Agarrava-a em seus bracos como se fosse a ultima chance de ser feliz. Nao a felicidade por inteiro, aquela que chega silenciosa e sim a felicidade daqueles que possuem uma certa cegueira de alma. A felicidade que exige sons muito altos e as cores muito intensas para pincelar em uma aquarela perecivel e fragil.
E que logo se precebe no andar da longa estrada, que o para sempre e uma terra que apenas pode existir dentro de si. Na contemplacao plena do existir ha que ser maestro e dono da melodia que se cria entre frases feitas e poemas de livros.
Ha enfim uma verdade. Presa. Dormente ou latente em cada um de nos. E esta habitara enfim em esplendor na terra do pra sempre. Os sentimentos que la repousam, e vez que outra em solucos e ecos de risos, nos lembram quem somos, constroem atraves do tempo a estrutura de que somos feitos.
De nada nos cabe atear fogo em pontes so para nao corrermos o risco de cruzar os mesmos rios.
Ofuscar esta verdade, apenas atrazaria mais o andar. Estancar este fogo que verte da carne, dos poros e das veias aflitas, sem antes liberta-lo de suas proprias chamas, seria apenas um jogo para amadores. Era o medo que inflamava uma doenca ou outra e acelerava qualquer tipo de entrega que nao deveria jamais ter sido feita.
Ele agarrava-a como se fosse a ultima chance de provar para si mesmo que o passado era apenas uma historia mal escrita e que sua vida estava apenas comecando.
A verdade repousa inofensiva, como quem promete nao avancar. No entanto, em seu proprio despertar contagiara sua plateia com seus gritos tortos, despertando fantasmas dormentes com suas dores ainda latentes, do fundo do palco.
A felicidade, chega. Ela vira silenciosa e permanente, apos cada grito de espanto nos fizer perder o medo de descobrir o escuro no outro. A felicidade vem e nao tem nome. Nao tem tempo. Nao tem pressa. Basta ser sincero.
Ana Frantz