O dificil e aceitar que mudamos. E o quanto mudamos. As vezes o susto nos pega, na frente do espelho, olhos arregalados. Quem e essa estranha que me olha? Quanto de nos permanece depois de cada incendio, e quanto de nos e adquirido remechendo as cinzas de cada vendaval? Catando pequenos broches de bronze pelos caminhos, alguma taca nao quebrada da coragem que nunca nos faltou, e da forca, e da fe, e do amor incondicional, que sempre acaba sendo o elo mais engrandecedor.
Gosto de ver antigas fotografias e nelas naufragar na alma das memorias. Muitas vezes, me deparo com imagens minhas que praticamente nao reconheco. Muitas vezes nao sei para onde foi a inocencia e a maestria daquele olhar na fotografia. As vezes sinto saudades da menina que um dia eu fui, sempre tao corajosa, sempre tao alegre, sempre tao, tao sedenta pela vida. Noutras, tenho o impulso de pular para dentro da imagem, e me dar todos os conselhos importantes, revelar caminhos, me avisar dos perigos que os anos a frente colocariam a meus pes.
Mas a vida, esta deliciosa amiga, ela nos vem nua e virgem. Como um livro aberto, de paginas brancas, esperando ser escrito, domado por nossas maos sedentas, com nossa cegueira e inexperiencia, precisamos tatear as paredes do sonho e da realidade como um cego catando estrelas.
Ana Frantz
1 comment:
sinto saudades!
será que uma LUZ te envolveu? te tirou daí de dentro? espero que sim! espero que seja esso o motivo! desejo muito q seja feliz! q a coragem te abrace, sempre!
beijo terno, ana.
esses teus desenhos são tão lindos!!!
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