Perder doi.
Mas e somente na perda que aprendemos a tatear no escuro a beleza de nossos medos. No inusitado que o nada nos presenteia e nos segredos revelados sobre nos mesmos, pela voz suave da solidao.
Quando olho pra tras, no jardim dos meus mortos. Qualquer coisa em mim, tambem morre de vez enquando. Porque la atras, no passado que nao mais se toca, ou se ouve, uma parte minha tambem repousa, sobre a oliveira em flor. E essas memorias, fios tenues e tao frageis, compoem quem somos e o que somos aos que amamos.
E o amor, esse fio magico, vai ligando vidas, como se fosse acendendo luzes uma a uma em uma cidade escurecida. Vai apresentando estranhos, transformando homens comuns em herois, pais em avos, mulheres em maes; vai dando nomes ao que antes nao conheciamos, apelidos que so nos entenderiamos. Vai apresentando amigos onde antes nao havia, vai nos extasiando com essa presenca do outro. Um espelho colorido, complexo, repleto desse misterio sempre tao unico a cada novo dia.
Quando o espelho do outro quebra frente aos nossos olhos extasiados, o que resta e a memoria do rosto tao conhecido, a ilusao do que poderia ser eterno, quando o que queriamos mesmo era brincar de Deuses, vencendo os limites do que e perecivel.
Ana Frantz
1 comment:
Estava com saudades dessa leitura mágica que sempre nos fortalece. Beijo querida..
Mi...
Ceará... aqui o Sol brilha mais forte!
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