Vou te esculpir.
Com cada frase que ja dissemos e teu olhar sempre azul tentando imitar qualquer imensidao que o ceu tem. Vou te enganar, com cada frase minha, sempre dita em outra lingua. Sei que me decifras, ate quando nao dizemos nada.
Vou te esculpir com cada petala de rosas que ja me destes e cada aroma teu. Vou redesenhar tuas entranhas, te tornar o que queres ser. Essa peca do quebra cabecas que sempre faltava, na tua estante empoeirada com os livros que nunca lestes.
Vou te domar, te tomar, te libertar dessa dor que carregas tao secretamente.
Te darei um filho, um lar, um pais.
Vou te esculpir com poemas em portugues e batidas de atabaque. Vou te revestir de roupa e carne, nesse bale que dancamos tao misteriosamente.
As coisas nao ditas, e que por serem silenciosas despertam tudo o que ha de selvagem em nos.
Vou te reescrever e na estoria que e so minha, teu final feliz embalara o meu, e tuas estradas tortas encontrarao na minha um atalho para tudo o que e essencial em nos.
Rabisco em ti declaracoes de amor escritas sempre em outra lingua, enquanto te deixo que te percas em qualquer outra forma de amor. E que quero que venhas manso. E que quero que descubras o caminho por ti mesmo. Enquanto cambaleias em tuas procuras sigo rabiscando pistas que possam enfim te levar, para aquele lugar seguro, que tanto imploras com lagrimas nos olhos, para teus Deuses. Enquanto te espero, tambem imploro baixinho que descubras o caminho e sigo rabiscando com graos de giz setas luminosas pelo chao.
Ana Frantz
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