So a liberdade me salva deste vicio de tanto querer.
Me salva da nescessidade de ter tido a sorte banal de segurar tuas maos no final dos dias.
Medito na impossibilidade de nos dois ate me convencer pura e santa de tuas entranhas sempre tao doces para qualquer boca. E que nisto te enganas. Quase sempre te enganas.
Profano sonhos tortos a cambalear no camarim do bem me quer. Embriagados de opio, sal e fantasias que jamais acordam para o cafe da manha.
E claro que a esperanca existe! Mas nao para nos dois.
Se e tarde ou cedo, nao sei ainda. Apenas sei que o tempo de te sonhar acabou. Rabisquei os desenhos que fiz, reestruturando as linhas do teu rosto, os detalhes da mao que me incomodavam um pouco e uma certa inquietude que sempre me deixava no olhar.
Se era po de sonho; ja foi. Os teus loucos quereres brincando de malabarista de um lado para o outro, em cima do muro das incertezas sexuais. Incertezas sexuais? Nao era sempre o amor e mais nada que bastava ao findar de mais um dia?
Eu que fui a bailarina no silencio de tuas duvidas, me despeco do palco e parto para a vida.
Ana Frantz
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