Ressucitei minha flor na varanda lhe despejando toda a agua nescessaria para matar sua sede. Quando ela em pranto, quase morria. Eu tenho a sede que nao passa. E o pranto sereno, que ninguem escuta. Jogo minhas perdas para o alto, na esperanca de que elas virem estrelas. Pequenas coisas brilhantes num ceu que eu nao posso tocar.
Salvei minha flor da morte, lhe podando os galhos secos. Meu coracao padeceu pela falta de ar; falta do carinho. Os galhos secos que so nasciam em mim, nao consegui podar, e sua secura foi fazendo virar deserto, o que antes era so mar.
Salvo quem eu amo com o brilho certo que a alma grita, troco a frequencia dos ruidos permanentes, me perco em mim. Escuto coisas novas, alguem me dita um atalho, eu sei que ha uma caverna em mim, um lado escuro que ainda nao conheci. Essa crianca chorona batendo em minha porta. O que ela quer eu nao posso dar.
O tempo nao volta. Coisas morrem.
Quando levanto a cabeca e o vento passa alizando meus olhos, entendo que em certas horas so podemos enxergar de olhos fechados. Tapo as frestas da incerteza, e me certifico do que tenho. Os tesouros guardados e uma historia demorada para contar.
Renasco quando acredito em coisas impossiveis, quando olho e nao acho o horizonte que me delimita onde o mundo acaba. Renasco toda vez que adormeco em mim e encontro uma ponte que me leva para mais perto das estrelas, flutuante no universo que me da asas e a fe nescessaria para voar. O vento balbucia pequenas oracoes para que a flor unica e essencial nao morra nunca. E o amor a vida que nos torna vivos. Deixo pra la. Minha mil e uma lista dos desejos impossiveis. Me agarro no que e meu, a flor azul na varanda ressucitando em flor.
Corto em mil pedacos os galhos secos em mim, porque eu tambem quero florir.
Ana Frantz
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