Da minha saudade
Acho o jeito com que Cecilia expressou a saudade tao bonitinho. Dificil expressar esse sentimento. Tao traicoeiro e tao meu companheiro nos ultimos anos.
Saudade e um sentimento duro. Duro de definir. Duro de dominar. Duro de saciar, esgotar, eliminar e acabar. Nostalgia e dor diferente. E quase uma cocega no ceu da boca da alma, e uma vontade de voltar no tempo e agarra-lo com furia. E descolar as cores da parede e ve-las se derretendo na mao. Nostalgia e quase um impossivel que queremos colocar numa caixa de bom bons. E uma lamparina acesa que queremos espiar no escuro do quarto, so para termos certeza de que ela continua la.
Saudade nao. Saudade e realidade. Saudade e uma certeza. E a certeza do tempo que vai passando. E a certeza da falta que se esta sentindo, e de como poderiamos ser melhores se nao tivessemos assa ardencia na alma. Saudade e a conciencia de se estar desperdicando algo de muito bom na vida. E a dor de ver algo sagrado se deixar corromper pelo Deus do tempo. De ver um sentimento raro criar poeira nas dobras de um blusao.
Saudade e tambem esquecimento, porque quando ela e maior que a forca do ar que entra nos pulmoes, a gente chega a um ponto que se deve escolher. Entre viver ou se entregar. E quase sempre escolhemos viver, e a saudade perde seu grito. Ressurge em alguns momentos, mas quase ja nem lembramos mais de seu dialeto.
Mas quando vemos de novo a pessoa amada, as coisas que deixaram saudades, todos os cheiros, todas as cores impreguinam na pele, como se nunca tivessem te deixado. E ai se sente tudo de novo, e e quase como um remorso. Como se pode viver um so segundo aceitando a saudade?
Saudade e corrosiva.
E eu que durmo ao seu lado a mais de 5 anos, procuro em vao um jeito de me tornar inteira de novo. Saudades de todos que amo imensamente e estao longe!
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