E ha sempre o perigo, que a vida instiga! Os atalhos que escolhemos e que acabam sendo o caminho mais longo. Os jogos emocionais que tentamos dominar e que nos deixam mais confusas sob nossa posicao no tabuleiro. A corrida que travamos para vencer a solidao, sem perceber que e na calmaria que ela se liberta. As paixoes que tentamos refrear, mas que chegam derrubando tudo com sua enchurrada.
Viver lado a lado com o imprevisivel; sem saber se vai dar sol ou chuva, sem poder prever um telefonema, nem se quer um final de tarde, tem de suas dores a delicia. O imprevisivel nos da portais gratuitos para o sonho. Estou com Louis Amstrong quando ele canta- What a wonderful world! O imenso ceu azul, as nuvens brancas, o ar que entra e sai dos pulmoes, o coracao que bate. Ser humano, e a maior aventura que poderiamos adentrar, viver e o maior risco que poderiamos cometer. E o bonito disso tudo, e que nao temos saida, a montanha russa nos e imposta, e no tamanho da queda impera o frio na barriga, na plenitude das subidas, se galanteia a paisagem. O ingresso que nos e garantido nas maos e unico. Entao e melhor que facamos bom uso dele.
Mas dai sabe la, uns ganham mais subidas, outros mais decidas, outros esperam por muito tempo na fila. A vida e justa? Nao. Acho que a vida nao se deixa levar pela balanca do justo e injusto, certo ou errado, amor e odio. A vida e muito mais do que isso, e complexa demais para ser retida em linhas ou em palavras soltas. A vida e uma avalanche de sentimentos, que nos faz explodir em choro, em gargalhadas incontidas, em momentos de quietude, em passos de danca, em acenos de despedida e abracos de reencontro. A vida e a lagrima da alegria. E o sorriso genuino. E reconhecer-se no olhar do outro- como em um espelho. E amar de corpo inteiro. E um mergulho no mar. Outro mergulho por dentro. E se conhecer e se reconhecer com o passar do tempo. Vida e nao ter medo de errar, e se errar, e tentar de novo! Vida e esse encantamento que o nascer do sol nos traz, e o nao saber o que nos espera ao dobrar da esquina.
Vida, e o amor que sentimos no peito, e que nos torna humanos de fato. E nossa capacidade de ouvir. Nosso dom em tocar a vida do outro e nos sentir parte de um todo. Vida e essa conectividade que travamos, quase uma nescessidade em ouvir do outro lado o eco. E saber que nao somos uma ilha e que definitivamente precisamos um do outro para sobrevivermos.
Ana Frantz
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