Wednesday, 23 September 2009
Viagem de trem
Uma amiga me disse dias atras: A vida e como uma viagem de trem, cada qual com seu vagao, e precisamos aceitar que pessoas entram e saem dele, quando elas bem intendem, mas nem por isso precisamos mudar o rumo dos nossos trilhos para segui-las.
O que nao entendo e porque a Lei de Murphi precisava estar quase sempre tao presente. As pessoas que nao deveriam pular na proxima estacao, acabam descendo cedo demais, e aquelas que carregamos, ja com exaustao, acabam ocupando por muito tempo a cadeira que gostariamos tanto de ceder para qualquer outra, disposta a admirar a vista na janela.
O novo que chega como uma avalanche derrubando barricadas e estruturas inteiras, chega so para um vento novo, que carrega baloes coloridos na imensidao do ceu.
Aflitos e atentos, olhamos na distancia o que foi para nos nada mais do que uma brincadeira de crianca. Uma risada gostosa. Um vontade de viver em demasia. Um alivio imediato para aquela agonia. Que agora, depois das cinzas postas na chuva, a fumaca que queima e apenas um indicio de que quase tudo tem um fim.
E mais uma vez sigo solitaria em minha viagem pessoal. Cruzo Tropicos. Ao passar pelo Equador, algo no jeito que ele me olha, na noite que esconde estrelas num ceu coberto de nuvens, me diz, que nem todo adeus e sincero. E se quisessemos ainda haveriam outras noites, nas longas madrugadas ao relento, mesmo quando o vento que o inverno grita arrepia tudo por dentro.
Mas entao assim como vem. Ele vai. Esse estranho em meu vagao, que bate em minha porta num dia febril, me traz as asas, me empresta o riso e me relaxa os musculos. Assim como chega inesperado como uma temepestade de verao, tambem segue, para alem dos meus trilhos, para sua propria viagem.
No final. Nao posso pensar em nada que me console mais, do que dizer que tudo sao memorias e que elas constroem nosso castelo e a estrutura que nos segura em dias nublados. O momento. Esse sempre tao raro, passa, no sopro de um assovio.
La se vao meus baloes coloridos pelo ceu. Levados pelo vento. O vento do destino, assopra na varanda, me fazendo mais uma vez virar a pagina.
Sigo entao, em meu vagao. Com sorte uma historia qualquer sera escrita de novo. Em breve.
Ana Frantz
Tuesday, 22 September 2009
Monday, 21 September 2009
Thursday, 17 September 2009
A estrada mais longa
Wednesday, 16 September 2009
Longamente
Saturno e Urano estão opostos no céu astrológico: o velho e o novo, o passado e o futuro, o que já foi com o que pode ser. Estamos vivendo este limiar, a necessidade de complementar esses opostos, criando uma ponte entre esses mundos. Mas para isso é... preciso vencer o medo do desconhecido, ousar a singularidade e construir na realidade o que agora ainda é uma visão... Isabel Mueller- Astrologa
Meu Saturno pousa mansinho no ceu das memorias. Posso assim ouvir os ecos com a nitidez da flauta magica, so nao posso trazer de volta o aroma daquelas tardes e o toque macio que so quem foi amada assim pode sentir. Meu olhar aplana na distancia, o horizonte que nao quer encontrar um fim. Mas ja nao posso regressar, voltar e verter o sangue ja derramado em demasia. Em demasia por aquele tipo de amor.
O sacrificio. A negacao. O peso de carregar comigo aquelas maos. Oro longamente para que o deixe ir. Que se va entao, o longo e demorado amor. Mas que enfim, nao parece ter remedio e longamente eu me perco no desejo tao insano de te-lo enlacado em minha cintura e em suas maos a algema mais dura. Longamente sento a admirar nas distancias o peso da dor, das coisas idas, da sombra que fica paralizada ao chao e que insiste em nao seguir o corpo, ja a frente dobrando a esquina.
Minha alma espera em segredo por ele. E eu quando a descubro assim calada, tremo toda por dentro. Como ha de haver ainda tanto amor? Depois das longas madrugadas, do frio machucando a pele coitada. Da solidao, rispida, seca, urbana. Depois ainda, de escaldar, cada grao, do que eu era entao, ainda assim, ele sobrevive em mim e se expande demoradamente nas arterias dessa nova mulher, que se mutila e renasce a cada dia, numa tentativa alucinada em matar enfim essa seiva sagrada. Tamanho amor que aniquila em negacao. A impossibilidade que o nao ordena. O sol que se poem no horizonte para jamais renascer no outro dia. A porta que se fecha a sete chaves e nao mais permite os devaneios de quem por ali, ja passou um dia.
O novo capitulo se deita sobre meu olhar triste. Ja nao queria o novo. Ler o mesmo poema ate decorar cada palavra de dor e do extase, que e estar imerso nesse diluvio. Ah o mal de amar! Mas como eu te preciso velho desbotado amor. O novo que chega como uma valanche me assusta e ansiosa tento me agarrar no que vejo. Mas quando anseio protecao, e ainda, aquele mesmo olhar na escuridao que procuro. As sardas que contornam aqueles olhos, sao elas que anseio beijar, com o gosto da saliva de quem chora. Ja nao consigo chorar por ele. E quando tento e como se um deserto se abrisse em mim. Nao consigo mais chorar pela velha dor. E sinto entao inveja das noites que solucava em pranto desesperado por aquele amor.
Sofro calada, em segredo. Canto o antigo nome baixinho, para ver se o espanto de dentro de mim. Mas a verdade nua vem correndo atras, me perseguindo entre os labirintos que eu criei para me perder dele. E quando aquela pulsacao descontrolada me ataca, me rendo entao. Mas me rendo ao nada, a falta. E somente a falta me abraca. O silencio que ele impera, como rei soberano na terra. Na minha terra, quase sempre em cio. O cio demasiado e sincero que longamente espera um alivio.
Ana Frantz
Tuesday, 15 September 2009
De volta, a Terra de Cabral
Sempre acho que voltamos mais ricos apos uma viagem. Longa ou curta. Tudo depende do olhar que se dedica e se deita ao novo que nos revela aos olhos. O deslumbramento de quem vira uma pagina que nunca leu. Foi pela segunda vez que andei pelas ruelas de Lisboa, e admirei, mais uma vez, os azuleijos coloridos enfeitando as fachadas dos casaroes antigos e ouvi a conversa dos vizinhos na Travessa das Inglesinhas, como se fizesse parte em um filme muito antigo.
Portugal sempre me lembra o Brasil. Tem algo no cheiro da noite. Nas estrelas que despontam no ceu, sem nehuma timidez. Nas ruas largas, noutras estreitas, das subidas e descidas. Dos nomes poeticos nas fachadas das pastelarias. Nos numeros marcando os sobrados, em branco e azul bem forte, como era, la na velha Santa Cruz dos anos oitenta. Nas estradas de paralelepipedos. Rabiscos na culinaria, e e claro na lingua portuguesa.
Lisboa ja havia me cativado, e ao toca-la pela segunda vez, foi como amar de novo. Foi como reler um bom livro. Um papo com Fernando Pessoa e com as deusas do Fado. Imaginar a vastidao do Tejo, e os caminhos, que essas mesmas aguas abriram para o povo portugues. Ver em suas margens sob a noite de estrelas os pescadores a contar anedotas e sonhos, de outras Terras, nos dias idos das descobertas. Que hoje, sao minhas tambem.
A Lisboa provinciana a um primeiro olhar, e a cidade moderna e cultural, para quem da um mergulho mais profundo. A Lisboa que cheira a bacalhau e a poesia. A Lisboa dos velhos no botequim. Das portuguesas de avental sentadas na rua. E inevitavelmente a Lisboa do Bairro Alto e da Fabrica Braco de Prata, as duas cenas noturnas, mais inspiracionais que vi, nas minhas ultimas andancas.
Lisboa tem alma e encantamento. Tem o cheiro de um bom livro que vai se lendo aos poucos, da poesia de uma solidao, que em Lisboa, as vezes e quase palpavel. E bonita tambem.
E nao muito longe dali, tem a Costa da Caparica e o Oceano Atlantico, que mesmo em dia nublado me puxou para um mergulho. Aos olhos extasiados da minha amiga brasileira, que mora la, ja ha um ano e que me recebeu de bracos abertos. Ela exclamava que a agua estava fria,e que eu so podia ter virado inglesa de vez, se entrasse no mar assim. Pois, eu entrei. Nao sei se sou mais inglesa que brasileira, mas a agua, me soou morna apos um mergulho e a vontade que eu tive era de engolir todo aquele mar, so para chegar ate a costa brasileira.
Portugal tem um nao sei o que, que eu tambem nao sei definir. E como um abraco que acalenta, e algo que nos puxa para fora, quando nao nos fazemos entender, com nosso sotaque brasileiro, e com a melodia, que nosso povo adicionou a lingua. As vezes e quase como se fizessemos parte de um mesmo povo, noutras tao distante. Pais e filhos talvez, que se amam e se odeiam e que de certa forma, nao se entendem, mas que nao existiriam, um, sem o outro.
Ana Frantz
x
Thursday, 10 September 2009
Wednesday, 9 September 2009
Tuesday, 8 September 2009
Sentidos
E ela tentava imaginar. Como teria sido o futuro se ele tivesse tido a coragem. A coragem fatal e nescessaria para se continuar vivo. A coragem de se despir frente ao mundo que atira cacos de vidro em nos. E no peito em cicatriz que se expande na dor, mas nao para de bater cradenciado, com a fome santa e enlouquecida que anseia tudo.
Teus poros, tua risada, teu olhar.
As sardas contornando tua boca. A imagem que ela tinha quando crianca. As sardas contornam tua boca, mas seus dedos nao te alcancam mais. O teu olhar, verde com rabsicos escuros. Tuas maos sempre tao fortes. Tua calma, sempre tao branda. E ela segue pelas ruas, a saia de cetim, voa com o vento, e faz com que sua sombra na parede branca reluza na imaginacao do equilibrista. Mas ela corre no tempo, vazia.
Tu nao a ves. Tu nao a sentes.
Enquanto ela danca em meio a multidao, ela te imagina na frente dela, no escuro de noite, ela te imagina chegar, na fila do supermercado ela te imagina carregando as verduras frescas, quando as estrelas veem brilhar ela te imagina olhando o mesmo ceu. Tocando a mesma lua. Segurando o mesmo pensamento. Ansiando o mesmo desejo.
Ela te espera chegar. Ora para que um dia desprevinido tu escutes o uivo que a noite assopra no ouvido, no calafrio, que o vento arrepia na pele, na sombra prateada que a lua cria, por volta das flores no jardim. Ela ora em silencio, para que tu acordes. E correndo busques o que perdestes na esquina. A perola fragil. O diamante raro. A ultima chance de ser feliz. De ter sido humanamente feliz. Nao a felicidade de comerciais de margarina. Mas a felicidade insana e real. Entregue a montanha russa que a vida edita, ao caos das estrelas nascendo por dentro, na angustia e na dor, de sentir a propria pele rasgando com a chama desse vulcao sempre em erupcao.
Ela senta no jardim e imagina, como teria sido a vida, se ele tivesse tido a coragem de ama-la, com todos os seus sentidos.
AF
Monday, 7 September 2009
Patria Amada
ggggggggggEntao, e mais um sete de setembro. E mais uma vez vamos as ruas, a comemorar, a Independencia do Brasil. Oh brava gente brasileira! Ou ficar a patria livre, ou morrer pelo Brasil. Cantavamos com veemencia antes do termino do intervalo escolar. Nos anos dourados da infancia, onde os fatos historicos eram meras historias em quadrinhos e o amor pela patria, uma energia inerente ao coracao juvenil. 187 anos se passaram, desde o grito brado e retumbante de D.Pedro - Independencia ou Morte!
ggggggggNos libertamos de Portugal e nos rendemos aos Estados Unidos. Os portugueses levaram nosso pau-brasil e construiram catedrais com nosso ouro. Agora entregamos os tesouros naturais da amazonia, para nossos vizinhos ricos, em prol de algumas regalias, que achamos vital para a nossa sobrevivencia como nacao.
ddddddHoje comemoramos pelas ruas de todo o pais a entao chamada; independencia. E eu me pergunto, ate que ponto crescemos neste quase dois seculos. O Brasil; um pais gigante pela propria natureza, e bem novo, quando comparado com as outras grandes potencias ja desenvolvidas. Um pais, que possui tanto a oferecer, em termos naturais, agropecuarios e geograficos, e ainda, tao dependente, de seus irmaos mais velhos.
Geracao Coca-cola
Livros que me acompanham em 2009
- Notes from my travels- Angelina Jolie
- THE SHAMANIC WAY OF THE HEART - Chamalu- Luis Espinoza
- Shooting Butterflies - Marika Cobbold
- The Global Deal - Climate change and the creation of a new era of progress and prosperity- Nicholas Stern
- The Penelopiad- Margaret Atwood
- Discover Atlantis - Diana Cooper
- Tne Gift - How the creative spirit transform the World - Lewis Hyde
- My East End: A history of Cockney London- Gilda O'Neil
- Delta of Venus- Anais Ninn
- The Little Prince- Antoine de Saint Exupéry *** Apr
- Doidas e Santas- Martha Medeiros (March)
- The English Patient by Michael Ondaatje
- Gilead by Marilynne Robinson - Feb
- Healing With the Faries by Doreen Virtue (Feb)
- Montanha Russa- Martha Medeiros (Feb)
- O codigo da Inteligencia - Augusto Curry - Feb
- O Ensaio sobre a cegueira - Jose Saramago ( Jan Lendo)
Livros que andaram comigo em 2008
- Meditacao a primeira e ultima Liberdade by OSHO ( Dec)
- The English Patient by Michael Ondaatje (Dec Lendo)
- Harry Potter and the Philosopher's Stone - J.K Rowling (Oct Lendo)
- The PowerBook - Janette Wintersone (Oct- )
- A vida que ninguem ve- Eliane Brum (Sep - Lendo)
- The Birthday Party - Panos Karnezis - (Sep )
- Ensaio sobre a Lucidez -Jose Saramago (Lendo...)JUN
- Nearer The Moon -Anais Ninn (Lendo..) JUN
- Superando o carcere da emocao - Augusto Cury(lendo...) JUN
- Perdas e Ganhos- Lya Luft Jun(Releitura) Jun
- A Mulher que escreveu a Biblia - Moacyr Scliar(May) ****
- The Secret By Rhonda Byrne (May)
- Time Bites -Doriss Lessing March (lendo...)
- Life of Pi - Yann Martel (March to May )
- The Kite Runner -Khaled Hossein /March ****
- Back when we were geown ups / ANNE TYLER (larguei na metade)
- O Sonho mais doce - DORIS LESSING /Feb ****
- The Crimson Petal and the White- MICHAEL FABER / Dec-Jan / ***
Livros que me acompanharam em 2007
- Burning Bright - TRACY CAVILER
- Fear of flying - ERICA JOUNG (larguei na 50th pagina)
- I'll take you there - JOYCE CAROL OATES ***
- Memorias de minhas putas trsites GABRIEL GARCIA MARQUEZ ***
- The Siege - HELEN DUNMORE ***
- A girl with a pearl earing - TRACY CHAVILER ***
- A year in Province PETER MYLES ( larguei na metade)
- The mark of the angel- NANCY HUSTON-
- A bruxa de portobelo - PAULO COELHO -
- Under the Tuscany Sun - FRANCES MAYA -
- Sophie's World - JOSTEIN GAARDER *
- The umberable lightness of being - KUNDERA- **
- As aventuras da menina ma MARIO VARGAS LOSA - ****
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