E era sempre assim; teu chamado beirando o caos de minhas estranhas amplitudes, deixava tudo ainda mais intenso. Essa intensidade me cansava. Havia a fome. A fome desmedida ate mesmo do ar que entrava e saia de meus pulmoes, como se ao te ver, parado em minha frente eu pudesse me tornar ainda mais viva, ainda mais intensa. Entao ja fragilizada pelo teu dominio descompromissado, eu me deixava que me despisse com teu olhar, peca por peca, de minha alma tao bem coberta pelos veus das minhas ilusoes mais obscenas.
Era sempre assim. Eu corria em tua direcao com a furia de vulcoes e fogos que ardem em completa plenitude. Afobada ansiava sempre por este momento. O que precede a fresta na porta que se abre vagarosamente. E me deixava queimar por tuas labaredas, sem que me tocasse com teus dedinhos tao frageis.
E que as horas eram longas extensoes do tedio, ate que inesperadamente me chamasse para a vida novamente. Me acordando e me sacudindo para todas as coisas que exigem a coragem suprema e indefinivel. Mesmo com medo eu sempre me entregava por inteiro.
So sou inteira diante de ti. E esta revelacao do misterio de mim mesma, e sempre uma surpresa, ate para mim. Esta descoberta e sempre um universo, um outro universo, ganhando dimensoes avassaladoras em nos.
Ana Frantz
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