Desejo que meus desejos aconteçam. Mas não todos. Não depressa demais a ponto que mal possa saborea-los, com o contra ponto da amargura de alguns dias de escuridão. Precisamos de certa incerteza na vida, para manter acesa a coragem de viver um dia de cada vez, como uma coisa única. como se fosse o último. Muitas certezas anulam esse gosto da aventura da existência.
As certezas são morfinas, são mórbidas e ofuscam o sonho na sombra egocêntrica e mentirosa. Quem não está constantemente em metamorfose é porque já se cansou da vida. Estar vivo é dar a cara ao tapa, é criar sonhos maiores que a possibilidade vã de cada dia é ir além quando não se têm mais força para virar a esquina.
Prefiro bem mais a dureza dos novos começos a me entregar velha e lenta ao confortável uso da rotina.
Troco amores quando a poeira tatua suas entranhas, troco de casa quando a teia da aranha é maior que o buraco na fechadura, troco de país quando a lingua já não entona um poema qualquer que me sacie essa sede de viver tudo aquilo que eu não entendo.
O misterio da existência esta no milagre do não saber e mesmo assim se entregar por inteiro como se já soubesse.
Sou filha da fé inconsciente. Sou cega e minha cegueira me obriga a tatear os objetos por onde passo com os dedinhos sensíveis do coração. A vida exige de mim a coragem da infância, com a inocência de quem nunca caiu e não conhece a dor do joelho esfolado. Sou a criança de mim mesma buscando novas aventuras no jardim de casa. Todos os jardins são minha casa e o medo não tem enredo nas minhas brincadeiras.
Amanhã está novinho em folha esperando seus rabiscos. Vá para o seu jardim!
Ana Frantz
As certezas são morfinas, são mórbidas e ofuscam o sonho na sombra egocêntrica e mentirosa. Quem não está constantemente em metamorfose é porque já se cansou da vida. Estar vivo é dar a cara ao tapa, é criar sonhos maiores que a possibilidade vã de cada dia é ir além quando não se têm mais força para virar a esquina.
Prefiro bem mais a dureza dos novos começos a me entregar velha e lenta ao confortável uso da rotina.
Troco amores quando a poeira tatua suas entranhas, troco de casa quando a teia da aranha é maior que o buraco na fechadura, troco de país quando a lingua já não entona um poema qualquer que me sacie essa sede de viver tudo aquilo que eu não entendo.
O misterio da existência esta no milagre do não saber e mesmo assim se entregar por inteiro como se já soubesse.
Sou filha da fé inconsciente. Sou cega e minha cegueira me obriga a tatear os objetos por onde passo com os dedinhos sensíveis do coração. A vida exige de mim a coragem da infância, com a inocência de quem nunca caiu e não conhece a dor do joelho esfolado. Sou a criança de mim mesma buscando novas aventuras no jardim de casa. Todos os jardins são minha casa e o medo não tem enredo nas minhas brincadeiras.
Amanhã está novinho em folha esperando seus rabiscos. Vá para o seu jardim!
Ana Frantz
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