Thursday 27 November 2008

Das coisas da vida

E claro, tudo, sempre muda. Primavera, verao, outono, inverno. Infancia, adolescencia, maturidade, velhice. Mudam- se as estacoes, mudam se os cenarios, a moda, a cor de cabelo, a pele que enruga, o bebe que aprende a falar, o tio que morre, a casa que pega fogo, a rua que e asfaltada. Tudo muda. O casamento que acaba, o amigo que parte pra longe, o passaro que migra para outro continente, a flor que seca no vaso, a neve que derrete na grama, e a grama que queima com o sol. Tudo sempre muda. Nos mudamos enquanto os dias continuam seguindo pelas linhas dessa longa historia que escrevemos a ceu aberto.

O dificil e aceitar que mudamos. E o quanto mudamos. As vezes o susto nos pega, na frente do espelho, olhos arregalados. Quem e essa estranha que me olha? Quanto de nos permanece depois de cada incendio, e quanto de nos e adquirido remechendo as cinzas de cada vendaval? Catando pequenos broches de bronze pelos caminhos, alguma taca nao quebrada da coragem que nunca nos faltou, e da forca, e da fe, e do amor incondicional, que sempre acaba sendo o elo mais engrandecedor.

Gosto de ver antigas fotografias e nelas naufragar na alma das memorias. Muitas vezes, me deparo com imagens minhas que praticamente nao reconheco. Muitas vezes nao sei para onde foi a inocencia e a maestria daquele olhar na fotografia. As vezes sinto saudades da menina que um dia eu fui, sempre tao corajosa, sempre tao alegre, sempre tao, tao sedenta pela vida. Noutras, tenho o impulso de pular para dentro da imagem, e me dar todos os conselhos importantes, revelar caminhos, me avisar dos perigos que os anos a frente colocariam a meus pes.

Mas a vida, esta deliciosa amiga, ela nos vem nua e virgem. Como um livro aberto, de paginas brancas, esperando ser escrito, domado por nossas maos sedentas, com nossa cegueira e inexperiencia, precisamos tatear as paredes do sonho e da realidade como um cego catando estrelas.

Ana Frantz


Wednesday 26 November 2008

Na minha fragil certeza,

nas longas tardes,

no silencio que se arrastava

na demora de tudo aquilo que me faltava

Na chuva semeando a terra ja molhada

eu me olhava

me procurava

em esbocos

em resquicios

em vontades

a alma as vezes vazia

da dor e da alegria

o olhar ansiando um repouso

e o corpo desejando o teu corpo

no misterio dos meus passos

pelas ruas molhadas de tanta neblina

no frio ressecando a pele, e tudo por dentro

naquelas ruelas antigas

o caos; minha garganta ensaiava

em meio a escuridao eu te buscava

e perdia os segundos

na vida que passava

AF

Monday 24 November 2008

Faithless

I know you so intimately Anger and misery The reason for my heart's fragility How will it be if you simply set me free Restore my ability, to hold my head high To speak only truth where I used to lie Goodbye to the enemy, it's been too long


Come on What about love?


Come onI know you so intimatelyYour heady sensuality The reason for my heart's fragility How will it be if you simply come back to me Restore my stability Take your fill of meF inally in step like the military And just as strong, it's been so long

Come onWhat about love?

Crumble



For how many nights I will scream in vain,


your name,


your name.


For how many days, I will keep repeating to myself how much I need you when my world crumbles and my hopes are in vain. For how many nights I will be lying in bed crying just for the thought of having your angel arms around me once again. And for how long more I will invent this strange reality. -YOU never , have been this good, so why do I keep recreating you in my mind.


This shadows, echos, chaos... When are you leaving for good? Why do you keep holding me in your hands, but keep yourself so, so, so faraway.


Are a new beginning out there just waiting?? AF

Friday 21 November 2008

Run

You run away,


I run after you, and you hide


I got lost, and disappear inside my own cocoon


You look for me and you can't find me there


You think I forgot about the old tale


And you run away again


And like that, just like that


We keep losing each other


In the middle of the worst storm. And all a girl needs is a boy to cuddle in the rain. AF

Anais, anais

I, with a deeper instinct, fffffffffffffffffffffffffffffffffffffff

choose a man who compels my strength,

dddddddddddddddddd who makes enormous demands on me, who does not doubt my courage or my toughness, who does not believe me naive or innocent, who has the courage to treat me like a woman.

Noite

Minha força está na solidão. gggggggggNão tenho medo nem mmmmmmmmm de chuvas tempestivas ddddddddd nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite. fffffffffffffffClarice Lispector

Thursday 20 November 2008

Dead



Sometimes we seemed not to realise how easy, how extremely easy is, for a heart to be broken...

Quite offen we don't realise how easy, how awfully easy is to kill a LOVE.

Sometimes we can cry over someone for a long time, and longing for his attention and caring, but one, only one unthinkable move can change the whole circle for ever.

You killed my Love. And I am happy to be free again. You killed my love, and you know how you did that. So no more, no more, crying over something, I never had.

You killed my love. And you know you did it.

vvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvYou killed it and now is too late. AF

Wednesday 19 November 2008

I think you…
should thank me now.
You were lying wide awake in the garden,
trying to get over your stardom,

Brick lane boys

this songs of freedom

Tuesday 18 November 2008

East




Perdas e ganhos

O ano esta quase no final, e 2008, correu a passos apressados e impiedosos. Foi um ano dificil, um ano cheio de desafios, mudancas, e perdas. Foi um ano de ganhos tambem, mas estes vieram a custa de muita luta. 2008 certamente nao foi um ano, como outro qualquer, e deixou suas marcas a ferro e fogo, no veu da alma. 2009, talvez me encontrara mais serena, mais mulher, mais capaz e mais independente, porque depois que se aprende a perder, so se tem a ganhar.
Das perdas, sempre nos resta um vazio, como se fosse dificil preencher os dias com outra coisa, como se a vida fosse passando inutilmente diante nossos olhos. Com os ganhos, e um sorriso que explode nos labios, e uma emocao de se estar vivo, e uma vontade de guardar pra sempre, o momento.
Das piores coisas a se perder? Um amor; ou o amor por si mesmo. O jeito de rir por nada; Uma amizade, a esperanca, a alegria, a vontade de dar certo, a honestidade, a oportunidade, a dignidade. Perder a hora, ou a cabeca. O celular ou a bolsa. Perder o rumo de casa. O objetivo da vida. Perder um ente querido, um amigo que vai pra longe, ou volta de onde veio. Perder o seu porto seguro. Perder o ninho, a terra firme, perder um lar. Perder o controle remoto, um anel de prata, uma meia que nunca mais se acha. Perder o rumo. Perder o convivio. Perder a paz. Perder o voo. Perder-se de si mesma. Perder nao e bom, doi, enruga a alma, encolhe a auto-estima, nos tira o sono, nos tira o jeito, nos aperta por dentro. Nao sei, se perder, amadurece, ou nao, acho que depende muito de como respondemos as nossas perdas. Ha quem se amargure e nao saia do buraco nunca, ha quem use as perdas para valorizar e intensificar os ganhos, outros perdem, sangram, e seguem sem olhar pra traz, outros escrevem poemas, alguns choram por meses. Acho que eu me incluo em fracoes desmedidas em cada linha. Quero ainda, um dia mais, olhar com dignidade para tudo o que perdi, e sorrir, sabendo que jamais se perde o que se tem, e que e da vida as mudancas, e so nos cabe aceitar os ciclos e fluir com eles.
Dos ganhos; e das melhores coisas a se ganhar? Uma amizade que volta depois de longos anos, reencontros com pessoas que um dia fizeram parte dos nossos dias, e eles veem so para dar um oi e partem de novo. Ganhos, sao tambem conquistas; a conquista da liberdade aos 27 anos! A chave do primeiro apartamento, uma viajem para uma ilha grega, a primeira vez que se dirigiu em outro pais, amigos novos que chegam. Comer pasteis de belem em Lisboa. Aprender a segurar o pranto sozinha, aprender a rir sozinha, aprender a se amar de novo, e mais uma vez, aprender a amar um desconhecido. Deixar-se conhecer. Desenhar risos em bocas alheias. Conquistar a confianca de um desconhecido. Comunicar alem da linguagem, derrubar barreiras, construir pontes. Encarar o perigo, o medo, o desconhecido. Dancar a noite inteira. Rir sem medidas das bobagens da vida! Os ganhos estao sempre escondidinhos nos cantos, basta olharmos com mais atencao, ha sempre mais ganhos que perdas, embora possa parecer contrario, por traz de cada perda ha um ganho. (pelo menos quando optamos por ver as coisas com a optica positiva).
No entanto, entre perdas e ganhos, entre risos e acenos, partidas e chegadas, impera a linha maior, que a VIDA dita e edita, em nosssa pele suada. Ha os poros, os delirios, as paixoes, os antagonismos, as confusoes, os hello's and goodbye's, e a Vida essa; segue majestosa, em sua delicia de ser tao rara.
Ana Frantz

Wednesday 12 November 2008

Nin, nin, nin, nin, nin, nin, nin, nin....


A vida contrai-se e expande-se proporcionalmente à coragem do indivíduo. Anais Nin

Um homem jamais pode entender o tipo de solidão que uma mulher experimenta. Um homem se deita sobre o útero da mulher apenas para se fortalecer, ele se nutre desta fusão, se ergue e vai ao mundo, a seu trabalho, a sua batalha, sua arte. Ele não é solitário. Ele é ocupado. A memória de nadar no líquido aminótico lhe dá energia, completude. A mulher pode ser ocupada também, mas ela se sente vazia. Sensualidade para ela não é apenas uma onda de prazer em que ela se banhou, uma carga elétrica de prazer no contato com outra. Quando o homem se deita sobre o útero dela, ela é preenchida, cada ato de amor, ter o homem dentro dela, um ato de nascer e renascer, carregar uma criança e carregar um homem. Toda vez que o homem deita em seu útero se renova no desejo de agir, de ser. Mas para uma mulher, o climax não é o nascimento, mas o momento em que o homem descansa dentro dela."Anais Nin


Friday 7 November 2008

Power



If there are lessons to be learned, I want to learn them quickly and move on to the greater chapter of my life. If there are battles to overcome, then I will win them all, and my tears, sweat and blood will be the proof that my fears haven't defeated me. If there are things to be lost, then, I will lose each, but not without greater sorrow, as losing is a lesson I haven't learned.


And beyond everything between earth and human nature, there must be the sparkling soul which never, ever, lets us go.

Bravery, spirit, courage, love, faith, hope, strength, witticism and kindness be my mirror, so every morning I can see reflected on me what I deserve from the world outside, and entrust to those who come my way, even gratitude.

God be my guide, goddess be my heart, and by you, and you alone, I shall never be misled.

Ana Frantz

Friday 24 October 2008

Veu das memorias

Quando criancas, criamos varios herois, construimos heroinas e castelos encantados, para mais tarde percebermos, nos longos dias adultos, que as fantasias de crianca pouco tinham a ver com a realidade. Da minha infancia restaram muitos ecos de gargalhadas, muitas brincadeiras, fogueiras no mato, barraquinhas feitas de pedacos de tecidos ou nylon, banhos de piscina de plastico, com desenho de peixes coloridos por toda parte, o carinho a sete maos que so quem vem de uma familia grande pode usufruir.


Os anos 80 naquela Joaquim Murtinho, nao poderiam ter sido mais belos. Era a epoca do sonho a ceu aberto, da magia ganhando vida, e as bonecas ganhando amores. A epoca dos entardeceres de sol, da comida esfriando no prato, de todos os filhos em casa, da minha avo vindo para os almocos de todo o dia, com dois coques no cabelo, e um sorriso sempre no rosto.

Lembro do espaco pequeno, das peredes feitas de madeira, do sofa velho, das janelas e suas frestras, e lembro quanta felicidade la cabia. Lembro como era bom! O abraco ao alcance da mao, a geladeira abrindo, a procura pelo pote de bala, o sorvete na cama escondido do meu pai, que nao queria que eu engordasse... Meu Deus, como e bom lembrar! E quase como que abracar novamente. As memorias precisam ser revisitadas de tempos em tempos, pois se abandonadas elas migram para alem do nosso toque, onde os sentidos ja nao conseguem rebusca-las com tamanha precisao.

As memorias talvez nos sejam o bem mais caro, o DNA de nossos passos, de nssos amores, sonhos, de nossa alma. E e como se as memorias so estivessem esperando uma oportunidade de nascer, assim como a primeira estrela no ceu, que lida o caminho para uma constelacao inteira. As memorias vao se acendendo uma a uma, iluminando toda uma constelacao, toda uma vida, que vale a pena ser contemplada mais e mais pelo decorrer dos caminhos.

Amo as memorias, porque elas sao partes do que fui, e do que sou. Sao partes de tudo o que amo e perdi, e continuam sendo parte das coisas que mesmo na distancia e em outros tempos ainda continuam sendo minhas. Meus amores podem me deixar, meus amigos podem partir, ou posso eu, partir e deixa-los, mas as memorias, elas me acompanharao sempre, me lembrando que jamais estarei so, se continuar mantendo o segredo de acender a primeira estrela, porque as outras seguirao com ela.

Lembrar e viver tudo outra vez. Lembrar e celebrar a vida, e viver tudo eternamente. Quem um dia resolveu entrar na materia dos meus sentimentos, de la, nao saira jamais, e vai para todo o sempre da minha existencia, fazer parte dessa imensa lista de personagens e cenarios, que eu invento e recrio cada vez que olho tudo outra vez.

Ana Frantz

Manhas

em manhas assim

na garoa do vento

nos bracos do destino

na leve brisa que emana

esses dias cinzas

na velha cidade

que carrega a minha imagem

um tanto quanto sem alma

e as vezes tao inundada dessa arte de ser

ando pela cidade adormecida

inundada

como as verdes retinas

dos olhos meus,

que ainda choram a ausencia desmedida

daquele que me fez tanto mal

mas ha de haver um certo prazer em sofrer

e no sangue que arde de tao vermelho

e no coracao que se expande de tao grande

e por amor corrompe suas proprias arterias

ando pela cidade em manhas manhosas

e sou confundida com sua propria materia

terra, cimento, e sujeira

ceu, passaro, grama

sou se nao uma reinvencao a cada dia

de um sonho esperando nascer

AF



Banksy / Blur album cover


"The night before we were taken to the station, my mother asked me to speak with the stars, so that we could feel together." Vera Gissing, - Czech refugee brought to London when she was only a child in the Second World war by Sir Nicholas Winton Nobel Peace Prize. She never saw her parents again.

Tuesday 21 October 2008

E ele temia,

hhhhhhhhhhhhhhhh as lagrimas que ela fazia nascer, manchando seu vestido de cetim. Ele temia. Mas nada dizia, sobre seus proprios segredos e do seu medo da solidao.

kkkkkkkkkEle temia o peso de tanto amor.

ffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffMas nada dizia, quase que temendo, sua propria dor. E calado deixava se ir o peso de tanto amor, como se matando o que se ama, ou deixando-se matar o que se amou, o amor por si so, evaporaria de seu corpo. Mas nao evaporou. AF

Love is worth the caos



The stories we sit up late to hear are love stories. It seems that we can not know enough about this ridlle of our lives. We go back, and back, to the same scenes, the same words, trying to scrape out the meaning. Nothing could be more familiar than love. Nothing else eludes us so completely.


I do not know whether or not science will formulate its grand theory of the universe. I know that it will not make it any easier to read the plain text of our hearts. It is plain but it seems like a secret alphabet. We train as our own Egyptologists, hoping the fragments will tell a tale. We work at night as alchemists, struggling to decipher the letters mirrored and reversed. We are people who trace with our fingers a marvellous book, but when we turn to read it again the letters have vanished. Always the book must be rewritten. Sometimes a letter at a time is all we can do.


My search for you, your search for me, is a search after something that cannot de found. Only the impossible is worth the effort. What we seek is love itself, revealed now and again in human form, but pushing us beyond our humanity into animal instinct and gold-like sucess. The love we seek overrules human nature. It has a wildness in it and a glory that we want more than life itself. Love never counts the costs, to itself or otthers, and nothing is as cruel as love. There is no love that does not pierce the hands and feet.


Merely human love does not satisfy us, though we settle for it. It is an encampment on the edge of the wilderness, and we light the fire and turn up the lamps, and tell stories until late at night of those great loves lost and won.


The wilderness is not tamed. It waits- beautiful and terrible - beyond the reach of the campfire. Now and again someone gets up to leave, forced to read the map of themselves, hoping that the treasure is really there. A record of their journey comes back to us in note form, sometimes just a letter in a dead man's pocket.


Love is worth death. Love is worth life. My search for you, your search for me, goes beyond life and death into one long call in the wilderness. I do not know if what I hear is an answer or an echo. Perhaps I will hear nothing. It dosen't matter. The journey must be made. Janette Winterson - In The PowerBook

Monday 20 October 2008

Bale

"Every dance I make up is about love and certainly about sex, hhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh
be it boy meets girl or boy meets boy.
My work is love-filled. hddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddd
I work in opera all the time and what's a heavier love story than Orpheus and Eurydice? But stuffing a pointe shoe up a ballerina's ass to simulate sex is something I can't stand"

Mark Morris

Smell

"Smells are full of thoughts of course, they're not just smells, they make you remember." Michael Morpurgo - Children's author

Friday 17 October 2008

So Deus sabe- Romar Beling



houvesse um jeito
de calcular
quantas estrelas há no céu
adivinhar
quantos peixes há no mar
e estimar
quantas flores há no mel
ou encontrar
o fundo mais fundo
do teu olhar
imensidão que eu vi
tudo
seria pouco
só Deus sabe:
é o que penso
quando olho
pra ti

houvesse um jeito de andar no meio do fogo cerrado
e de chegar
na hora até quando atrasado
e inventar
o que ainda não foi inventado
e ganhar
um carinho ou fazer-te um agrado
e então rechear
essa vida que levo aqui
tudo
seria pouco
só Deus sabe:
é o que penso
quando olho
pra ti
houvesse um jeito
de apressar
o tempo e as suas estações
e de sonhar
à sombra de velhas canções
e beijar
o silêncio que agora expões
liberar
a força de dois corações

e pagar
o delito que nem cometi
tudo

seria pouco
Deus sabe o que faz:
é o que penso
quando olho
pra ti

Wednesday 15 October 2008

Divorcio


Sera, so falsa impressao, ou casamentos, hoje em dia, foram feitos para durar decadas, e nao uma vida toda? Filhos da cultura descartavel, sera, que estamos tambem substituindo emocoes, trocando e vendendo bem querer em um mercado publico?


g

Filha dos anos 80, minha geracao foi marcada pela rebeldia de Cazuza e Renato Russo, uma certa liberdade e um sentimentalismo grande tambem. Filha de pais que viveram a ditadura dos anos 60 aos vinte e poucos anos e que celebram ja 30 anos de casamento com um saldo de cinco filhos e tres netos. Neta de um avo que nem conheci, vitima de um ataque do coracao aos 34 anos, cresci vendo minha avo enrolar o cabelo em dois coques na nunca, promessa feita apos a morte de seu marido, de nao cortar mais o cabelo, ela hoje com 99 anos, nunca o substituiu e criou sozinha quatro filhos.

0

Nao quero dar a impressao de uma falsa moralista, ou insinuar que mulheres precisam ser martires em prol da familia e filhos. Nao! Absolutamente, nao! Mulheres e homens, precisam e devem ser felizes em suas unioes, mas o que nao da e para continuar alimentando essa cultura "nao deu certo, joga fora". Relacionamento e construcao, trabalho arduo, que deve ser exercido a cada dia.

j

Por ter nascido dentro de uma estrutura familiar solida, onde ha desentendimentos, mas nunca houve discussao sobre um possivel divorcio, para mim e extremamente dificil ver um casal se separando, especialmente apos ter passado por um processo de separacao, em que vivi seis anos num casamento que mais parecia uma montanha russa, com subidas astronomicas e descidas de dar frio na barriga, e se alguem me perguntar, quem quis a separacao? Nao tenho nem vergonha de assumir, que foi ele, o dignissimo esposo, porque eu, a velha romantica, queria lutar ate a morte pelo casamento, como meus antepassados fizeram.

j

E tudo isso so para dizer, que lendo The Times, hoje pela manha, me chocou saber da desastrosa noticia que Madona e Guy estao encaminhando o divorcio. Logo eles, que pareciam tao felizes, logo agora que Madonna parecia ter encontrado seu chao, sua estrutura? Sera mesmo que o casamento se tornou uma instituicao falida? Nao so o proprio casamento, mas os relacionamentos de uma forma geral, viraram um bem de consumo, uma constante troca, que nao visa mais os sentimentos mais caros, como o amor incondicional, a paciencia e a doacao?

j

Me parece que as relacoes humanas estao caindo aos poucos no abismo da racionalizacao. Racionalizamos demais, contamos demais os lucros, as perdas, os juros, as taxas. Contabilizamos demais o que nao podia ser contabilizado. Contabilizamos o tempo, as tardes, a vida que vai passando, e que no final nos mostrara que as coisas mais importantes da vida, estavam no amor que dividimos, na doacao de afeto, no perdao, na paciencia, e na arte de persistir amando, quem um dia resolveu entrar em nosso coracao.

Sou bem aberta a quebra de tabus em quase todos os segmentos da vida, agora ha um status quo, que nao consigo me adaptar: amor pra mim e pra sempre, amor esta longe de ser uma mercadoria a pesar na balanca os pros e contras, porque o amor verdadeiro engloba as duas faces da vida e harmonisa o que nao e tao bom assim, cataliza, simplesmente pela arte, que e o amor. E por amor vale tudo, sempre, e ate o fim.

Ana Frantz

Monday 13 October 2008

Solidao

Solidao e um vazio que da, quando nao alcancamos aquilo que desejamos. Solidao, e um sentimento de perda que nao se substui por nada, e frustracao a flor da pele, que arranha os outros sentidos, e apaga a luz da esperanca. Solidao e abismo separando a alma do corpo. E um nao querer, e nao ter o que fazer para mudar a solidao que sente.

Deixa a luz entrar

Hoje eu quero mais e dizer bom dia! Mesmo que nao tenha tido um minuto de sono na noite anterior, virando de um lado para o outro, fazendo mihoes de planos para a proxima decada e o proximo minuto. Hoje eu quero dizer bom dia, para um novo dia, para uma nova segunda feira, e uma outra semana que inicia.
Atravessando Londres as seis e meia da manha, no assento trazeiro de um Taxi, quando tudo ainda dorme, e eu ali, mesmo sem dormir, vendo a cidade se acender devagarinho, os cafes abrindo suas portas, o pao quentinho, os limpadores de vidros executando sua tarefa, o varredor varrendo, a sinaleira abrindo, o cara fumando o primeiro cigarro do dia. E eu ali, no banco de tras, ao som de stay -U2, vendo a vida recomecar, a segunda-feira se acender na velha Londres. Cenas do cotidiano, atravessando a minha janela, e deixando o ar entrar na minha alma.

Percorrer as ruas de Londres, suas arterias, como dizia Quintana o poeta, e uma arte de aprender a amar, e como se precisassemos nos entregar para a cidade, da mesma forma que nos entregamos a um amor. De olhos fechados. Intensamente. Com tudo o que ha em nos e nos cabe. Para entao a cidade se acender e iluminar por dentro. Por dentro daquilo que e um mistrerio para nos mesmos, aquela faisca so esperando ser fogueira, o suspiro ensaiando o conto, o piscar de olhos prevendo um encontro.

Ontem andei assim sem rumo por tres horas, e me deparei com esquinas inusitadas, bares cheios de gente, cafes, parques e canais. Gente andando de bicicleta, outros empurrando um carrinho de bebe, outros carregando o bebe feito canguru no peito, gente vendendo livros na calcada, outros jogando futebol, casais abracados no sol, pai e filho conversando no banco do parque. E como num passe de magica a minha solidao ficou menor. E a cidade me abracou, e juntas deixamos o sol entrar, a lua banhar, e a vida recomecar. Ana Frantz

Sunday 12 October 2008

Tristan

I can tell by the tone of your voice,
that this Isn't working out
I can tell by the look in your eyes,
you've made up your mind you haven't got a doubt
I remember when I first saw you,
remember the way I felt
and now your breaking me to pieces,
I don't know how I'll deal with this

but If I...
learned anything at all
it was to always be true to yourself and
I know that this isn't the end of it all
and I will fall...

Have you ever watched the shadows,
fly across the midnight sky
you know I used to watch the sunset,
but it seems that I haven't got the time anymore

but if I....
learned anything at all it was too
always be true to yourself and I
know that this is what I can do and
I'm gonna' try...

been thinking for days,
been sleepless for nights
but it all came to me,
driving home crying my eyes out

and if I...
learned anything at all it was too
never give up
cause I see all my dreams laid out in front of me
and for once it doesn't seem so tough

no, it doesn't seem so tough....

Thursday 9 October 2008

Entao, agora que queimei minhas pontes, desfiz os caminhos, e larguei os velhos recortes de jornal pelo chao. Agora que decidi seguir em frente, que me comprometi a nao olhar pra tras, nao mais, a cruel rotina da espera ao entardecer, nao mais as lagrimas a queimar meu vestido de cetin. Agora que tudo faz sentido, e os gestos e as palavras, tuas,sempre tao frias, pousam na minha alma um vestigio de morte. Nao quero mais a dor, e renego essa solidao.

Agora que minhas pontes foram todas destruidas, e nao tenho mais [por onde voltar, quero mais e andar, andar, sem ter onde parar, por anos a fio, para chegar longe de tudo o que hoje eu sou, porque ja nao sou se nao um esbosso da minha propria arte de sofrer. AF

An I wish I could fly,

Fly beyond London sky, above the grey clouds, and it's rain

Pouring down, down, down

On me

Trouble


"When I write I am primarily trying to translate my relationship to the everyday, to events," he said. "We live in a troubled era in which we are bombarded by a chaos of ideas and images. The role of literature today is perhaps to echo this chaos." Jean-Marie Gustave Le Clezio (Nobel Prize)

Wednesday 8 October 2008

Because when he hurts you, you feel alive
Is that what it is? 
She grabs her magazines
She packs here things and she goes
She leaves the pictures hanging on the wall, she burns all
Her notes and she knows, she's been here too few years
To feel this old

If anybody ever had a heart, he wouldn't be alone
He knows, she's been here too few years, to be gone

says:
credo
says:
too sad

And we always say, it would be good to go away, someday
But if there's nothing there to make things change
If it's the same for you I'll just hand

The trouble understand, is she got reasons he don't
Funny how he couldn't see at all, 'til she grabbed up her coat
And she goes, she's been here too few years to take it all in stride
But still it's much too long, to let hurt go(you let her go)
And we always say, it would be good to go away, someday
But if there's nothing there to make things change
If it's the same for you I'll just hand
T

The same for you
Well I always say, It would be good to go away
But if things don't work out like we think
And there's nothing there to ease this ache
But if there's nothing there to make things change
If it's the same for you I'll just hang

Sad, but truth?? The truth in my heart. As sad as it may be to look inside, inside our hole, the pain still there, and it's shouting all over my ears, since the day I've packed my things and gone, gone, to where I could never return...

truth?

silence...

yes I know...
I am sorry
to disturb
with my pain
won't knock again

You need chaos in your soul to give birth to a dancing star. -

F.W. Nietzsche

Monday 6 October 2008

Na terra de Ulisses































































“For you are goddesses, inside on everything, know everything. But we mortals hear only the news, and know nothing at all.” Homer






































A small rock holds back a great wave.
Homer, The Odyssey
































Ninguém , com toda certeza, é capaz de assumir a liderança em todos os campos, pois para um homem os deuses concederam as proezas da guerra, a outro, a dança, para um outro, a música e o canto, e, num outro, o todo poderoso Zeus colocou uma boa cabeça.Homero

Thursday 2 October 2008

Jean Charles de Menezes

d Dizem que a justica tarda mas nao falha, sempre tive minhas duvidas; no entanto, a manchete da BBC pela tarde alertando que Sir Ian Blair foi convidado a se afastar da Policia Britanica, seguido de uma longa investigacao, envolvendo nao so o assassinato de Jean Charles de Menezes, mas uma serie de outros incidentes ligados a discriminacao por via de racismo, corrupcao e favoritismos, me lancou um brilho de esperanca e uma certa vontade em acreditar na justica divina, na sabedoria universal, ou ate mesmo na lei do Karma. Uma coisa e certa, nada disso trara a vida de Jean de volta, mas certamente alivia um pouco a dor, porque nada fere mais do que a injustica.
d Passados ja tres anos da morte de Jean Charles na estacao de Stockwell no sul de Londres, logo apos ao atentado terrorista, ainda me emociono cada vez que ouco uma entrevista dada por sua familia, quando vejo imagens, quando leio a respeito. Muito pelo fator tragico estar tao proximo a mim, por ser um brasileiro, um conterraneo da mesma vivencia, dos mesmos anseios, medos, incertezas. Das mesmas solidoes, das mesmas vitorias, so querendo fazer parte de uma sociedade que nao e a sua. Alemejando a aprender um idoma que nao e o seu.
d Me doi saber o desfecho do sonho de Jean, me doi saber o quanto Londres lhe foi cruel. Ser um imigrante em terra alheia nunca sera facil. E em uma esquina ou outra corre-se o risco de um tropeco na discriminacao. Lembro das mentiras inventadas pela policia, dizendo que Jean estava usando casaco pesado de inverno em pleno verao, que seu visto estava vencido, que tentou pegar o metro sem pagar, uma lista ridicula de acusacoes. Lembro meus colegas ingleses enchendo a boca para falar que Jean estava ilegal no pais, coisa que mais tarde se comprovou inverdade.
d Os motivos pelos quais os policiais britanicos, assassinaram Jean, ainda sao obscuros. E conmpreensivel que na semana apos o atentado toda a atmosfera londrina andava tensa, bem verdade que o assassinato de Jean pode ter sido um mero erro humano. No entanto um erro muito grave, que nao so tirou a vida de Jean, um brasileiro tentando a sorte em Londres, como tirou de certa forma o senso de liberdade de toda uma sociedade, sendo ela de imigrantes, como a dos proprios filhos da Inglaterra.
d A morte de Jean em Londres, me lembra um pouco, o tormento vivido no Brasil com a ditadura. Terrorismo e talvez a ditadura do seculo xxI, com diferentes armas, diferntes poderes e outras ideias.
d Me comove saber que o exilio de Jean em Londres, nao encontrou a saida em Guarulhos. Que o sonho que ele veio aqui buscar, nao foi concretizado, e as esperancas foram todas vendidas. Me doi ver que dessa dor, nao rendeu musica, nao virou trilha sonora de novela. O que virou foi um filme, que contara sua morte. Me doi ver a ultima imagem, do corpo de Jean estendido ao chao, naquele vagao de trem. O mesmo trem que me leva pra casa todos os dias.
f Semana passada encerraram as gravacoes do elenco brasileiro envolvido na criacao do filme que contara a vida de Jean, e que provavelmente sera lancado em Junho de 2009, celebrando 4 anos de morte do nosso heroi brasileiro. Heroi que morreu sem defender a patria, que morreu pelo erro do fanatismo religioso de outras nacoes, mas que deixou em nos uma licao tao brasileira, tao verde amarela, desse nosso povo, forte, bravo,que nao foje a luta.
f Gracas a familia de Jean, e a comunidade brasileira, aliadas no processo de esclarecimento sobre sua morte, e que Sir Ian Blair saiu hoje do poder, quebrando assim, um certo status quo, sobre forte e fraco, certo e errado, vilao e mocinho.
g j A menssagem de Jean fica, ainda que nunca expressada por ele. Ela fala de um hino a paz, a humildade a ao amor por nossa gente.


Ana Frantz

Curtinas

Entre o que sou do que me desfigura, ja sao tantas virgulas, ja sao tantos paragrafos escritos. Se te falo, de meu mais profundo paradoxo, tu sorris como quem nao entende. Mas meus medos eram todos por nao ser suficiente. Por nao ser aceita e nao ter sido convidada a entrar naquela porta aberta. Na minha mais atual loucura, na minha cegueira e incapacidade, vejo apenas uma janela aberta, e nela quero entrar, arrebentando as curtinas, me arrebentando inteira. AF


Do lado de fora

Me falam que ha um lugar, onde ancorar uma alma perdida. Me falam de certas certezas, da serenidade no coracao, mesmo em meio a tantos pedacos, mutilados. Me falam que e preciso continuar a respirar, mesmo depois da morte de tudo o que se acreditou. Me falam para seguir em frente, para nao desistir, porque ha muitos motivos para amar a vida, ou ser amado em vida. Eu ja nao as busco.
Me falam de coragem e energia, da alegria, e da escolha. Eu ja nao as tenho.
Me falam para ter esperanca, porque nada esta perdido. Mas para mim tudo acabou.
Renascerei enfim. AF

His eyes fixed on the words, stained with tears

Panos Karnezis

Tuesday 30 September 2008

Por te esperar

E eu te espero, como a terra espera

A chuva para fecundar

Eu te espero chegar

Te espero em longas tardes vazias, te espero em longos contos de solidao, em silencios que se espicham com a noite, e o dia, e mais um dia. Eu espero o telefone tocar, e ele nao toca por dias. Espero o som da tua voz,



A fecundar em meu ouvido a calma

Eu te espero chegar, e mergulho em meus desesperos, em gritos sufocados de silencio, em lagrimas, em angustias, em dores puras.



Eu te espero



Como as loucas esperam os Deuses

Eu te espero em asas de anjos, fadas e passaros

Espero, na mitologia, na astrologia, na quiromancia

Eu te espero como quem espera



A vida voltar


E nessa demora de te esperar morro devagarinho por nao saber quando tu viras me resgatar dessa longa espera por te esperar.

AF

No olho da tempestade

A segunda-feira fechou mais uma manchete negra ontem a tarde, quando o plano de reestruturacao financeira foi rejeitado nos Estados Unidos. A nuvem de inseguranca e incredibilidade ainda paira sobre os bancos, e vai aos poucos, se alastrando para as calcadas da cidade e para as cifras nao tao orbitantes.
oo
O trabalhador comum, que rala o ano inteiro para se manter a cima do nivel de suas dividas e que poupa um trocado e outro para as ferias no final do ano, esta se vendo ameacado. Antes o problema era no topo da piramide, banqueiros perdendo empregos e bonus milionarios, mas a avalanche esta agora escorrendo para as classes mais baixas da sociedade, gerando ainda mais pavor.Quando nao so os grandes bancos de investimento caem, mas os bancos comuns tambem comecam a entrar no mesmo colapso, que derrubou seus gigantes. O efeito domino, uma simples brincadeira de crianca, vista agora, em outras proporcoes.
oo
Os bancos estao quebrando porque nao confiam mais um no outro, e nao querem mais emprestar dinheiro entre si, com medo do risco muito alto. Quando a populacao passar a fazer o mesmo, recolhendo suas poupancas dos bancos, tudo caira em terra, pedra sobre pedra. A populacao vai segurar o que tem em casa, nao vai mais gastar com superfulo, e empresas vao falir. Restaurantes, bares e lojas vao fechar suas portas. O desemprego vai aumentar de forma assustadora.
oo
Um caos economico e social, pode ser facilmente previsto diante ao "trailer" que assistimos agora. Aliado a isso, a preocupacao com o super aquecimento da terra, os investimentos milionarios em energias limpas, reciclagem e produtos politicamente corretos pode sofrer um desaceleramento significante, deixando a humanidade a merce de seu proprio destino.
00
Nao vou falar aqui das previsoes de Nostradamus, do final do mundo no seculo XXI. Nao vou citar moral e pecado, castigo e punicao. Mas acima de religioes, crencas e filosofias, se fizermos uma leitura mais detalhada sob os ultimos acontecimentos no mundo, podemos claramente perceber que mudancas drasticas estao por vir.
00
Segundo minha astrologa, isso tudo, tem ainda a ver com a conjuncao planetaria nesse perido de 2008, onde Plutao vem com sua forca duplicada destruindo para reconstruir. A transformacao de valores, estruturas, lacos, raizes, tudo isso, vindo ao chao, para uma reconstrucao, tijolo por tijolo. Assim como a bela Fenix da mitologia egypcio-grega, que constroi seu ninho de canela, e poem fogo em si mesma para renascer das cinzas inteiramente nova.
00
Ciclos e terminos nao sao novidades para a humanidade, no entanto, temos tremenda dificuldade em rompe-los. Talvez agora, mais do que nunca, seja um bom momento para olhar pra dentro, analisar os valores empoeirados como livros nunca lidos, desestruturar antigas sustentacoes que ja nao funcionam como antes. Talvez seja um bom momento para se reinventar, para dancar conforme a musica, para sair do anonimato, sair do comum. Usar a criatividade, recriar uma nova sociedade, pilar por pilar, real por real. E principalmente deixar ir o que precisa ir, trocar o que nao funciona mais, nem que isso seja um relacionamento, um computador, um trabalho, um sonho, um valor, uma sociedade, um sistema.
Em tempos assim, so vai ficar bem, quem aceitar a mudanca e mudar com ela.
Ana Frantz

Saturday 27 September 2008

Que minha solidao me sirva de abrigo,

e que nela niguem possa entrar

so para me machucar... AF

Friday 26 September 2008

Sempre te esperei



E eu que sempre te quis mais, transformei minhas tempestades, te entreguei meus raios de sol


E eu que sempre te quis Inundada numa enxurrada de ilusoes, retratos, cores, brincos, batons


Te via em coros, em liricas, poesia

Eu que sempre te quis nao importava

O que trazias,

Se meias sujas, sacolas vazias, rugas e mau humor

Eu que sempre te esperei a cada dia apos a chuva

por teu gesto mais raro, pelo poema e a flor, pela pele, boca, tudo

Eu sempre te esperei.

De olhos fechados, com as asas abertas, as janelas ao entardecer

Te vi chegar correndo, chorei ao te ver partir mansinho,

E continuei a esperar por ti

Nas areias do deserto, na agua azul do mar, te esperei na sombra

da goiabeira, da macieira, pela tarde inteira

Te esperei por noites, te vi nos meus sonhos, fugi de ti em meus pesadelos

Em meus transtornos, desesperos, na cruel abstinencia, desmedida impaciencia

Te esperei e me perdi

Os passos no relogio, o tic tac colado na tinta branca, correram contra o vento

e aceleraram as correntezas, os vendavais, e tudo virou

Solidao

Na longa espera por ti

AF

Thursday 25 September 2008

Mulher



Uma mulher so precisa ser vista


para ser amada; Uma mulher para ser amada


precisa ser vista


Nua Em carne viva, na pele


no seio, no cheiro, [para a vida inteira]


Uma mulher para ser inteira


precisa ser reconhecida


no olhar, no jeito de amar, no amamentar,


Encanto na mesmice, extravagancia no jeito de dormir,

no olhar no espelho, no batom na boca,

a boca na boca.


Uma mulher para ser amada


precisa de um homem que a ame com delicadeza,


E uma beleza impecavel. Se nao for assim, nao e amor,

se assim nao for, a dor

AF



Livros que me acompanham em 2009

  • Notes from my travels- Angelina Jolie
  • THE SHAMANIC WAY OF THE HEART - Chamalu- Luis Espinoza
  • Shooting Butterflies - Marika Cobbold
  • The Global Deal - Climate change and the creation of a new era of progress and prosperity- Nicholas Stern
  • The Penelopiad- Margaret Atwood
  • Discover Atlantis - Diana Cooper
  • Tne Gift - How the creative spirit transform the World - Lewis Hyde
  • My East End: A history of Cockney London- Gilda O'Neil
  • Delta of Venus- Anais Ninn
  • The Little Prince- Antoine de Saint Exupéry *** Apr
  • Doidas e Santas- Martha Medeiros (March)
  • The English Patient by Michael Ondaatje
  • Gilead by Marilynne Robinson - Feb
  • Healing With the Faries by Doreen Virtue (Feb)
  • Montanha Russa- Martha Medeiros (Feb)
  • O codigo da Inteligencia - Augusto Curry - Feb
  • O Ensaio sobre a cegueira - Jose Saramago ( Jan Lendo)

Livros que andaram comigo em 2008

  • Meditacao a primeira e ultima Liberdade by OSHO ( Dec)
  • The English Patient by Michael Ondaatje (Dec Lendo)
  • Harry Potter and the Philosopher's Stone - J.K Rowling (Oct Lendo)
  • The PowerBook - Janette Wintersone (Oct- )
  • A vida que ninguem ve- Eliane Brum (Sep - Lendo)
  • The Birthday Party - Panos Karnezis - (Sep )
  • Ensaio sobre a Lucidez -Jose Saramago (Lendo...)JUN
  • Nearer The Moon -Anais Ninn (Lendo..) JUN
  • Superando o carcere da emocao - Augusto Cury(lendo...) JUN
  • Perdas e Ganhos- Lya Luft Jun(Releitura) Jun
  • A Mulher que escreveu a Biblia - Moacyr Scliar(May) ****
  • The Secret By Rhonda Byrne (May)
  • Time Bites -Doriss Lessing March (lendo...)
  • Life of Pi - Yann Martel (March to May )
  • The Kite Runner -Khaled Hossein /March ****
  • Back when we were geown ups / ANNE TYLER (larguei na metade)
  • O Sonho mais doce - DORIS LESSING /Feb ****
  • The Crimson Petal and the White- MICHAEL FABER / Dec-Jan / ***

Livros que me acompanharam em 2007

  • Burning Bright - TRACY CAVILER
  • Fear of flying - ERICA JOUNG (larguei na 50th pagina)
  • I'll take you there - JOYCE CAROL OATES ***
  • Memorias de minhas putas trsites GABRIEL GARCIA MARQUEZ ***
  • The Siege - HELEN DUNMORE ***
  • A girl with a pearl earing - TRACY CHAVILER ***
  • A year in Province PETER MYLES ( larguei na metade)
  • The mark of the angel- NANCY HUSTON-
  • A bruxa de portobelo - PAULO COELHO -
  • Under the Tuscany Sun - FRANCES MAYA -
  • Sophie's World - JOSTEIN GAARDER *
  • The umberable lightness of being - KUNDERA- **
  • As aventuras da menina ma MARIO VARGAS LOSA - ****

Followers

Nas entrelinhas

About Me

anafrantz@hotmail.co.uk

Lua

CURRENT MOON
p>

FEEDJIT Live Traffic Feed