Olho o mapa da cidade
Como quem examinasse
A anatomia de um corpo...
(É nem que fosse o meu corpo!)
Sinto uma dor infinita
(É nem que fosse o meu corpo!)
Sinto uma dor infinita
Das ruas de Porto Alegre
Onde jamais passarei...
Há tanta esquina esquisita,
Há tanta esquina esquisita,
Tanta nuança de paredes,
Há tanta moça bonita
Nas ruas que não andei
(E há uma rua encantadaQue nem em sonhos sonhei...)
Quando eu for, um dia desses,
Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso
Que faz com que o teu ar
Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)
E talvez de meu repouso...
E talvez de meu repouso...
Apontamentos de História Sobrenatural
Hoje no trabalho conheci um homem. Era bem careca, carregado de rugas, magrinho, bem alto, com um sorriso maroto, cheio de brincadeirinhas e conhecimento.
Nosso primeiro contato comecou quando ele me pediu para chamar um Taxi para seu amigo.
O Taxi nunca chegou, mas ficamos batendo um longo papo. Papo gostoso. Macio, engracado e inteligente.
O moco devia ter seus oitenta e poucos anos, mas sua alma aparentava vinte e poucos. Um brilho no olhar e um riso maroto que me cativou.
Falamos sobre politica, turismo, exportacao, terrorismo, clima, wimbledon.
E ele deu risada quando disse que iria comecar a cobrar aluguel do meu sofasinho ja que o Taxi nao iria chegar mesmo.
E ele me contou que agora tem se falado em BRIC- que significa as quatro geracoes do futuro. BRASIL-RUSSIA-INDIA & CHINA- fiquei feliz em saber o que meu coracao ja sabia, o Brasil e o pais do futuro. Meu peito se encheu de esperanca.
Esperanca pelo Brasil- Terra amada- Idolatrada. Esperanca pela velice, pela sabedoria que os anos imprimem. Esperanca em um sorriso mais leve. Esperanca em encarar os destemperos da vida com mais comedia.
Esperanca tambem, porque esse moco que conheci hoje, me fez lembrar de Mario Quintana, gaucho querido.
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