Quando vinha era certeira, atingia em cheio uma valvula ou outra do coracao, para noutro segundo levantar voo e assim partir. Asperas e efemeras, eram as coisas que inutilmente ansiava agarrar em seus dedinhos suaves.
Quando vinha. A felicidade; era mais do que uma fome saciada. Vinha embriagada de vinhos, com o gosto da melhor estacao. Vinha pincelada de paisagens fugazes, quase irreais. Quando vinha, ofuscava qualquer peso que a realidade um dia teve e lhe entregava em seu calice o balsamo sagrado da ressureicao.
E se neste dia nascia de novo, era apenas para no outro morrer.
Rapida e fugaz era passageira, que noutro segundo silenciava, declamando cancoes e espalhando seu perfume mais adiante, la no outro vagao.
Com as maos vazias, seguia entao. No nada que lhe cabia, ao findar de cada dia, nos passos pela estacao. Nas nuvens que iam se movendo com cautela, so para mostrar aos mais atentos que mesmo no silencio se dancava. Nesta valsa vienensse e silenciosa entregava seus melhores passos e no escuro entendia a forca que o silencio tinha quando acariciava calmamente o que nao se podia ter.
Ana Frantz
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