Tenho a angustia propicia daqueles que poderiam morrer por amor. Disse ele, sem nenhuma dor na voz. Ela sem saber o que dizer naquela hora; calou-se e desejou um dia ter sido amada assim.
Mas do amor; esse Deus, que vicia, aniquila e salva. Ela, conhece apenas uma ou duas faces. E a dor do abandono, sedento, seco e voraz. Os tracos na fotografia, que parecem ter sido tiradas ontem. As marcas na pele. A cicatriz que na alma, essa sempre tao lenta em esquecer, nao se esmera em curar.
Entao os dias vao ficando cada vez mais lentos e incuraveis. A densidade que a chuva traz, faz o corpo ficar mais pesado nessa aurora sem cores ou sons.
A solidao, que sempre se calou frente a risada mais escandalosa, agora cria coreografias neste espetaculo todo dela.
E a vida ou o destino, como te parece melhor nomea-lo. O macho ou a femea. A vida, o milagre da criacao. O destino, a mao forte que muda o rumo, da propria vida. Enfim, a vida, (prefiro chama-la assim). Vai seguindo, sempre, quase sem direcao, a favor do vento ou contra a correnteza. A vida essa flor singela e indestrutivel, aceita o que o destino pre diz.
E a gente, mero bailarinos, nao temos outra opcao, se nao dancarmos essa valsa solitaria, ate que um vento qualquer nos mude o humor ou o ritmo.
E o que eu queria mesmo ter dito, e do sacrificio, daqueles que amam sem serem amados e mesmo assim, me parecem, nao deixam de amar, e nunca! Vinicios disse que t0do grande amor, so e bem grande se for triste. Um amigo me disse, que ja havia chegado a conclusao de que so existe amor nao correspondido nesse mundo.
Eu paro no meio de tudo e peco um minuto de silencio; para onde foram todas as coisas que valem mais nessa vida?
Ana Frantz
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