Tuesday 27 July 2010

Oliveira


Minha oliveira morreu mes passado. Quando a vi seca e sem vida, no canto da varanda, me enchi de uma dor cinza. Me enchi de culpa. Talvez nao a tenha regado direito, talvez devesse a ter trazido para dentro, nos meses frios do inverno. Mas quando a gente mata algo, embora seja sempre mais facil se culpar e lamentar o que poderiamos ter feito diferente, nada altera, a estranha sensacao de que o tempo fermentou em nossas maos, e o suor da angustia cuallhou qualquer encantamento. Perdemos.
Aceitar qualquer fracasso limita nossa capacidade de sonhar, com horizontes ainda maiores. Se matamos o que tinhamos na mao, como poderiamos, segurar, o que ainda nao temos, e o que se apresenta gigante na nossa frente?
A inseguranca e o que nos poem em xeque-mate frente a vida, e aos desafios, que ela, sempre nos impoem. O que a vida nos exige e coragem. A coragem de se lancar de olhos fechados na escuridao e tatear estrelas distraidas, perdidas na ilusao de um estranho.
E a vida, e uma moleca atrevida. Brinca de mimica, enquanto distraidos nao percebemos que fazemos caretas ao declamar o cotidiano. Ela imita. Se e sorrindo que contamos historias, e sem querer balancamos as maos aos ceus em gestos de entusiasmo. Ela; sapeca imita. Se abrimos os bracos e suavemente nos deixamos embalar pelos ventos que ela sopra, entao dancamos.
Ontem pela manha, me sentei novamente na varanda. Gosto de ficar observando os passaros voando em bandos, de uma lado para o outro, entre um fio de eletrecidade para o proximo, de um telhado para o outro, como se brincassem de pega-pega no ceu. Acendi um cigarro, e olhei para minha oliveira, e esse momento jamais vou esquecer. La estava ela, sequinha, fragilizada, mas em seus galhos se podia ver pequenas folinhas de um verde muito intenso lhe brotando a vida novamente.
Acho que o poema da oliveira, foi o poema mais bonito que a vida poderia ter escrito. Tudo renasce e tudo tem um fim. De certa forma eu tambem voltei a viver, no mesmo compasso da oliveira em minha varanda, jogando fora as folhas secas do passado percebi que folhas novas, miudas e muito verdes da cor da esperanca, brotavam suavemente em meu caule seco.
Eu e a Oliveira morremos um dia; e no outro tambem renascemos. E e assim, o milagre da vida.

Ana Frantz

You are out of my mind

yOu aRe ouT oF my mind, and I can't believe this could be ever possible;
iT really is lIkE tHe bOOk saiD,
oNe day you wake uP tO reaLize the pain is nO lOnGer theRe...
wHen this haPPens, send oUt a pRay tO tHose wHo are sTill blinD,

lOOking fOr direction
fOr tHe salvatIon thEy cAn stIll not believe in.


TIME HEALS EVERYTHING.

VVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVVV THANK YOU.

JJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJJ Amem

...

Porque e da insanidade kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

lllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll a carteirinha do belo! nnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn

nnnnnnnnnnnnnnnnnnn AGARRA O QUE TE ENCANTA!

AF

Thursday 22 July 2010


Fear NOT!


FFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFF


VVVVVVVVVVVVVVVVVVVVCount your blessings and Carry on!

xx


Wednesday 21 July 2010

Inteira de novo


Entao e assim: uma mulher precisa se cortar em mil pedacos ate se descobrir inteira novamente. Nem sempre e facil entender qual o ultimo galho seco precisamos cortar, para que a luz certa e verdadeira nos irradie e flores novas florecam, quase sempre mais cheirosas do que as que deixamos cair.

Os segredos escondidos no tempo sempre trazem a cura, mas na hora da dor fingimos ignorar qualquer salvacao e nos atiramos de qualquer precipicio, ansiando a morte ou o voo.

Assim como as perdas inevitaveis que chegam estracalhando tudo por dentro, o tempo cumpre seu papel, indiferente se o olhamos ou nao e percebemos a ferida cicatrizando em pequenas particulas, dia apos dia.
O certo e que sempre renascemos; e a cada morte, a outra que renasce em meu lugar, vem cheia de uma graca que antes eu nao tinha, de um olhar, que de certa forma se agigantou; ficou mais profundo. Vem carregando em seus bracos sonhos novos e outras ideias. Vem mais corajosa ainda. Parecendo querer amar com maior intensidade, como se fosse possivel doar aquilo que nao se tem.

E eu a olho com espanto e paixao. Essa estranha que habita agora o meu corpo e sai caminhando leve pelas ruas, foi quem acordou apenas ontem, e nao sabia ao certo onde colocar o tedio dos dias.
Depois de tantos vendavais, acho que entendi o significado do arco-iris. Talvez nao haja nada que justifique mais uma vida, do que o passar do tempo. O dificil e saber esperar, pelos ventos certos, que nos rodopiem na direcao contraria a qual o nosso teimoso coracao insistia em seguir. Uma coisa e certa, os ventos mudam a direcao, dores se tornam cicatrizes e flores voltam a florir na primavera.
Ana Frantz

Monday 19 July 2010

Oracao

Que ventos fortes passem por mim so para me fazer voar ainda mais alto, que eu possa amar cada vez com mais voracidade, so para intimar o medo. Que minhas perdas nao me ceguem para os ganhos que elas; generosamente me presentearam em sua partida.

Que eu saiba caber em mim mesma.

Que minha alma ao se expandir nos desejos incontrolaveis, nao perca seu rumo, e saiba sempre onde e seu lugar.

Que eu saiba esperar, pelos segredos que o tempo carrega em suas maos e nao saia desesperada tentando revela-los antes da hora.

Que eu entenda quem eu realmente sou, em meus momentos de turbulacoes, e nos momentos de alegria, que eu me doe ainda mais a quem precisa de mim.

Que Deus me permita morrer e renascer tantas vezes quanto for nescessario em vida, e que cada renascimento traga alem de uma mulher nova, uma nova semente de esperanca, e que essa semente possa ser a luz, que o outro precisa.

Que eu conserve em meu coracao a compaixao, o otimismo e o deslumbramento pela vida. E nao esqueca jamais que para tudo, ha um tempo, debaixo dos ceus.
Que eu me preserve sempre perto do Deus que habita em mim, e no silencio possa ouvi-lo sempre mais.
Amem.

Ana Frantz

Thursday 15 July 2010

Vai chegar

Vai chegar.

A hora, o alivio, o agora.

Vai chegar

O dia, da manha nascer macia

Entre as cores que cuidadosamente pintastes

Na aquarela dos teus desejos

Nao apresse a malicia das horas

A grama que vai crescendo cada vez mais verde, mais verde

No sacrificio dos dias

Vai chegar

A cura, demorada e obscura

Para salvar do maltrato

A pobre alma sempre aflita

AF

Wednesday 14 July 2010

Algumas vezes a solidao mais aborrecida e o silencio mais calado e a unica coisa que salva;

fffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffff o dia ddddddddddddddddddddddddddddddd

dddddddddddddddddddddddddddddddddd a alma ddddddddddddddddddddddddddddddddddd

e a historia por detras das entrelinhas.

AF

Monday 12 July 2010

Desapego

E hora de deixar pra la as azeduras do ontem e soltar os baloes que criastes com tanta presteza aos ceus. Ao ceu azul que e teu, e e do teu voo a consagracao. E chega a hora de venceres com euforia e sorte os obstaculos que travastes com tanta luta, a merce de alguma salvacao. Esquece que o caminho foi comprido e longa a sede nao saciada. O alimento que buscas ja e outro. Acaso nao ves refletido em teu rosto esse desejo de ser sempre outra? Nua aos encantos da vida.

E hora de deixar-te levar pelo o que e belo. Teu encantamento proprio, perecivel as grosserias das pessoas em teus caminhos. Esquece as amarras, te soltas das algemas. Es livre, bela, solta, insana; entao sejas tu! Inteiramente tu, sem mais esse medo bobo que te prende aos julgamentos febris de quem tem medo de ti.

Es forte, acaso na desconfias que so quem se agiganta possui o dom de se mostrar vulneravel aos dentes do vencedor? Te acalenta em tua angustia na certeza que sabes que sempre imperou em ti. Relembra que realizastes sonhos, que conquistastes coracoes e que estabelecestes amizades inquebraveis. Te enlaca aos teus lacos eternos, sabes contar todos eles sem divisao, e te afaste do que corta, machuca e poda rosas cheirosas em ti.

Deixa pra la a amargura, o destino e sempre teu albatroz voraz e sabes que teu mundo gira, e sempre girou mais, quando o olhastes de frente, cara a cara, com o sonho e a ousadia de realiza-lo. Ha sempre muito mais no horizonte a frente.

Entao desfaca as amarras e seja esse passaro do qual tanto falas. Ha outras noites banhadas por estrelas esperando que renascas assim, pura e tua, que e como ficas sempre mais bonita.

Ana Frantz

Eclipse

Aos quinze anos de idade; li um livro que jamais esqueci. O Encontro com a Alma Gemea, de Paulo Kronemberger. O livro se passa na Ilha de Pascoa, no Pacifico, o ponto da terra mais isolado do mundo, a 3700km de distancia de qualquer outra civilizacao, por isso e denominada o umbigo do mundo. Em seu livro Paulo relata sobre a energia cosmica da Ilha, e como a sabedoria anciente se relacionava com a natureza e as energias vindas diretamente do coracao. Segundo ele, se descobrissemos a chave para abrir nossos coracoes a tais energias, o tao esperado encontro com a alma gemea poderia realmente acontecer.

Me lembro que fiquei fascinada com o livro, com a historia e com a Ilha de Pascoa. Por anos sonhei em visitar essa ilha. A imagem dos Moais sagrados ainda passeam por minha imaginacao, e tenho a conviccao de que terei que pisar meus pes nessa terra sagrada, tambem um dia.
Ontem, a humanidade viveu um monento astrologico muito especial. O eclipse total do sol, em Cancer. O Eclipse durou em media 5 minutos, e pode apenas ser visto em sua totalidade no extremo sul do Planeta, numa ilha chamada; Ilha de Pascoa. Outras regioes puderam observar o espetaculo solar, mas apenas em sua parcialidade. Apenas essa Ilha consagrada por energias cosmicas foi capaz de vivenciar o evento em sua totalidade. A ultima vez que isso aconteceu foi a 1400 anos atras, a epoca em que a antiga civilizacao que la habitava, construia os Moais.
Segundo a astrologia esse e um momento mistico, de purificacao e transformacao. Cancer e tudo o que tem a ver com nutricao interior, casa, carinho, passado, emocoes. O Eclipse do sol em Cancer, vem no tempo do ciclo de Plutao em Aries; tudo pede mudanca, renascimento, purificacao.
Eu assisti ao Eclipse na Ilha de Pascoa ao vivo pela internet, e foi um momento surreal. A lua tapou o sol em total ousadia. Na sua energia feminina, selvagem e romantica. O astro rei, que revitaliza e queima, deixou-se domar pelo encanto de sua donzela. No momento em que ela se sobrepos ao sol por inteira, uma coroa de luz irradiou no chackra da coroa e uniu os dois astros em um so. A uniao de duas forcas incriveis, nos emprestando sua energia, para que nossas forcas tambem se unam, e se reenergizem.
E preciso que saibamos identificar a realidade das coisas. Saber separar o sonho da ilusao. Ilusao e tudo o que nos prende ao que nao faz sentido ao coracao. Sonho e o que da asas a alma. Que o coracao da humanidade anseie pela criacao de um novo tempo, uma nova era, onde altos ideias podem ser verdadeiramente alcancados. Onde o amor e a haromonia sao os principios basicos de se viver em irmandade.
Assim como o sol, eu me deixo ocultar pela lua para que essa forca cosmica, me escureca por fora mas me irradie por dentro, fazendo com que eu renasca; em um novo ser. Bom rensacimento a todos.

Ana Frantz

Wednesday 7 July 2010

Aos trinta e dois anos de idade, soltei-me das garras do meu medo e me atirei ao lago. E ele me acolheu com a alegria saudosa de velhos amantes, daqueles que já conhecem os corpos um do outro e sabem de todas as suas manias e preferências, marcas e reentrâncias. Passou-se muito tempo desde que nos vimos, mas ele ainda foi capaz de me envolver com as mesmas sensações. Ana Maria Goncalves

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Sabe la, em que bolso guardamos nossos afetos mais bonitos, as purpurinas magicas, as bolinhas de gude da infancia, ou aqueles sonhos bobos que achavamos que nunca realizariamos. Sabe la onde guardamos um afeto tao grande, enrolado no papel da saudade mais doida. Sabe la o que fazemos quando queremos abracar mas ha tanto ceu entre nos. AF

O sonho prossegue

Sei que esquecemos o que pediamos, com olhos aflitos para o ceu. Sei que nao percebemos como nossas palavras foram formando lentamente a realidade dos dias. Sei que nao vimos nossos bracos crescendo na expansao desmedida ate se transformarem nas asas que nos embalaram os voos mais bonitos. E que so percebemos o presente no momento do extase, raro e rapido, e seguimos ignorando suas purpurinas permanentes no album das memorias.

Sei que nem sempre foi facil, dar a luz a um sonho tao grande.

Ja que delicadamente abre teus olhos ao agora, te alivia de tuas certezas, dos teus desejos, das tuas ausencias, e seja tudo o que podes ser. Intensa, agressiva, viciante, alegre, bonita, sempre mais mulher. Para sempre mais tu! Ainda mais livre, ainda mais senhora de ti mesma. Acaso nao sentes como a liberdade te completa? Como suas cores te caem bem, na roupagem da alma, que foi sempre so tua. Entao te permita! Te torna livre de todas as certezas que um dia alguem insistiu sedimentar. Nao ha certezas, existem apenas verdades. Seja real pra ti mesma. E apenas isso que podera te salvar dos teus vicios e das nescessidades intensas que cegam, atropelam e causam medo.

Se fecharmos os olhos e com toda a honestidade revirarmos o bau velho no canto das memorias, teremos a revelacao de que tudo o que foi escrito nesse livro longo, cheio de novos capitulos, foi sussurrado por nos aos ouvidos do mundo, enquanto faziamos pirraca. Sim, realizamos sonhos, por mais dolorido que eles tenham nos sido ao nascer. O sonho ainda vive, o sonho sempre prossegue.

Ana Frantz

Tuesday 6 July 2010

Fazer sentido


Sera que e sorte? E destino? E acaso ou luta? Esse mapa que trilhamos cegos e aflitos. Sera que um dia nao desconfiariamos que fomos imensamente felizes? E nessa hora qual seria o rosto do insulto, a cara do susto;  o tempo que precioso nao vimos deslizando por nossa pele. 

E na busca pelo tesouro que nunca vimos, sera que nao percebemos que ele sempre esteve escondido nas nuvens, na arvore que verde se transformava para o outono e nos passaros voando inocentes no ceu? As coisas simples da vida sempre tao invisiveis ao nosso olhar corriqueiro e tao crucial a saude do coracao.

Sera que nao perceberiamos que sempre fomos felizes? Que na dor e no encanto, sempre esteve escondido o tesouro unico e essencial de que precisavamos para continuarmos vivos, sedentos, ousados. E que e assim, so assim, que sabiamos sonhar melhor?

Nao ha pecado maior em se permitir podar as asas e os sonhos. As verdades que moldam a alma e o corpo, sao  as unicas coisas que nos pertencem, se ignorarmos essas verdades, ignoraremos a nos mesmos. 

Sera que nao viamos que enquanto esperavamos uma resposta alguem do outro lado tambem temia nosso silencio? Que as cores do inverno nao eram sempre a cinza? Acaso nao vimos na neve a magia e o cachecol vermelho quebrando a barreira do branco, abrindo uma porta qualquer a tudo aquilo que nao conheciamos?

E nao era sempre no desconhecido que depositavamos os sonhos daquela antiga idea do que seria mesmo a felicidade?

Enquanto nem desconfiamos, anjos sussuram em nossos ouvidos os segredos, as respostas e os tesouros. Tudo sempre fez sentido.

Ana Frantz

In search for a thief...




Na contramao


Sento na grama molhada com meus joelhos no chao e em segredo converso com Deus. Lhe peco ainda um pouco mais de paciencia, para as licoes tao conhecidas, e sempre doloroso esperar pelo acontecimento que mudaria a minha vida. Em tons de desespero lhe imploro uma reviravolta. Qualquer vento rodopiante ou sorrateiro que arranque minhas raizes, tao presas a um chao que nao nutrem mais minha sede.
Ja nao calculo os limites do meu dia. Ainda continuo acreditando em um milagre, que justifique todo esse tempo perdido a espera de algo que me surpreenderia.

O certo e que se reconhece quando a vida vai passando no vazio. E ninguem quer segurar o peso do nada, atonito e indeciso, quando merecia bem mais.

Meu instinto cabalistico me diz que tem uma frase ainda nao decifrada nesse silencio que impera atraz da cortina do camarim. O espetaculo que inicia sempre com atraso quando ja desistimos de esperar na arquibancada pelas risadas e o abraco que viriam nos salvar desse abismo que nos persegue. Olho para a altura que me separa do chao, nao e o medo que me paralisa, e a incerteza de saber se posso mesmo voar,em distancias altas assim.

Enquanto me tranco em um quarto escuro tentando catar respostas que nunca encontro, a cabala insiste em dizer que o dia de deixar tudo pra tras chegou, e que ja nao havera chance de se permanecer o mesmo. Na euforia de quem anseia renascer, me dispo das roupas e do medo e abro os bracos ao vento, quero me deixar levar por essa forca, que a vida impera. Nao somos guias nem cegos, somos apenas plumas flutuando na atmosfera de um Deus que conhecemos tao pouco.

Fico em silencio tentando escuta-lo. Esse Deus que ainda nao conheco. Nao tenho paciencia, desisto, me desespero. Quero renascer, outra, nua, insana em um mundo todo novo. Espero o chamado; mas nao escuto nada a nao ser um silencio, denso e doloroso me repetindo frases antigas.
Olho para o ceu com olhos insanos, nao fui eu quem escreveu esses enredos. Me enfureco! Mas ja que nao posso ter o que insisto, me convenco e sigo. Ha um prazer escondido no desistir. Me solto livre em um ceu sem cor, e na distancia entre o que sou e persigo, mora a paz que preciso para nutrir as sementes ainda ferteis em mim.
Ha sempre um sussurro que me lembra que carrego um vazio na mala e uma vontade de trilhar caminhos diferentes. Mas mesmo na contramao, prossigo, sou sempre mais intensa na ousadia de ser interia sozinha.

Ana Frantz

Monday 5 July 2010

xxxx





Eu nao sei o que ha em ti. Nao sei que vicio me prende a ti. Nao sei que sede e essa, que nao sacia, nem mesmo com os melhores vinhos do mundo. Nem com as aguas mais puras vindas das montanhas mais remotas. bbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbnnnnnn
nnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnbbbbbbbbEu que escalei a montanha mais alta, nas alturas que sempre me fizeram voar, eu me perdi. Porque nao ha horizonte sem que estejas ao meu lado. Sera que um dia entenderas uma so palavra que eu digo?
And I am still waiting for the horse, the prince and the cure... I need saving


O comeco e o fim

Me deixa te despir por inteiro, ate a alma encontrar o ponto certo da entrega. Nao ha mais geito, e so assim que te tornaras inteiro. Nao havera formas para tramar um esquecimento que nao chega, que simplesmente nao vem. Me deixa te despir dos teus medos, me deixa te embalar em meus bracos com aquela melodia que gostavas tanto. Me deixa te despir a roupa, a alma e tuas certezas.

E preciso que venhas, e me colhas serena e muda, nesse jardim do qual eu nao pertenco. Acaso nao sentes que te espero chegar? Sera que nao escutas ao longe esse sussuro? Sempre te espero chegar.

Me deixa te mostar a materia das coisas raras, o segredo das coisas tao nossas, das quais nao podemos mais tocar. Me deixa tocar teus sentidos, te alivia comigo. Ao meu lado seras mais tu, sempre mais a essencia do que realmente procuras. Sera que nao ves, que procuras a mim?

No silencio das coisas que se ensinuam indecentes; seus segredos tao vulgares. Nas tardes que passas ausente, distante de ti mesmo, sei que escutas ao longe uma voz que chama pelo teu nome, para que justifiques tuas dores, para que te dispas dos teus medos, essas certezas tao atrozes, crueis para ti mesmo.

Enquanto te espero, ajoelho em frente ao meu altar, com lagrimas nos olhos eu imploro que venhas me buscar. Esquece que somos feitos de tecidos diferentes, e nos retalhos que a colcha que cobre o corpo febril se faz mais autentica. Tuas cores contornam meus borroes e sou sempre mais mulher quando me pegas pela mao.

Me deixa te despir ate a alma encontrar seu osso e costela, acaso nao sabes, que ha um sabor exotico e unico na impossibilidade que cambaleia no labirinto das verdades? Quando menos espera a verdade te espreita e ja nao tens mais para onde fugir.

Entao te rebusca! E preciso que venhas, nao tem mais geito, de certas coisas nunca teras como fugir. Os segredos que adormecem mansos em teu peito, podem a qualquer momento despertar monstros em ti. Aceita que precisas de mim, da mesma forma que preciso de ti, te livra desse pre-conceito. Ja nao sou mais a mesma e pelo mapa tatuado em minha pele suada, sedenta e voraz, encontraras o atalho que tanto buscas.

Eu sou o comeco e o fim. Entao vem e desagua em mim.

Ana Frantz

Te Esquecer


Tuas palavras que nascem sem forma, nem preconecito, encontram sempre seu porto em mim. E eu desaguo ja sem querer me entregar aos devaneios de tuas algemas. Me prendes, me devoras, me enlouqueces. E eu sigo, cega e faminta, a tua procura.

Nao sei onde escondes esse tesouro do existir. Essa vontade em te querer, sempre mais para a fome infinita. Me nutres e me desidratas, me acendes labaredas impossiveis de controlar. Es o sol, no meu universo sempre tao infinito, mas pequeno quando nele vem dancar.

Nao te vejo, nao te sinto, mas es sempre o astro, desse espetaculo que grito rodopiante pelo palco que reconstruo a cada manha. Cada dia e uma nova historia, e sou eu, vertendo lagrimas novas.

Tao cheia de cores, tao cheia da vida e sempre inundada por esse amor incontrolavel, que me torna sempre mais atrevida.

Eu bagunco teus livros, reescrevo tuas frases feitas, te encontro sempre em uma nova esquina, danco sozinha na chuva e te declamo palavras bonitas. Sei que navego em ti. Em noites quentes dancas tentando te encontrar, tentas me ver no escuro, na noite coberta por estrelas e na madrugada que gelada sempre grita meu nome em desespero.

Sei que querias ter dito tudo diferente.

Nessa danca de malabaristas, somos apenas gurreiros sem nome, tentando agarrar o que nos pertence. Mas entenda isso; nada mais nos pertence, depois de termos deixado escapar o tesouro unico e verdadeiro. Quando nossas maos se perderam na caminhada longa e traicoeira, se perderam de nos, a historia que queriamos tanto ter contado.

Esquecer doi.

Ana Frantz

X


Put a little love in your heart and show the world what you've got. You will realise your smile can heal a broken heart. AF

Friday 2 July 2010

Thursday 1 July 2010

A hora do sonho


Parece que tem horas em que o sonho pede para nascer. Nao e assim? E quase um grito que extremece as paredes que nos estruturavam tao bem. E ja nao se pode ser mais o mesmo. As coisas que vao tomando forma e vida propria fora de nos, pequenos novelos de la, que vao se aglomerando no caos das estrelas se chocando.



Na hora em que o sonho nasce, o caos se recria.
Quase sem querer vamos dando forma e vida para um ser novo em nos, somos sempre um espelho no outro. E estamos sempre a merce do que o outro refaz em nos. No desenho que o outro pinta a caricatura que revela a sorte ou o azar, o belo ou o feio, o amor ou o desapego.
Essa ilsuao que habita em nos, flashes de cores, sons, desejos e nescessidades. Ao que nao suportamos, nosso suor mais sagrado. Poro por poro, o sal que arde. Aos caminhos percorridos seguindo cegos, e ate para os loucos devaneos, era nossa promessa mais bonita. Vontade de ter dito tudo diferente.
A paisagem gira sob os olhos extasiados, o mundo tem o poder de encantar, e so quem e louco nao se joga assim, na agua de corpo inteiro. A agua so esquenta quando chega no pescoco.
Deixo minhas nuancias se agigantarem, nao importa que eu nao acredite, se o que for real e entao de fato a realidade a vida se recria sozinha. E impossivel nao desconfiar que se e feliz. As palavras nunca ditas se abrigaram no silencio. E o silencio as torna um mito, um mito sempre esconde um medo.
Abro minhas asas em redencao; sinto o cheiro do vento, vejo as nuvens passarem correndo, escuto os sinais. Abro as portas da casa de dentro, e com toda a tranquilidade do mundo eu observo um sonho nascendo.
Ana Frantz

Tempo perdido

Ele desenha seu nome como se o som que as palavras gemem quando se juntam, tivessem importancia nenhuma. Ele danca essa danca em silencio com medo de que a musica muito alta acorde os fantasmas dos quais conhece tao bem.


E com a voz quase rouca grita na noite escura: -Algumas vezes basta uma perda de caminho para que nao consigamos mais retornar rumo ao destino inicial da caminhada...

Por isso ela saiu voando sem pensar em mais nada...
Ana Frantz

Deixa pra la

Deixa pra la. Ja passou. O soluco engasgando qualquer risada. As maos frias apalpando os porta- retratos no escuro. Ja passou a saudade.

Nao importa mais que tenham podado minhas asas e por longos anos me acorrentado em uma gaiola feia e sem graca. Olha pra mim e ve esse riso que nasce solto, esse brilho no olhar vem de uma alma que sobreviveu ao fogo que arde as coisas mais sagradas em nos.

Ainda que tenham enganado minha fe, baguncado minhas certezas e jogado minhas perolas todas ao chao a merce de qualquer mendigo, recolho o que me sobrou. Tudo o que e essencial se faz permanente. O que me tiraram, ou o que eu perdi, eram apenas coisas a mais que carregava na bagagem, o peso delas me delimitavam os passos. E eu gosto mesmo e das estradas, nasci para ser andarilha. Sigo assim, mais leve pelos caminhos.

Entao, deixa ele ser pequeno, e me deixa ser gigante. Ja se perderam as contas entre nos.

Deixa pra la o passado e todas as coisas raras que doastes com olhos fechados. E assim o amor. Deixa pra la as coisas concretas, os documentos empoeirados, a raiva de tudo. E assim a vida e tudo passa.

Enlaco o agora e com ele costuro botoes no meu vestido, me revisto com os minutos e as horas, e o dia de agora, se faz em meu presente mais bonito. Olho o horizonte que me convida para uma nova caminhada, ha sempre tempo de ser mais feliz, demoradamente mais feliz. Ha sempre tempo para se doar mais, sim ainda mais. Ha sempre algo de nos que ainda nao desperdicamos, e dificil adivinhar, mas com sorte, algo de raro pode se multiplicar em um turbilhao de novas cores. Nessa invazao do milagre, poderas enfim, beber no calice da redencao.

Ha um tempo pra tudo no mundo. Deixa pra la entao as azeduras do ontem.

Ana Frantz


Livros que me acompanham em 2009

  • Notes from my travels- Angelina Jolie
  • THE SHAMANIC WAY OF THE HEART - Chamalu- Luis Espinoza
  • Shooting Butterflies - Marika Cobbold
  • The Global Deal - Climate change and the creation of a new era of progress and prosperity- Nicholas Stern
  • The Penelopiad- Margaret Atwood
  • Discover Atlantis - Diana Cooper
  • Tne Gift - How the creative spirit transform the World - Lewis Hyde
  • My East End: A history of Cockney London- Gilda O'Neil
  • Delta of Venus- Anais Ninn
  • The Little Prince- Antoine de Saint ExupĂ©ry *** Apr
  • Doidas e Santas- Martha Medeiros (March)
  • The English Patient by Michael Ondaatje
  • Gilead by Marilynne Robinson - Feb
  • Healing With the Faries by Doreen Virtue (Feb)
  • Montanha Russa- Martha Medeiros (Feb)
  • O codigo da Inteligencia - Augusto Curry - Feb
  • O Ensaio sobre a cegueira - Jose Saramago ( Jan Lendo)

Livros que andaram comigo em 2008

  • Meditacao a primeira e ultima Liberdade by OSHO ( Dec)
  • The English Patient by Michael Ondaatje (Dec Lendo)
  • Harry Potter and the Philosopher's Stone - J.K Rowling (Oct Lendo)
  • The PowerBook - Janette Wintersone (Oct- )
  • A vida que ninguem ve- Eliane Brum (Sep - Lendo)
  • The Birthday Party - Panos Karnezis - (Sep )
  • Ensaio sobre a Lucidez -Jose Saramago (Lendo...)JUN
  • Nearer The Moon -Anais Ninn (Lendo..) JUN
  • Superando o carcere da emocao - Augusto Cury(lendo...) JUN
  • Perdas e Ganhos- Lya Luft Jun(Releitura) Jun
  • A Mulher que escreveu a Biblia - Moacyr Scliar(May) ****
  • The Secret By Rhonda Byrne (May)
  • Time Bites -Doriss Lessing March (lendo...)
  • Life of Pi - Yann Martel (March to May )
  • The Kite Runner -Khaled Hossein /March ****
  • Back when we were geown ups / ANNE TYLER (larguei na metade)
  • O Sonho mais doce - DORIS LESSING /Feb ****
  • The Crimson Petal and the White- MICHAEL FABER / Dec-Jan / ***

Livros que me acompanharam em 2007

  • Burning Bright - TRACY CAVILER
  • Fear of flying - ERICA JOUNG (larguei na 50th pagina)
  • I'll take you there - JOYCE CAROL OATES ***
  • Memorias de minhas putas trsites GABRIEL GARCIA MARQUEZ ***
  • The Siege - HELEN DUNMORE ***
  • A girl with a pearl earing - TRACY CHAVILER ***
  • A year in Province PETER MYLES ( larguei na metade)
  • The mark of the angel- NANCY HUSTON-
  • A bruxa de portobelo - PAULO COELHO -
  • Under the Tuscany Sun - FRANCES MAYA -
  • Sophie's World - JOSTEIN GAARDER *
  • The umberable lightness of being - KUNDERA- **
  • As aventuras da menina ma MARIO VARGAS LOSA - ****

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