Te perco em minhas colisoes.
Ha tantos desastres em minhas maos e meu corpo cansado da queda ja nao quer se acostumar com as perdas e com o silencio impregnado nas paredes antigas, pintadas com as cores amargas do adeus.
Era sempre um outro amor impossivel me esperando na esquina e o som das sirenes despertando na madrugada qualquer sonho bom.
Este caos que se instala sem me avisar, nem sempre vem cheio da ousadia dos dias novos da primavera.
Ja me canso. Sou a mulher mais cansada deste mundo. Sempre a merce de alguma outra coisa que se escapa de meus dedos frageis, embora minhas maos sejam grandes e meus longos dedos possuem a espessura dos dedos de uma pianista, estou sempre fora do ritmo, da melodia e do passo de danca.
Talvez tenha me acostumado com esta solidao tao absurda. Ainda procuro uma saida. Uma passagem de aviao, para qualquer lugar isolado o bastante para justificar este silencio avassalador em mim.
Preciso te dar minha solidao, meu silencio e minha ausencia. Para que entendas todas as coisas que fui obrigada a entender, em dias assim.
Mais uma vez e hora de partir, rasgando pedaco por pedaco cada soho construido com o papel mais fino e delicado das coisas.
Nao quero a fuga de quem nega sua dor. Quero mergulhar com ela ate que nao haja mais nenhum folego vivo em meus pulmoes soterrados de soluco e fumaca. Vou ficar parada neste silencio que me aborrece ate que qualquer som me traga de volta a vida. Talvez nem mesmo os anjos poderiam entonar qualquer cancao, quando este silencio absoluto naufraga tudo em mim.
Ana Frantz
1 comment:
ADorei!
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