Te tatuei em minha pele, depois te abandonei.
Era pesada demais tua doçura sempre tão plena em mim e a vontade de pertencer a algo tão livre quanto o vento.
É que eu também precisava da liberdade de não te querer.
Por isso tramei voos mirabolantes para que pudesse me perder de ti, só que ao me perder de ti, também se desfez tudo o que havia de mais sagrado em mim.
Agora perdida nas distancias, algo em mim sufoca e pede abrigo. Da janela a vista da velha infância, relembra sonhos, colhidos um a um pela alma sempre sedenta. No entanto a busca não tem fim e ha sempre outro sonho impossível galgando as estrelas que na noite alta se espicham no céu, só para serem vistas.
Assim eu também me deito nua frente tua morada, mas não notas. Nunca notas.
E la fico, como uma estatua silenciosa e triste a tua espera.
Ana Frantz