempre a busca de uma salvacao. O sim que mudaria toda uma vida.


Mas tao pouco importa. Ha apenas o segundo, este que deve ser leve, santo e eterno.

Eu quero as cores. E que elas facam amor com a geografia de todas as coisas, compondo no ar um poema qualquer, que justificaria todo este andar.

Ana Frantz

Thursday 3 November 2011

ja comecou





Corações químicos


Não faço nada com esses pedaços de ilusão... Com esses restos só posso rir. Não faço nada com esse cansaço, com esse tremor e a terra já começou a tremer e a vida já começou a morrer. Não acredito nos alambiques clandestinos. O sol é a única energia a lua é minha mulher. Não estou mais aqui.




Henrique do Valle

estrela

A morte de uma estrela com bilhoes de faiscas brilhantes, assim sou.





Renascerei ainda intacta ou outra- num amanha.



AF

Wednesday 2 November 2011

um pensamento




ah sim

lembrei de ti



de novo



porque a minha frente

na calcada

um passaro cruzou


os ares



nao sei por que



nao sei

por que



mas aquele

passaro



impetuoso



me lembrou

alguma coisa

oculta



no teu olhar

sao assim

pequenos

instantes


marcas


a maneira figidia

de nossos dias



uma lembranca



uma sensacao

um aroma

e entao

nos vemos

quietos

estaticos

parados

no meio da rua



e ninguem

entenderia



se eu dissesse

que aquele

passaro

sua plumagem

o curso

de seu voo

me fez lembrar

de ti




Romar Beling


Livros que me acompanham em 2009

  • Notes from my travels- Angelina Jolie
  • THE SHAMANIC WAY OF THE HEART - Chamalu- Luis Espinoza
  • Shooting Butterflies - Marika Cobbold
  • The Global Deal - Climate change and the creation of a new era of progress and prosperity- Nicholas Stern
  • The Penelopiad- Margaret Atwood
  • Discover Atlantis - Diana Cooper
  • Tne Gift - How the creative spirit transform the World - Lewis Hyde
  • My East End: A history of Cockney London- Gilda O'Neil
  • Delta of Venus- Anais Ninn
  • The Little Prince- Antoine de Saint Exupéry *** Apr
  • Doidas e Santas- Martha Medeiros (March)
  • The English Patient by Michael Ondaatje
  • Gilead by Marilynne Robinson - Feb
  • Healing With the Faries by Doreen Virtue (Feb)
  • Montanha Russa- Martha Medeiros (Feb)
  • O codigo da Inteligencia - Augusto Curry - Feb
  • O Ensaio sobre a cegueira - Jose Saramago ( Jan Lendo)

Livros que andaram comigo em 2008

  • Meditacao a primeira e ultima Liberdade by OSHO ( Dec)
  • The English Patient by Michael Ondaatje (Dec Lendo)
  • Harry Potter and the Philosopher's Stone - J.K Rowling (Oct Lendo)
  • The PowerBook - Janette Wintersone (Oct- )
  • A vida que ninguem ve- Eliane Brum (Sep - Lendo)
  • The Birthday Party - Panos Karnezis - (Sep )
  • Ensaio sobre a Lucidez -Jose Saramago (Lendo...)JUN
  • Nearer The Moon -Anais Ninn (Lendo..) JUN
  • Superando o carcere da emocao - Augusto Cury(lendo...) JUN
  • Perdas e Ganhos- Lya Luft Jun(Releitura) Jun
  • A Mulher que escreveu a Biblia - Moacyr Scliar(May) ****
  • The Secret By Rhonda Byrne (May)
  • Time Bites -Doriss Lessing March (lendo...)
  • Life of Pi - Yann Martel (March to May )
  • The Kite Runner -Khaled Hossein /March ****
  • Back when we were geown ups / ANNE TYLER (larguei na metade)
  • O Sonho mais doce - DORIS LESSING /Feb ****
  • The Crimson Petal and the White- MICHAEL FABER / Dec-Jan / ***

Livros que me acompanharam em 2007

  • Burning Bright - TRACY CAVILER
  • Fear of flying - ERICA JOUNG (larguei na 50th pagina)
  • I'll take you there - JOYCE CAROL OATES ***
  • Memorias de minhas putas trsites GABRIEL GARCIA MARQUEZ ***
  • The Siege - HELEN DUNMORE ***
  • A girl with a pearl earing - TRACY CHAVILER ***
  • A year in Province PETER MYLES ( larguei na metade)
  • The mark of the angel- NANCY HUSTON-
  • A bruxa de portobelo - PAULO COELHO -
  • Under the Tuscany Sun - FRANCES MAYA -
  • Sophie's World - JOSTEIN GAARDER *
  • The umberable lightness of being - KUNDERA- **
  • As aventuras da menina ma MARIO VARGAS LOSA - ****

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