Um furacao.
Era a melhor forma que havia encontrado para descrever o que a presenca daquele homem rodopiando na minha frente havia causado em mim. Logo eu, que naquela noite, era apenas uma silenciosa bailarina, cantando baixinho ao som dos meus proprios ruidos.
Depois do susto, o ingresso certeiro para a montanha russa, arrancando calafrios de medo pelas alturas em que subiamos, desafiando qualquer estrutura que nos roubasse o direito de uma vista mais ampla. Na descida ja a ansia por novas vistas e o frio na barriga pedindo para que os orgaos internos nos saissem pela boca, para cederem mais lugar para a alma, que expandia, em cada respiracao.
Mas assim como chegou cheio de barulhos e velocidades me arrancando suspiros que ja nem sabia que ainda existiam em mim, com a mesma velocidade foi saindo, como se tivesse aparecido apenas para me mostrar a intensidade das coisas e suas volupias.
Ana Frantz
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