Parece que tem horas em que o sonho pede para nascer. Nao e assim? E quase um grito que extremece as paredes que nos estruturavam tao bem. E ja nao se pode ser mais o mesmo. As coisas que vao tomando forma e vida propria fora de nos, pequenos novelos de la, que vao se aglomerando no caos das estrelas se chocando.
Na hora em que o sonho nasce, o caos se recria.
Quase sem querer vamos dando forma e vida para um ser novo em nos, somos sempre um espelho no outro. E estamos sempre a merce do que o outro refaz em nos. No desenho que o outro pinta a caricatura que revela a sorte ou o azar, o belo ou o feio, o amor ou o desapego.
Essa ilsuao que habita em nos, flashes de cores, sons, desejos e nescessidades. Ao que nao suportamos, nosso suor mais sagrado. Poro por poro, o sal que arde. Aos caminhos percorridos seguindo cegos, e ate para os loucos devaneos, era nossa promessa mais bonita. Vontade de ter dito tudo diferente.
A paisagem gira sob os olhos extasiados, o mundo tem o poder de encantar, e so quem e louco nao se joga assim, na agua de corpo inteiro. A agua so esquenta quando chega no pescoco.
Deixo minhas nuancias se agigantarem, nao importa que eu nao acredite, se o que for real e entao de fato a realidade a vida se recria sozinha. E impossivel nao desconfiar que se e feliz. As palavras nunca ditas se abrigaram no silencio. E o silencio as torna um mito, um mito sempre esconde um medo.
Abro minhas asas em redencao; sinto o cheiro do vento, vejo as nuvens passarem correndo, escuto os sinais. Abro as portas da casa de dentro, e com toda a tranquilidade do mundo eu observo um sonho nascendo.
Ana Frantz
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