Tuas palavras que nascem sem forma, nem preconecito, encontram sempre seu porto em mim. E eu desaguo ja sem querer me entregar aos devaneios de tuas algemas. Me prendes, me devoras, me enlouqueces. E eu sigo, cega e faminta, a tua procura.
Nao sei onde escondes esse tesouro do existir. Essa vontade em te querer, sempre mais para a fome infinita. Me nutres e me desidratas, me acendes labaredas impossiveis de controlar. Es o sol, no meu universo sempre tao infinito, mas pequeno quando nele vem dancar.
Nao te vejo, nao te sinto, mas es sempre o astro, desse espetaculo que grito rodopiante pelo palco que reconstruo a cada manha. Cada dia e uma nova historia, e sou eu, vertendo lagrimas novas.
Tao cheia de cores, tao cheia da vida e sempre inundada por esse amor incontrolavel, que me torna sempre mais atrevida.
Eu bagunco teus livros, reescrevo tuas frases feitas, te encontro sempre em uma nova esquina, danco sozinha na chuva e te declamo palavras bonitas. Sei que navego em ti. Em noites quentes dancas tentando te encontrar, tentas me ver no escuro, na noite coberta por estrelas e na madrugada que gelada sempre grita meu nome em desespero.
Sei que querias ter dito tudo diferente.
Nessa danca de malabaristas, somos apenas gurreiros sem nome, tentando agarrar o que nos pertence. Mas entenda isso; nada mais nos pertence, depois de termos deixado escapar o tesouro unico e verdadeiro. Quando nossas maos se perderam na caminhada longa e traicoeira, se perderam de nos, a historia que queriamos tanto ter contado.
Esquecer doi.
Ana Frantz
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