Agora que abandonei os amores e as dores que eles tinham, sou outra! É nova em folha a cara deste sonho. É feito de montanhas cobertas por árvores e pela raiz fincada na terra fecundada. Era sempre isto que eu buscava.
Me permito esta morte lenta do que foi passado em mim, recrio esta nova dança. É bale de gladiadores, de quem não desiste nunca, de quem encontra fascínio ao inventar outros sabores, nesta dança criança de aprendiz.
Me deixo perder neste silêncio intocável de minha casa.
É claro que sinto saudades, só mesmo um louco não entenderia a impossibilidade em viver sem ser refletido em olhos tão brilhantes. Eram sempre azuis aqueles olhos e emprestavam ao céu cinza de Londres qualquer magia que a cidade não tinha.
Era sempre alto o pranto e a risada. Foi sempre um exagero amar assim.
Me esvazio pouco a pouco daquela que fui.A cada dia me esqueço um código ou outro, uma coordenada geográfica qualquer, para que minhas pegadas não me levem jamais por caminhos já traçados.
É sempre preciso aprender uma vez mais morrer. Somente nesta dança inconstante e esquisita é que se descobre o quão infinito é viver.
Ana Frantz
2 comments:
saudade daqui.
beijos ana
vega
Ana tua poesia é encantante, como são as flautas doces...
Só vamos mesmo nos livrar de passados, quando morrermos lentamente com eles dentro de nós, pra em seguida, vivermos uma nova história.
Amei e sigo teu blog, um ótimo fim de semana pra ti.
Post a Comment