Ha um novo livro sempre esperando para ser aberto as novidades imortais. E ja que nada permanece igual para que temer os furacoes do passado? Se cada tempestade e sempre outra, e sempre novo o arco-iris que desponta no canto dos teus olhos. E sempre outro o sonho, a pele que cobre o teu corpo, a luz que instiga tua alma. E sempre nova a esperanca, a flor que germina da semente, a borboleta que desponta do casulo, a fruta madura que cai do pe. E sempre outra cadencia.
Te despe dessas roupas velhas, do rosto mudo, desse teu medo do mundo.
Ha sempre um novo mergulo no mesmo mar. Um outro misterio para desvendar, uma outra curva, um novo cheiro, um novo olhar. Ha sempre mais espacos para explorar com teus sentidos sedentos, serios, certeiros.
Mergulho em mim e te descubro ali, em cada traco do meu mapa. Quando a bussula fala leste, tu me olhas e cala. Quando e sul que ela indaga, tu me olhas e nao diz nada. E no teu silencio eu te devoro. Engulo cada palavra que eu crio por ti. No escuro te vejo abrindo tuas janelas, recitando teus anseios aos ventos, tentando acreditar em qualquer estrela, tateando o que tu nao entendes.
Te dispo com meu olhar e tua nudez preenche cada vazio que tua falta me causou. Absorvo tudo que ha em ti como se assim me devolvesses meu altar e o meu chao. Mas esses poros que respiram sempre em carne viva nao se cansam da entrega. Nao se envergonham da demencia de trazer em si esse apego, mas e de amor que eu falo, e nao da ilsuao.
E se me olhares com jeito, entenderas o que significa tatear com os dedos estrelas distraidas. Se me olhares, eu prometo abrir minhas asas e te revelar a materia de que sou feita. Sou feita de amor e nada mais.
Ana Frantz
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