Um anjo triste vem e me desperta assim, toda assustada, nessa manha de domingo que quase ainda nem chegou. E como se alguma coisa invadisse a casa de dentro. Aos solucos minha pobre alma e eu, saimos correndo pra fora, para lugar nenhum. O vazio, ele vem de novo.
Grito teu nome no meu silencio mais devastador.
Grito de dor. A dor de talvez jamais voltar a amar assim, na totalidade cega e tao juvenil. Se cada vez que um estranho se aproxima meu coracao sai correndo para fechar todas as portas e janelas para esse possivel amor. Meu coracao simplesmente nao quer receber visitas.
E nessa casinha triste, acendo minhas velas coloridas na esperanca de que um anjo bom possa fazer reviver esse meu coracao diminuindo a distancia deste abismo em mim.
Sento no escuro dessa manha a admirar uma parede branca com a aflicao de quem foi expulso de casa. A vida exige paciencia, algo em mim soletra. Calma, a alma diz. Mas algo em mim silencia e nao consigo encontrar o caminho de volta pra casa, a vida assim perdida nas distancias foi aos poucos se perdendo de mim.
Ja nao sei mais conviver com a solidao das manhas de domingo, mas a compania tambem me deixa sozinha. Aquieto o que ha em mim, essa agonia um dia tera um fim. Apaziguo essa guerra entre o silencio e o grito e aos poucos adormeco de novo.
Ana Frantz
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