“destroço”
“Que repouso? Que pedra para
pousar nela minha cabeça?
Nada,não existe pedra,
não há lugar em que possas permanecer.”
Mario Luzisaia
carregara sua solidão
pelas calçadas
descartável
como uma lata
de óleo de soja
vazia
na lixeira
já não acrescenta
muita coisa
ao presente
com suas tristezas
sem porto
num oceano
de incertezas
já não vira
a página
já nem lê
a mesma página
rasgada
os poucos
versículos sublinhados
na bíblia de sua carne
assim
quando o veem
alijado de toda sorte
uma ou outra brusquidão
no olhar distante
é como se vissem
por um tempo insofismado
um manequim em
alguma loja
fora de estação
Romar Beling, em Leituras de Mundo
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