E quando o sol amanheceu na janela abri os olhos sem preguica. Amanheci aliviada, nao acordei te sentindo em mim. Sem pesadelos, nem sonhos. Tua imagem nao estava mais la. Se nao no medo de que voltasses de novo com furia, quando eu estivesse distraida.
Caminhei ate a estacao na manha que me sorria com a cautela do descrente. Nao queria tropecar em pedra alguma que me revelasse sem querer o teu nome.
E as horas essas pequenas moleculas da vida foram aos poucos te aticando em mim. E sofria baixinho para que ninguem me pegasse assim, desprevinida.
Eu que ja perdi o direito de sofrer por ti. Que ja nao posso mais, balbuciar teu nome, quando meu mundo treme e se agiganta. Eu, que ja nao posso mais adimitir.
No silencio teu nome, minha raiva, a furia, foram ganhando corredores, salas, e uma cidade inteira. Tudo me lembra a ti.
E se eu pudesse eu te amaria como antes, choraria como antes, te desejaria como antes. Mas hoje eu sou vazia. Eu ja nem te quero mais. E so magoa!
Esse veneno que circula em meu sangue, que me pede para gritar, atirar cacos de vidros em ti e te fazer sangrar. Mas nao e nem revanche que eu quero.
Eu quero te esquecer.
Quero te resumir ao nada. Ao invisivel. Ao que nao tem gosto, cor ou som.
Quero te transformar no mosquito que pousa no vidro da janela em tardes quentes, e que nem me faz levantar da cadeira para espanta-lo. Quero que me sejas insignificante.
Mas eu te odeio e quero teu mal. Mas eu te adoro! Te amo, e nao te quero longe das minhas asas, do meu dominio.
Como podes me esquecer assim? Logo eu que me fazia tao gigante em tua vida, o que fizestes com os espacos todos que deixei? Com as gavetas vazias?
Preenchi cada espaco que faltava, enlouqueci e me entediei. Tentei ignorar aquela vozinha chata, repetindo sempre o mesmo nome. Aumentei o volume e fingi nao ouvir.
Mas no final do dia. Quando a ultima luz se apaga e o silencio ja se torna parte da noite, teu fantasma vem me lembrar de tudo o que eu vivi.
Eu nego.Tento esconder. Atiro um balao no ceu, so para ve-lo se perder na imensidao. Te imagino nesse balao, e quando passa um segundo, estas novamente aqui.
Ana Frantz
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