Ja e tarde e ainda estou aqui. Ajoelhada em frente as coisas que nao entendo, diante a minha solidao que nao quer ser de mais ninguem. Gostaria de encontrar alguem que conseguisse me provar que nada e em vao e que ate mesmo a pior morte pode trazer algo de bom. Ja e tarde, e eu que ando sempre atrasada, acabo de perder a hora, a hora de ir embora, e de dizer nao a tudo o que me machuca.
Quero a liberdade que nao me proibe de ser livre. Imensamente livre e so. So, das coisas desse mundo que apertam e deliram. Eu quero mais que liberdade, quero a coragem de andar nua pelo mundo, quero ser a cara para qual o medo olha e foge com medo da ousadia que em mim vive e vence qualquer fraqueza.
Quero ser livre para nao fingir, nem jogar jogos dos quais eu nunca tive a chance de ler as regras. Quero ser livre nesse mundo. Livre de mim, livre das coisas que criei pra mim, de tudo o que eu quis e do mundo que eu construi cuidadosamente com as maos do trabalho. Quero ser livre, solta como um balao no ceu, sem paradeiro, sem porto, sem rumo, sem nada para chamar de meu. Flutuando no mundo.
Possuir e o que nos derrota e enfraquece. E eu, eu nao quero ter nada. So a liberdade me salva.
Ana Frantz
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