No entando nos angustiamos tanto quando flutuamos no meio das coisas. Do tempo. Da estrada. Dos relacionamentos. Nao nas amizades, que estas nao possuem comeco nem fim. Sua essencia persiste, alem das esferas que conhecemos como tempo.
Me despeco de tudo o que e definitivo. Solto os pesos deste balao, e me permito alcancar as distancias que tramei pra mim ha muito tempo atras, na terra longinqua dos sonhos esquecidos.
Esta nova aurora vem reluzindo frases reinventadas, bonitos enredos que querem me convencer de que ainda nem comecei a viver e de que o melhor disso tudo, este espetaculo que chamamos vida, esta apenas comecando.
Me alegro como antes a espera deste acontecimento. Aos quatro anos de idade pulando ansiosa ate que meu pai tirarasse o fusca azul da garagem e corria para o banco da frente. Esperava entao paciente por aquele momento; o dia de hastear a Bandeira do Brasil, na semana da Patria. Por este simples motivo me sentia a menina mais sortuda do mundo e a preferida do papai. Entao era preciso esperar paciente por mais um ano, ate que a semana da Patria marcasse de novo em nosso calendario. E assim foi ate eu crescer, e me tornar uma jovem mulher sem mais tempo de sobra para estas idiotices.
E aqui estou, sentada atras de um computador por longas horas ao dia, me perguntando como tudo poderia ter dado tao errado, para que aqui eu estivesse. Assim... Nada disso importa. Agora e a hora deste folego novo. De sentar como antes, no velho fusca azul, a espera do acontecimento que mudaria minha vida, ainda que fosse por apenas um instante. Paciente e inquieta eu espero pelo milagre que tornara tudo mais belo.
Redesenho as paisagens e pincelo um sol onde nao ha. Coloco frases na boca de quem eu amo. Ponto finais nas estorias muito demoradas e exclamacoes nas melhores gargalhadas. Acerto um rumo com o destino, rearrumo as coordenadas, minha geografia sempre me exigira ventos fortes; acredito que eles me seguirao. Confio que viras tambem.
Ana Frantz
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