Tenho falado tanto sobre solidao. Perdas, encontros, sonhos, asas e voos. Esse amigo oculto que habita em nos. E uiva frases soltas. Codigos e anseios maiores que nossa propria compreensao. Tenho escrito sem acentos. Sem regras na minha pontuacao. Porque as palavras que aos poucos vao sendo tatuadas nas brancas paginas desse mosaico longo e cansativo nascem de sua propria angustia e voracidade em se fazerem sentido.
A subjetividade do mapa em minhas maos nao me deixa pistas. Ainda me perco em meio ao labirinto que atravesso. Me perco pelo deserto, ou em chuvas muito intensas. Mas e no escuro dos meus passos, que descubro, a luz que nasce timida, pela casa de dentro. E expande o silencio em cores luminosas e falantes. A vontade de transcender e levitar alem. Alem de tudo o que ja foi dito, julgado, feito e determinado como certo ou impossivel.
Quero o sonho a ceu aberto. E estrelas nuas de salto alto prateado vestidas apenas com o deslumbramento que elas instigam.
O que e longe encanta. O que e dito; instiga. O que e desespero pede forca. E determinacao e a teimosia em carne viva.
Estamos todos por ai, com feridas abertas ou saradas. Correndo atras de coisas que desconhecemos o nome ou paradeiro. Estamos todos por ai, reclamando disso ou daquilo. Batendo o peito em qualquer esquina. Mas nenhum de nos, parece saber, o segredo disso tudo.
A vida e agora!
Largo minhas ferramentas no chao. E me revisto com uma alma nova. Clara e nua. Atirei o mapa fora, agora sao os ventos que me guiam. Sao os vendavais que me fazem voar mais rapido. Mas to sem pressa. Quero olhar bem devagar para o lado e deixar o mundo respirar em mim.
Ana Frantz
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