Na ansia do adeus me beijas como se nao houvesse amanha. No escuro e onde nos encontramos sempre acesos, e e quando tua confusao ganha dimensoes ainda mais desesperadas em ti.
Queria que soubesses que atras do meu sorriso quase infantil que desafia o destino, existe uma parte que treme, quando pensa em te perder.
Ora, mas se sabes que eras sempre meu ceu e minha terra firme, nos voos mirabolantes que inventavamos, na hora certa das colheitas e ate mesmo nos momentos aridos quando o vento parecia ser capaz de eliminar cada grao de areia do deserto, ate ali, eu era tua. Entao porque nao vens, agora que ando por ai colhendo frutos maduros, apos a longa semeadura?
Tantas vezes o que mais se teme e a felicidade, talvez em tuas desordenadas fantasias, era mesmo isso o que temias. Esse frio na barriga como se sempre algo extraordinario estivesse por acontecer. Nunca andamos por estradas retas, eram estas curvas perigosas que nos metiam medo o que nos interessava, porque era assim que nos faziamos vivos. Talvez essa alquimia que sempre parecia nos transformar em outros seres e a enxergar coisas mirabolantes que outros nao viam, estava na impossibilidade em amar um ao outro. E quando desafiavamos estas leis fisicas, nos sentiamos mais proximos dos Deuses.
Mas de tanto brincar de Deuses confundimos nossas crencas.
Agora que o estrago foi feito e minhas veias se perderam nas dimensoes estranhas do teu coracao, queres te calar frente minha honestidade quase brutal. E quando choras e apenas para dizer-me que es covarde o bastante para deixar que eu me desprenda de teus dedinhos e me perca sozinha pelo mundo, em busca disso tudo que criavamos quando amando o que nao podia ser amado, desvendavamos o segredo de se estar aqui.
Ana Frantz
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