Fez sol em londres o final de semana inteiro. Uma amiga minha vai casar depois de dez anos de namoro, outra conseguiu o emprego tao sonhado, os pais de outra vieram visitar. A vida ao meu redor, reflorece. As flores na minha sacada a cada dia ficam mais coloridas. Olho tudo ao meu redor, e tudo parece estar indo bem. Olho pra dentro, e vejo uma casa vazia.
Passei o final de semana inteiro de cama, com febre. Nao fui trabalhar na sexta-feira. E o sol la fora continuava a brilhar. Do outro lado da cortina, imperava aquele sentimento, de estar "perdendo" o tempo, equanto ele escorrega entre os dedos e aflitos olhamos, exclamamos, mas nao sabemos bem ao certo o que fazer. Assim passei os ultimos dias. Repensando, repassando a vida a limpo de certa forma. E tudo isso me deu certo pesar.
Ja nao sei se a rota que planejei, e a que vai me levar, para as coisas que valem mais na vida. Nao sei se os meus sonhos valem o peso da solidao. Nao sei se Londres vale a ausencia fisica daqueles que mais amo, e que foram desde o inicio meu ponto de equilibrio. Ja nao sei mais se quero ser forte o bastante para nao desistir nunca, as vezes rezo baixinho para ser fraca o bastante para desistir de tudo!
As vezes, (so as vezes!) desejo que pudesse ser como todo mundo, as vezes desejo que pudesse ter calma, e menos fome, dessa vida que me devora inteira tambem. As vezes gostaria de poder mudar meu destino, escolher voos mais razos, e distancias mais curtas. As vezes gostaria de voltar a ser a menina da pequena cidade do interior, que sonhava com casamneto e filhos, passeios na gruta e churrascos de domingo. Sempre quis algo mais, algo que eu nao tinha, mesmo nao sabendo ao certo o que isso significava, ou onde eu queria chegar para ter entao a calma.
Entao me fiz distante. Procurei na distancia o misterio. Nas estrelas, alguma luz. Na solidao, minha forca. Fiz das minhas aventuras, um pequeno trofeu, que guardo so para lembrar. Fiz do amor, minha unica razao, e isso tambem perdi. Hoje olhando tudo de tras pra frente, sinto, que fui mais sozinha do que imaginava. Enquanto eu fazia planos, quem me rodiava abria as portas e partia da minha vida, sem me avisar. Para quem eu dei a lealdade, hoje o silencio. Para quem eu dei em um coracao tudo o que nele tinha; o silencio. Para aqueles que eu deixei acenando enquanto eu me virava e seguia; o silencio. O silencio que eu dou, e o mesmo silencio que ecoa no precipicio. E la com os pes na ladeira, parte minha, me pede para voltar.
E eu que sei de minha teimosia, continuarei andando por ai, em busca de um lugar seguro, enquanto o vento curva as arvores em meio a um temporal. Eu sei, que continuarei seguindo. Afinal de contas, ha sempre um algo mais, alem do horizonte. Ha sempre uma razao maior para nao desistir. Mas Deus, como eu queria, poder voltar, so por um dia. E me contentar somente com as coisas simples da vidaAna Frantz
2 comments:
Tens uma companheira em querer voltar, so por um segundo, e se contentar com as coisas simples da vida...
Queria tbm saber escrever tao bem quanto vc!
Beijos minha flor de liz.
AMEI o texto, disse tudo... lembro quando eu desejava o mesmo... toc toc toc com o sapatinho da Doroty e se realizou...
Te amo
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