Dizem que nascemos livres.
Do parto aos primeiros passos. Dos primeiros passos a primeira bicicleta. Da bicicleta ao primeiro carro. Do primeiro carro a casa propria. Da casa propria aos filhos.
A grande questao, que paira no ar de meus pensamentos, e um acento de interrogacao. Somos mesmo livres? Ou nos tornamos mais escravos na medida que crescemos?
A liberdade, nos dias de hoje ainda e atingivel, ou um ideal que esta distante dos horizontes no seculo XXI?
Me parece que as possibilidades abertas como um leque infindavel e colorido, nos deixaram mais egoistas. Mais pragmaticos e mais exigentes. Nao percebemos mais o peso de nossas escolhas, essa volupia de diferentes egos e nescessidades habitando um mesmo planeta ganham escalas impreceptiveis, e a bola de neve vai nos seguindo enquanto corremos contra o tempo.
Hoje ha mais e mais nescessidade de pertencer. Nem que seja a um grupo, a um relacionamento, a uma carreira, confraria, associacao de bairros, roda de amigos. E para sermos aceitos nesses grupos restritos, somos capazes de trocar a cor da pele, feito camaleao. E ai, que a liberdade muitas vezes nos escapa por entre os dedos.
Complicado julgar, ja que so estamos jogando com nosso instinto de sobrevivencia. John Donne ja dizia, "nenhum homem e uma ilha", e nao queremos ser ilha, queremos ser continente, praias quentes com multidoes indo e vindo. Queremos compania, risos, abracos, toques. Nao queremos o estar "so".
Solidao rima com tristeza, abandono e falta de afeto. Tememos a solidao. Sem perceber que quanto mais fugimos dela, mais nos distanciamos de nos mesmos, e da liberdade de ser quem se e, sem segredos, sem moldes e contradicoes.
A verdadeira liberdade so se absorve na solidao. E temo perceber que so se conhece a si mesmo, aquele que nao teme sua solitude.
Ana Frantz
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