Thursday 30 December 2010

Segredo



E que queria contar-te um segredo.


Gosto de estar ao teu lado.


Nao ha nenhuma razao nisto. E nesta singela delicadeza se encontra toda a razao.


E se me encantas assim deste jeito, so tu poderias me dizer como o fazes. Se quando seguras na minha mao e minha alma que levas, pelas ruas, tao inocentes e alheias a tua presenca, so tu poderias devolver minha alma a sua casa.

Mas se soltas minha mao e segues adiante sem mim e quando minha alma se sente desolada, expulsa de sua propria casa, porque e em ti que ela anseia habitar. Em tuas entranhas, em teu olhar, nos poros, na respiracao e no sangue. E la que ela quer estar.

Se me tens e nao me queres, deste jeito demasiado. Cabe a mim esta dor. O abandono que me ofertas sem pudor, cada vez que partes sem mim e levas outro em tuas maos.

Espero por ti do mesmo jeito que espero as revoadas. Nunca sei quando, nem se um dia elas chegarao para biliscar os graos de centeio que cuidadosamente deito na grama verde do jardim sempre em flor.

No fundo sei, que nunca seras meu. Mas espero por ti mesmo assim. Neste silencio. Na camuflagem amiga, de quem faz de conta, de quem finge e forja, trama qualquer palco, se esconde no camarim, quando o show e sempre encenado por outro. E e sempre o outro, que levas contigo.

E este amor impossivel, que encontra tanta reciprocidade em teus bracos e no afago do teu coracao tao puro, sera provavelmente o mais proximo que poderiamos ter chego da verdadeira face de Deus. Porque quando me olhas e te revelas do jeito que fazes, sem pedir licenca invades tudo o que ha em mim e toma para ti. Porque quando me confessas que e exatamente desse jeito que faco, quando te olho e tambem te roubo pra mim. E quando sei, que duas pessoas nao poderiam ter sido mais uma da outra, do que quando estamos lado a lado.

Se ao menos soubesses o quao bonito es, quando estas refletido em meu olhar...

Ana Frantz

Tuesday 14 December 2010

Mismatch


Again farewell.

I embrace you into my eyes.

And on this second of distress, when your eyes land on mine like a bird who pretends to like this warmth, you always fool me and go off running again spreading your wings against the wind, trying to gain any distance that concedes you to walk away from me.


I look at those distant landscapes and watch you flying through the clouds. Your flight almost awkward, almost wanting to land, in my arms. On my embrace, always weary of waiting for you.


But if you come back to me, you find my arms always open, eager for seeing you land.


And in the sea that shelters in your eyes, the blue that always remind me of one thing or another from the sky, I lose myself on you. I always lose myself. The trembling soul who yearns to leave a body that can not touch you, tells me that nobody else knew the secret of making me dance like you did. Dancer in the silence of your eyes. From words you never say. The promise you never made me.


I glorify this mismatch. And this imbalance is what supports my entire structure. Your rambling ways, your subversion, and your gentleness, are your print. Things that are yours. All your things are sacred outcomes. Mandalas of time tattooed on my pores, your essence that turns the lights on me, one by one, when you walk into the room. But now you are going away.


And once again I must learn to say goodbye, even when far from thee, I will succumb to the slow and sad death. Because it was you who lit all things vivacious in me.


Once again I embrace this incandescent abandonment, and I wave to you at the other side of river. We were always in opposite directions. I will let it go, but not without bleeding, the weight of this loss. Farewell, best friend, the best laugh at the end of every day.


Somethings just were not meant to be.


Ana Frantz

Descompasso


Mais uma vez o adeus.

Te enlaco em meu olhar. Neste segundo de aflicao, quando tenho teus olhos pousados nos meus, como passaro que finge gostar deste aconchego, tu sempre me enganas e correndo bate tuas asas de contra ao vento, tentando ganhar qualquer distancia que te permitas afaster-te de mim.


Te olho destas distancias. Teu voo quase desajeitado, quase sempre querendo pousar; em meus bracos. No meu abraco, ja cansado por te esperar.


Mas se vens, sempre os encontra abertos, ansiosos por te ver chegar.


E nesse mar que abrigas em teus olhos, neste azul que sempre me lembram uma coisa ou outra do ceu, eu me perco; sempre me perco em ti. A alma tremula que anseia sair de um corpo que nao pode te tocar, me diz que ninguem mais saberia o segredo de me fazer dancar assim. Bailarina no silencio de teus olhos. Das palavras que nunca dizes. Da promessa que nunca me fizestes.


Te amo nesse descompasso. E esse desequilibrio e o que sustenta minha estrutura inteira. Teu jeito desmedido, tua subversao e tua delicadeza, sao coisas tao tuas. Todas tuas coisas sao desfechos sagrados. Mandalas do tempo tatuadas em meus poros; tua essencia que acende as luzes em mim, uma por uma, quando apareces na minha frente. Mas agora vais embora.


E uma vez mais preciso aprender a dizer adeus; mesmo quando longe de ti, sinto que sucumbiria a morte lenta e triste. Porque eras tu que acendia todas as coisas alegres em mim.


Uma vez mais abraco este abandono incandescente, te aceno do outro lado do rio. Sempre estivemos em direcoes opostas. Te deixo ir, mas nao sem que sangre em mim, o peso desta perda. Adeus, melhor amigo; a melhor risada ao findar do dia.

An Frantz

Thursday 2 December 2010

Tres, trinta


Nao gosto de ser pessoal quando escrevo. Antes de mais nada, preciso deixar claro uma coisa; nao escrevo para tocar no amago de nada, nem na alma de coisa alguma, nem mesmo de quem eventualmente decifra qualquer frase minha, ou dos que chegam aqui por acidente. Ecrevo para me libertar. E e so assim que me curo do que asfixia minha vontade de ser.
Tambem detesto finais.



Me vicio a tudo o que toco, respiro e como.

Quando acaba nao sei como me comportar. Nao sei fingir e falo antes de pensar.

E so tenho mais meia hora de vida; antes que acabem a desculpa dos meus vinte e poucos anos. Inevitavelmente o tempo nao parou pra mim, embora tantas vezes eu tenha me sentido congelada no tempo. Como uma estatua em praca publica hora apedrejada, noutras admirada e em certas noites usada como latrina de bebados andarilhos das estradas.
Ja acreditei em muitos contos de fadas. Ja nao os sigo como antes, se nao para alguma boa risada, se tenho tempo de sobra.

Mas agora que o Saturno retorna para a mesma casa astrologica que estava no dia do meu nascimento, tudo toma um outro rumo; a mulher renasce, nasce. Nem tenho la certeza de que gostava de ser a menina de feicoes doces e inocentes. Quem foi que disse que fui inocente um dia? Se la no fundo essa chama sempre ardia. O que quis sempre foi atear fogo no mundo, nas labaredas da intensidade que a verdade instiga. E assustador dizer a verdade ate para nos mesmos, nao era sempre assim? A constante fuga, a omissao que protegia. Protegia do que? Da verdade? Ah e o que seriamos sem a verdade?

Quem sou?

Sou uma imensidao. Galaxias e mais galaxias. Ondas gigantescas quebrando no rochedo. Estrelas que nascem no ceu. Sou a fe e a desitencia. A confusao no meio do caos. Sou historias, sou amores, sou amigos, sou familia. Sou uma celula de tudo o que toquei, dos que amei.

Tres decadas entao.

Celebro sem pudor nenhum.

La se vao os doces anos dos meus vinte e poucos anos. O tempo passou para mim tambem.

E essa decada que hoje finda alem de memorias deixa a cicatriz dura e profunda das coisas vividas pela primeira vez. E nem desconfiava que haveria tanta coisa a fazer, pela primeira vez. Ainda me restam algumas.

Vou em busca destas e me conformo com a ruga ao lado dos olhos cada vez que sorrio desprendidamente. Me conformo com um fio de cabelo branco. Me conformo com as metas que ainda nao alcancei. Me desculpo por ainda estar nesta busca. Busca do que? De viver em plenitude a verdade do meu ser. Me perdoo por me deixar escravizar por rotinas tao banais. Desculpo as ausencias. Aceito minha solidao, como o pai, que aceita o filho na prisao.

La se vao os ultimos minutos dos meus vinte e poucos anos. E verdadeiramente pressinto que um novo tempo comecou para mim gora. Deixa ser entao; a menina que ja nao cabe mais em mim, da vasao para a mulher que ja nao pode mais fingir nao saber dos segredos escondidos nas dobras do mundo.

Para quem ja sentiu o frio ardendo os musculos das costas e quem nao dormiu de tanto calor, nao ha muitas coisas que ainda metam medo.

A vida que flui em meus poros, esta e minha e de mais ninguem. A respeito.

Adeus.



Ate amanha, um outro alguem.

Ana Frantz

Livros que me acompanham em 2009

  • Notes from my travels- Angelina Jolie
  • THE SHAMANIC WAY OF THE HEART - Chamalu- Luis Espinoza
  • Shooting Butterflies - Marika Cobbold
  • The Global Deal - Climate change and the creation of a new era of progress and prosperity- Nicholas Stern
  • The Penelopiad- Margaret Atwood
  • Discover Atlantis - Diana Cooper
  • Tne Gift - How the creative spirit transform the World - Lewis Hyde
  • My East End: A history of Cockney London- Gilda O'Neil
  • Delta of Venus- Anais Ninn
  • The Little Prince- Antoine de Saint ExupĂ©ry *** Apr
  • Doidas e Santas- Martha Medeiros (March)
  • The English Patient by Michael Ondaatje
  • Gilead by Marilynne Robinson - Feb
  • Healing With the Faries by Doreen Virtue (Feb)
  • Montanha Russa- Martha Medeiros (Feb)
  • O codigo da Inteligencia - Augusto Curry - Feb
  • O Ensaio sobre a cegueira - Jose Saramago ( Jan Lendo)

Livros que andaram comigo em 2008

  • Meditacao a primeira e ultima Liberdade by OSHO ( Dec)
  • The English Patient by Michael Ondaatje (Dec Lendo)
  • Harry Potter and the Philosopher's Stone - J.K Rowling (Oct Lendo)
  • The PowerBook - Janette Wintersone (Oct- )
  • A vida que ninguem ve- Eliane Brum (Sep - Lendo)
  • The Birthday Party - Panos Karnezis - (Sep )
  • Ensaio sobre a Lucidez -Jose Saramago (Lendo...)JUN
  • Nearer The Moon -Anais Ninn (Lendo..) JUN
  • Superando o carcere da emocao - Augusto Cury(lendo...) JUN
  • Perdas e Ganhos- Lya Luft Jun(Releitura) Jun
  • A Mulher que escreveu a Biblia - Moacyr Scliar(May) ****
  • The Secret By Rhonda Byrne (May)
  • Time Bites -Doriss Lessing March (lendo...)
  • Life of Pi - Yann Martel (March to May )
  • The Kite Runner -Khaled Hossein /March ****
  • Back when we were geown ups / ANNE TYLER (larguei na metade)
  • O Sonho mais doce - DORIS LESSING /Feb ****
  • The Crimson Petal and the White- MICHAEL FABER / Dec-Jan / ***

Livros que me acompanharam em 2007

  • Burning Bright - TRACY CAVILER
  • Fear of flying - ERICA JOUNG (larguei na 50th pagina)
  • I'll take you there - JOYCE CAROL OATES ***
  • Memorias de minhas putas trsites GABRIEL GARCIA MARQUEZ ***
  • The Siege - HELEN DUNMORE ***
  • A girl with a pearl earing - TRACY CHAVILER ***
  • A year in Province PETER MYLES ( larguei na metade)
  • The mark of the angel- NANCY HUSTON-
  • A bruxa de portobelo - PAULO COELHO -
  • Under the Tuscany Sun - FRANCES MAYA -
  • Sophie's World - JOSTEIN GAARDER *
  • The umberable lightness of being - KUNDERA- **
  • As aventuras da menina ma MARIO VARGAS LOSA - ****

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