Nao o culpo. Me viro melhor assim. Fui mesmo feita de fogos. Gosto dos mergulhos, de quem nao tem medo do escuro. Sou feita do ar, da Lua em Libra. Sou feita da agua, ascendendo em Escorpiao, sou o fogo em Sagitario. O que nao tenho e terra, nem pes no chao. Mas isso e porque Deus insitiu em me dar asas, e nao ha ceu sem passaro.
Ele me fez assim, meio torta para um lado, cambaleante do outro. Me fez imperfeita e me deu a coragem para usar de escudo. Pincelou uma estrada e disse que cabia a mim colori-la com flores, pedras, borboletas e anjos. E por ela eu vou, desenhando meus contornos. As vezes, sem querer, tropeco nas pedras que esqueci ter desenhado em meus momentos de atropelos. Noutras e a borboleta que pousa em meu naris e realiza um sonho bobo meu, mas o que gosto mesmo e de sentar a sos com meu anjo para lhe contar meus segredos, os meus loucos devaneios. Ele sempre acha graca e sua gargalhada sempre me lembra uma crianca deslumbrada.
Deus me criou assim, desenhou um abismo em mim e nele plantou o amor do mundo e todas suas dores. Construiu uma ponte e a ela deu o nome de saudade. Hoje atravesso essa ponte, e do lado esquerdo para o direito sigo sentindo a alma das coisas em mim. Deus me deu uma chave, e a ela ele chamou de felicidade. Disse que com essa chave poderia abrir qualquer porta, desde que meu coracao desejasse.
Sigo com essa chave na mao, o meu coracao que bate como um louco tamborzinho, vai me pedindo para abrir tudo o que ve pela frente, e ainda crianca mimada, esse meu coracao. Vez que outra eu nao entendo. Nao sei mais, se meu menino coracao vai crescer um dia. E por ai eu sigo, com a chave na mao, perdida com meu coracao. Minha alma de joelhos canta uma oracao, para que meu coracao aprenda a desejar e que assim eu possa encontrar na porta aberta o que foi destinado para ser meu e ter enfim a felicidade que um dia Deus me deu.
Ana Frantz
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