Tento te reconstruir, detalhe por detalhe. Teus olhos azuis, moldando teu rosto tao bonito. Tua risada solta, quase juvenil. Tuas maos definidas, nem fortes nem miudas, as linhas certas, tuas proprias. Te redesenho, com as coisas que quis pra mim. Te rebusco nas tuas melhores frases; sempre as que me disse olhando frente a pele. Te procuro entre as petalas de rosas, entre tua letra miuda colada no papel, no sorriso tatuado em fotografias, nas musicas que ouves. Te procuro em tudo o que possa me explicar algo sobre ti. Reviro folhas de papel enlouquecidamente a procura de algo que me prove que tive todo o direito de ter te imaginado assim.
Mas nao te encontro.
Nesse vazio de coisas nao ditas e de coisas que deveriamos ter deixado dormentes, sem jamais acordar as profundezas de nos mesmos, sem antes conhecermos os limites dos quais somos feitos, nos perdemos.
Assim te perdi.
E essa nevoa sobreposta por teu olhar, fez com que todas as luzes postas a frente do meu caminho indicando sempre por onde seguir, subitamente ofuscassem a luz constante, me deixando zonza na escuridao de certos passos.
Retraio meu encanto por ti, como a mare que engole o mar so pra si. Mas la na areia ficam as pocas salgadas do mar, que em um canto e outro, sempre relembram os dias de mare cheia.
Ana Frantz
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