They might know you best
and love you most
but I would breath you in
and be your ghost
Retornar a algum lugar, significa acima de tudo rever antigos fantasmas.
Todo mundo possui um fantasma, ou muitos. E eu nao seria nem um pouco diferente de todo undo.
O que me surpreendeu foi mesmo o grande susto de ja ter enterrado o mesmo fantasma tantas vezes e ao encontra-lo no mesmo lugar ve-lo ressucitar frente ao meu coracao aos pulos.
Estranhei o quao pouco entendo do Universo em mim mesma. Seus codigos e portoes de ferro tramado em 'art nouveau' permitindo entrada somente a suas mais razas certezas, no obscuro tragar do aroma, as mais indescritiveis surpresas.
Sou um misterio pra mim mesma.
Retornar a qualquer lugar exige coragem. Nao se sabe quem ainda respira por debaixo dos escombros do passado. Ir embora exige coragem. Nao se sabe, o quao vivo os fantasmas se tornam nas distancias. Permanecer... Diria que apenas os covardes permanecem sempre no mesmo lugar. Mas isto nao seria verdade. Apenas porque nao saiba permanecer, nao posso alfinetar a permanencia no mural dos covardes. Viver exige coragem. So e covarde quem nao encara suas proprias verdades, mesmo quando elas doem, mesmo quando elas chegam assombrando, revirando do avesso o que achavamos que ja haviamos organziado dentro de nos.
Neste retorno tanta coisa mudou. Meu coracao se fortaleceu. Certos lugares mudaram. Outros nao. Vejo tudo com uma pelicula diferente e ao mesmo tempo digo 'hello' a tudo como um velho conhecido. Nao ha mais o gosto agucado do novo, nem nas dores, nem nos sabores. Sera assim o envelhecer?
Enquanto tateio no escuro a porta de saida do velho casarao abandonado, vou convivendo com meus fantasmas, vou tentando encontrar um folego novo, outro ar para as dores antigas, e a esperanca de que os velhos fantasmas nao me assustem mais.
Ana Frantz