E mais uma vez ouvimos falar em atentado bomba contra Londres!
Dessa vez em um carro na frente do Tigger-Tigger em Picadilly Circus. Night-club onde conheci meu marido, Eduardo ha quase cinco anos atras, onde Londres vivia uma realidade bem diferente.
Hoje a gente tenta esquecer o atentado de sete de julho, o medo que sentimos naqueles meses depois das bombas, a sensacao de liberdade roubada. De servilha.
A imagem daquele dia continua viva em mim, embora queira esquecer nao consigo.
Trabalhava em Canary Wharf naquela epoca, no trigesimo primeiro andar do edificio do Lehman Brothers.
Primeiro foram os rumores. Depois carta da seguranca do predio circulando, relatava que Londres havia sido vitima de um atentado terrorisa. O corpo gelado. Medo. Apreencao. Sensacao de impotencia.
Elicopteros sobrevoando Londres. Evacuacao de Canary Wharf- barcos disponibilizados ao longo do Tamisa, filas quilometricas.
Voltei pra casa a pe naquela tarde- uma Londres cinza, bizarra quase, onde o silencio era so quebrado pelo som das sirenes. Muitas pessoas andando, as ruas cheias de gente, cada qual tentando achar o caminho pra casa. O transporte parou. Nao havia onibus. Nao haviam treins. Peguei um trajeto errado e acabei na esquina com Algate East um dos pontos onde uma das bombas explodiu- A cena! Policiais por todos os lados, fumaca, caos.
Naquela epoca lembro minha aflicao, jamais havia imaginado estar vivendo aquela situacao, tao proxima de um atentado terrorista que iria abalar a historia do Reino Unido por geracoes a seguir.
Lembro o atentado nos Estados Unidos- 11 de setembro. Trabalhava no jornal, era responsavel pelo arquivo digital. Na epoca lembro ter que passar por todas aquelas imagens, uma por uma, colocando nomes e datas. Chocada, queria esquecer e nao conseguia, o que jamais podia imaginar e que um dia estaria tao perto dessa cena.
Quando vivemos o atentado aqui em Londres, passei por uma fase de panico bem forte. Nao consegui entrar em um onibus ou em um trein por pelo menos tres meses. Por pelo menos tres meses nao fui ao centro da cidade, nao caminhei a beira do Tamisa, nao fui em minhas rotineiras caminhadas para fotografar.
Fiquei literalmente da casa para o trabalho. Do trabalho para a casa. Pegava um onibus nao muito popular e estava concentrada so no leste de Londres uma area fora do alvo dos ataques.
Com o tempo esqueci, e voltei a levar minha vida dentro da normalidade, no entanto, numa cidade como Londres, com 9 milhoes de habitantes das mais diferentes nacionalidade, a gente nunca sabe, qual sera a proxima surpresa.
1 comment:
nosso santo eh forte neguinha!
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