Ha uma luz que nao cessa.
Nao apaga nem quando o cansaco cega.
Ha sempre bem mais falta de tempo, nessa densidade incrivel dos dias. Dias febris. Vai ver que o outono chegou com mais forca que deveria, ventos que ja quase anunciam a neve e confundem as folhas ainda verdes. Ainda verdes, como certos sonhos que insistimos em plantar no cio de nossas tormentas intensas.
O que a arvore enraizada no chao umido anseia e despir-se para o vento para que entao acabe-se de vez essa agonia.
O vento que a lambe; a arvore no cio. So a estremece por um segundo para entao abandona-la uma vez mais, e no outro tornar a sacudi-la, como se a danca fosse algo que se faz em qualquer manha.
A folha ainda verde, quer ser o amanha.
E nesse caos que o vento sussurra aos ouvidos do mundo, ele guarda o segredo. Todo codificado no vao das poeiras da terra, entre o sopro sulista se chocando com a luz nordica. A arvore espera sua nudez enquanto eu espero o voo. E cada um de nos, espera sempre alguma coisa do vento.
Ana Frantz
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