Se eu pudesse desenharia o som e o ritmo que nossos corpos embalam quando estao na presenca um do outro e dancaria essa mistura de valsa com tango a noite inteira, ate o amanhecer me lembrar que o sonho faz sentido para quem nao adormeceu ainda.
Te reviraria pelo avesso, te confundiria cada sentido, te seduziria com a astucia de quem ja morreu um dia. Mas nao quero desvendar teus segredos, um a um, a casa dos meus medos. Te persigo por esse labirinto com as coisas que inventamos pra nos, e quando vejo, sou eu que fujo, dessas garras afiadas, matutas; a gana de quem sabe identificar seus sabores, seus aromas, suas dores. Vou recolhendo minha alma, essa crianca deslumbrada se expandindo faceira por recantos que ela nem bem conhece ainda.
Mas quando me descuido me pego te desenhando de novo, na folha ainda tao branca, nas paginas do livro que ainda nem lemos; apenas algumas palavras. Borboletas escorregam faceiras da caixinha apertada que guardava com tanto esmero, as deixo livres, perambulando pelos ares, pelas cores, pelos aromas, os teus sons.
E cedo ainda, a aurora dos comecos dita no ouvido do destino as surpresas que ainda nao vivemos. Desenrolo esse carpete cheios de cifras e esfinges. Me entrego ao misterio da tua elouquente presenca e deixo a brisa alisar nossa pele sedenta. Sempre sedenta. Voraz pela arte de desejar ser o criador, do palco, do enredo e da plateia, dessa coisa que chamamos de vida.
Te deixo entrar e uma vez mais me permito o mergulho fatal. Se eu morrer de amor; e porque um dia eu vivi.
Ana Frantz
1 comment:
meus Deus,nem sei qual a frase que colo no face!!!!!!Lindo lindo,vou instituir voc~e como meu alter ego! heheh,beijos
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