Uma amiga me disse dias atras: A vida e como uma viagem de trem, cada qual com seu vagao, e precisamos aceitar que pessoas entram e saem dele, quando elas bem intendem, mas nem por isso precisamos mudar o rumo dos nossos trilhos para segui-las.
O que nao entendo e porque a Lei de Murphi precisava estar quase sempre tao presente. As pessoas que nao deveriam pular na proxima estacao, acabam descendo cedo demais, e aquelas que carregamos, ja com exaustao, acabam ocupando por muito tempo a cadeira que gostariamos tanto de ceder para qualquer outra, disposta a admirar a vista na janela.
O novo que chega como uma avalanche derrubando barricadas e estruturas inteiras, chega so para um vento novo, que carrega baloes coloridos na imensidao do ceu.
Aflitos e atentos, olhamos na distancia o que foi para nos nada mais do que uma brincadeira de crianca. Uma risada gostosa. Um vontade de viver em demasia. Um alivio imediato para aquela agonia. Que agora, depois das cinzas postas na chuva, a fumaca que queima e apenas um indicio de que quase tudo tem um fim.
E mais uma vez sigo solitaria em minha viagem pessoal. Cruzo Tropicos. Ao passar pelo Equador, algo no jeito que ele me olha, na noite que esconde estrelas num ceu coberto de nuvens, me diz, que nem todo adeus e sincero. E se quisessemos ainda haveriam outras noites, nas longas madrugadas ao relento, mesmo quando o vento que o inverno grita arrepia tudo por dentro.
Mas entao assim como vem. Ele vai. Esse estranho em meu vagao, que bate em minha porta num dia febril, me traz as asas, me empresta o riso e me relaxa os musculos. Assim como chega inesperado como uma temepestade de verao, tambem segue, para alem dos meus trilhos, para sua propria viagem.
No final. Nao posso pensar em nada que me console mais, do que dizer que tudo sao memorias e que elas constroem nosso castelo e a estrutura que nos segura em dias nublados. O momento. Esse sempre tao raro, passa, no sopro de um assovio.
La se vao meus baloes coloridos pelo ceu. Levados pelo vento. O vento do destino, assopra na varanda, me fazendo mais uma vez virar a pagina.
Sigo entao, em meu vagao. Com sorte uma historia qualquer sera escrita de novo. Em breve.
Ana Frantz
2 comments:
E aí guria! Vez em quando embarco no teu trem e viajo um pouco. Depois desço, mas sei que logo ali vou embarcar novamente. A escuridão, se vier, não passará de um túnel pelo qual passaremos eu, você e o trem.
Abraço,
Charles.
I need some news from you!
Eu sempre viajarei contigo no mesmo trem. Apenas em um vagão diferente, mas sempre perto do teu, para que quando nós sentirmos vontade, uma possa ir sentar do lado da outra para contemplar a mesma paisagem sob o mesmo ponto de vista.
Estamos apenas em vagões diferentes my dear, mas sempre no mesmo trem...
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