Photo by Ana Frantz
O Bale das Asas foi um ideia muito antiga. Ainda menina romantica, perdida numa cidadezinha do interior, ainda muito ingenua, sonhadora, quase uma ilusionista. Transformava o mundo numa bola de mil cores e possibilidades. Quase me via com asas. Imaginava a vida um bale de oportunidades. Tinha esperanca. Acreditava em magia. Fazia magia no jardim. Fazia velas. Fazia meditacao, yoga e capoeira. Minha vida era intensa. Eu escrevia. Tinha pretencoes. Tinha blocos cheios de poesia. Tinha amigos poetas. Amigos marabalistas. Amigos naturalistas. Acampava no mato. E desde de crianca achava que era especial. Ficava sentada olhando as estrelas e falando com meus anjos. Hoje ja nao sei mais falar a lingua dos anjos, ja nao sei onde ficou a minha fe. A esperanca, e essas coisas todas que falei. Tudo passou eu acho. Tudo ficou nos veus da memoria. Cicatrizes de uma vida intensa, que tinha tudo para ser feliz.
Bom do Bale das Asas volto a falar outro dia. Era um livro que eu escrevia...sonhava em ser esritora e com tudo o que a Clarice Lispector dizia eu me emocionava. Pensava que tinhamos tudo a ver. Afinal ela era sagitariana como eu. Se der um dia desses publico aqui, frases minhas, coisas antigas, daquela epoca. Epoca que era quase uma outra vida! Nossa dez anos e tempo suficiente para mudar acontecimentos. Enfim o Bale das Asas foi um projeto inacabado meu, um sonho que deixei pelo caminho, como tantos outros. Um aviao que nao decolou. Talvez um warning para quem le isso e ainda possui esperanca, - Jamais desista dos seus sonhos!
Para relembrar e que escolhi esse titulo. Um tapa na cara talvez. Na minha e claro! Para que eu lembre que o tempo nao para, e os sonhos envelhecem. Corra atras do que e seu. Ja! Amanha nao pode esperar...
Hoje - Sagitariana- Ascendente em Escorpiao e Lua em Libra sou mais ou menos assim:
Olhos que almejam o longe e perseguem o infinito, quase sempre buscam o que nao se ve ou o que nao se pode ver. Naufraga num universo de imagens, sons, frases feitas e flores que nunca chegarao. Cria valsas, enredos, teatros de palavras, circos de artistas e palhacos que nunca existiram
Sonha e dorme de olhos abertos, sente sede quase sempre, quase sempre nescessidades, quase sempre ausencias e vontades. Quase nunca a calma, quase nunca a certeza, tambem talvez nao a fraqueza e certamente nao a frieza. Quase sempre um coracao que respira e engole o mundo. Voracidade. Pressa de chegar. Urgencia de viajar de tracar caminhos que nao se sabe a onde vai dar. De olhar o mundo para rabiscar em fotografias que contarao as historias que meus olhos inventaram. De vez enquando realizar, de vez enquando reclamar, de vez enquando se cansar, de vez enquando querer desistir, fugir, migrar para uma ilha, dormir. Chorar quase facil de mais, rir depois e facil tambem. Esquecer numeros, acontecimentos, nomes e rostos, esquecer discussoes, esquecer porque aquilo se acabou. Nao esquecer amores, amigos, ou tudo aquilo que se tatuou por um longo ou curto tempo nas paredes do coracao. Sentir saudades do passado quase sempre, dificuldade em jogar fora, facilidade em acumular lixo, papeisinhos, jornais velhos, ticket
jornais velhos, tickets de aviao, noticias de ontem, cartas de amor. As vezes sim, outras nao. Facil de conquistar, como um gato abandonado na rua se me der carinho eu vou. Amar o mar, acampar, jogar capoeira, ler um livro debaixo da parreira, na lua, na chuva ou na cama. Beber uma garrafa de vinho e deixar o tempo correr. Falar da vida, das dores, compartilhar feridas e tentar esquece-las com uma brincadeira. Criar aventuras e prezervar a infancia, os amigos de infancia, os da adolecencia, os dos vinte e poucos anos e aqueles que virao. Tomar cafe, cerveja gelada, na praia,no jardim, no pub ou no fogao. Escrever, rabiscar pensamentos. Partilhar. Fazer os outros rirem. Tentar nao faze-los chorar. Tentar acreditar que o Brasil vai crescer, que a politica talvez encontre herois, tentar acreditar no meu proprio futuro, no futuro dos meus irmaos, dos meus amigos dos meus sobrinhos e dos meus pais. Tentar nao perder as esperancas entre os veus do cansaco e da falta de brilho que so um dia cinzo as seis da tarde em Londres pode porporcionar.
Desculpa se nao pareco tao otimista assim. Mas a hipocresia de dizer que "foi melhor assim" nunca fez meu genero. Depressiva talvez- tomo cafe sem acucar adoro um uisque sem gelo!
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May
O Bale das Asas foi um ideia muito antiga. Ainda menina romantica, perdida numa cidadezinha do interior, ainda muito ingenua, sonhadora, quase uma ilusionista. Transformava o mundo numa bola de mil cores e possibilidades. Quase me via com asas. Imaginava a vida um bale de oportunidades. Tinha esperanca. Acreditava em magia. Fazia magia no jardim. Fazia velas. Fazia meditacao, yoga e capoeira. Minha vida era intensa. Eu escrevia. Tinha pretencoes. Tinha blocos cheios de poesia. Tinha amigos poetas. Amigos marabalistas. Amigos naturalistas. Acampava no mato. E desde de crianca achava que era especial. Ficava sentada olhando as estrelas e falando com meus anjos. Hoje ja nao sei mais falar a lingua dos anjos, ja nao sei onde ficou a minha fe. A esperanca, e essas coisas todas que falei. Tudo passou eu acho. Tudo ficou nos veus da memoria. Cicatrizes de uma vida intensa, que tinha tudo para ser feliz.
Bom do Bale das Asas volto a falar outro dia. Era um livro que eu escrevia...sonhava em ser esritora e com tudo o que a Clarice Lispector dizia eu me emocionava. Pensava que tinhamos tudo a ver. Afinal ela era sagitariana como eu. Se der um dia desses publico aqui, frases minhas, coisas antigas, daquela epoca. Epoca que era quase uma outra vida! Nossa dez anos e tempo suficiente para mudar acontecimentos. Enfim o Bale das Asas foi um projeto inacabado meu, um sonho que deixei pelo caminho, como tantos outros. Um aviao que nao decolou. Talvez um warning para quem le isso e ainda possui esperanca, - Jamais desista dos seus sonhos!
Para relembrar e que escolhi esse titulo. Um tapa na cara talvez. Na minha e claro! Para que eu lembre que o tempo nao para, e os sonhos envelhecem. Corra atras do que e seu. Ja! Amanha nao pode esperar...
Hoje - Sagitariana- Ascendente em Escorpiao e Lua em Libra sou mais ou menos assim:
Olhos que almejam o longe e perseguem o infinito, quase sempre buscam o que nao se ve ou o que nao se pode ver. Naufraga num universo de imagens, sons, frases feitas e flores que nunca chegarao. Cria valsas, enredos, teatros de palavras, circos de artistas e palhacos que nunca existiram
Sonha e dorme de olhos abertos, sente sede quase sempre, quase sempre nescessidades, quase sempre ausencias e vontades. Quase nunca a calma, quase nunca a certeza, tambem talvez nao a fraqueza e certamente nao a frieza. Quase sempre um coracao que respira e engole o mundo. Voracidade. Pressa de chegar. Urgencia de viajar de tracar caminhos que nao se sabe a onde vai dar. De olhar o mundo para rabiscar em fotografias que contarao as historias que meus olhos inventaram. De vez enquando realizar, de vez enquando reclamar, de vez enquando se cansar, de vez enquando querer desistir, fugir, migrar para uma ilha, dormir. Chorar quase facil de mais, rir depois e facil tambem. Esquecer numeros, acontecimentos, nomes e rostos, esquecer discussoes, esquecer porque aquilo se acabou. Nao esquecer amores, amigos, ou tudo aquilo que se tatuou por um longo ou curto tempo nas paredes do coracao. Sentir saudades do passado quase sempre, dificuldade em jogar fora, facilidade em acumular lixo, papeisinhos, jornais velhos, ticket
jornais velhos, tickets de aviao, noticias de ontem, cartas de amor. As vezes sim, outras nao. Facil de conquistar, como um gato abandonado na rua se me der carinho eu vou. Amar o mar, acampar, jogar capoeira, ler um livro debaixo da parreira, na lua, na chuva ou na cama. Beber uma garrafa de vinho e deixar o tempo correr. Falar da vida, das dores, compartilhar feridas e tentar esquece-las com uma brincadeira. Criar aventuras e prezervar a infancia, os amigos de infancia, os da adolecencia, os dos vinte e poucos anos e aqueles que virao. Tomar cafe, cerveja gelada, na praia,no jardim, no pub ou no fogao. Escrever, rabiscar pensamentos. Partilhar. Fazer os outros rirem. Tentar nao faze-los chorar. Tentar acreditar que o Brasil vai crescer, que a politica talvez encontre herois, tentar acreditar no meu proprio futuro, no futuro dos meus irmaos, dos meus amigos dos meus sobrinhos e dos meus pais. Tentar nao perder as esperancas entre os veus do cansaco e da falta de brilho que so um dia cinzo as seis da tarde em Londres pode porporcionar.
Desculpa se nao pareco tao otimista assim. Mas a hipocresia de dizer que "foi melhor assim" nunca fez meu genero. Depressiva talvez- tomo cafe sem acucar adoro um uisque sem gelo!
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