Sera que e sorte? E destino? E acaso ou luta? Esse mapa que trilhamos cegos e aflitos. Sera que um dia nao desconfiariamos que fomos imensamente felizes? E nessa hora qual seria o rosto do insulto, a cara do susto; o tempo que precioso nao vimos deslizando por nossa pele.
E na busca pelo tesouro que nunca vimos, sera que nao percebemos que ele sempre esteve escondido nas nuvens, na arvore que verde se transformava para o outono e nos passaros voando inocentes no ceu? As coisas simples da vida sempre tao invisiveis ao nosso olhar corriqueiro e tao crucial a saude do coracao.
Sera que nao perceberiamos que sempre fomos felizes? Que na dor e no encanto, sempre esteve escondido o tesouro unico e essencial de que precisavamos para continuarmos vivos, sedentos, ousados. E que e assim, so assim, que sabiamos sonhar melhor?
Nao ha pecado maior em se permitir podar as asas e os sonhos. As verdades que moldam a alma e o corpo, sao as unicas coisas que nos pertencem, se ignorarmos essas verdades, ignoraremos a nos mesmos.
Sera que nao viamos que enquanto esperavamos uma resposta alguem do outro lado tambem temia nosso silencio? Que as cores do inverno nao eram sempre a cinza? Acaso nao vimos na neve a magia e o cachecol vermelho quebrando a barreira do branco, abrindo uma porta qualquer a tudo aquilo que nao conheciamos?
E nao era sempre no desconhecido que depositavamos os sonhos daquela antiga idea do que seria mesmo a felicidade?
Enquanto nem desconfiamos, anjos sussuram em nossos ouvidos os segredos, as respostas e os tesouros. Tudo sempre fez sentido.
Ana Frantz
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