Tua presenca e luz.
Quando vens; chegas sempre reconstruindo. Tijolo por tijolo essas estruturas tremulas onde habito. Quando vens; chegas enfeitando de flores os moveis empoeirados, abrindo janelas com vista para o mar, pintando estrelas, acalmando o vento, encantando o destino, desafiando o feio.
Tu es a divina forma da beleza.
Preencho linhas com palavras absorvidas de misterio e fe, neste livro tao secreto dos dias. Talvez so mesmo o milagre da criacao poderia ser soberano o bastante para te prender nas grades doces do meu amor. No entanto o que se passa por tras dos bastidores dos guardioes do destino, pouco sabemos. Esses senhores cabalisticos que manifestaram tua presenca frente aos meus olhos sedentos, nao teriam como prever quao grande era a sede de quem andou anos pelo deserto seco e sem vida.
Eu que tinha esta sede, vi em ti tanta agua e tanto ceu, quis te engoluir com toda a fome que na minha alma havia, e aos poucos fostes me preenchendo com o liquido vital e poetico da tua existencia, sem apressar os dias.
Tu vens; vagarosamente a cambalear pelos caminhos. Escuto tua respiracao, os toques do teu coracao, a cadencia dos teus passos tortos, confusos, sempre apressados. Te vejo chegar com a alegria da espera que finalmente teve seu fim. E quando nos encontramos e sempre a mesma explosao de dois corpos andando em uma alma so.
Tu vens para reestabelecer a calma no meu afobado coracao.
Ana Frantz
1 comment:
Ana
Gostei da expressão "livro secreto dos dias"
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