O bale das asas e sonhos esquecidos

Monday 20 July 2020

Eu Voltei

https://drive.google.com/uc?export=view&id=1bmaI36aqUJ_ijEUiDa0JDtTSusREqMsz

Eu voltei...
Voltei depois de sete anos e em meio a uma pandemia.
Voltei depois de ter dado à luz a dois meninos. Ter encontrado um companheiro. Ter mudado para o interior da Inglaterra e passado a trabalhar exclusivamente com fotografia. Não há mais burocracia em minha vida, nem trem lotados. Eu voltei, depois de ter perdido minha mãe para um ataque no coração e uma irmã para o  câncer de mama. Eu voltei e agora vou voltar a me ouvir. Ouvir essa voz, maluca, caótica, sensível e verdadeira que brota dentro de mim.
Eu hoje descobri uma coisa incrível! O infinito habita em mim. Lá dentro, bem no escuro!
Eu não sei onde vou colocar estes sete anos de histórias; talvez deixaremos isso pra lá.
Quem sabe deixarei brotar as palavras como sementes ao vento que com sorte germinam flores.
Vejo vocês de novo, nos ventos que antecedem os primeiros vôos do pássaro novo.
Mas aviso; já não sou mais a mesma. Mas aqui estou. De volta. 

Tuesday 10 September 2013

You, you you


"She always had that about her, that look of otherness, of eyes that see things much too far, and of thoughts that wander off the edge of the world"

Joanne Harris

Wednesday 21 August 2013

Sim & Nao

Os dias desfilam seus vestidos estranhos sob meus olhos quase sempre pacientes, a espera de uma beleza ou outra, escondida debaixo de alguma saia.

E quase sempre lento os enredos, quando vivo mais de uma historia em apenas uma hora. Mesmo assim, me cansa o passo. O destino brincando de sim e nao comigo, como se quisesse imitar o mar, no recuar e avancar das ondas,  fazendo chacota com a vida que tento controlar.


Rodopio sozinha num labirinto construido as pressas por quem anseia por algo que perdure mais do que um dia.

Costuro minha colcha de retalhos, fiapo por fiapo, no entanto o fiapo anseia ser o pano inteiro.

Ja nao busco eternidades, no entanto gostaria de encontrar algo que dure muito mais do que estes minutos efemeros das certezas.

Ana Frantz

Jack London

 



“I would rather be ashes than dust! I would rather that my spark should burn out in a brilliant blaze than it should be stifled by dry-rot.
I would rather be a superb meteor, every atom of me in magnificent glow, than a sleepy and permanent... planet.
The function of man is to live, not to exist. I shall not waste my days trying to prolong them.
I shall use my time.”

― Jack London

Furacao


Um furacao.

Era a melhor forma que havia encontrado para descrever o que a presenca daquele homem rodopiando na minha frente havia causado em mim. Logo eu, que naquela noite, era apenas uma silenciosa bailarina, cantando baixinho ao som dos meus proprios ruidos.

Depois do susto, o  ingresso certeiro para a montanha russa, arrancando calafrios de medo pelas alturas em que subiamos, desafiando qualquer estrutura que nos roubasse o direito de uma vista mais ampla. Na descida ja a ansia por novas vistas e o frio na barriga pedindo para que os orgaos internos nos saissem pela boca, para cederem mais lugar para a alma, que expandia, em cada respiracao.

Mas assim como chegou cheio de barulhos e velocidades me arrancando suspiros que ja nem sabia que ainda existiam em mim, com a mesma velocidade foi saindo, como se tivesse aparecido apenas para me mostrar a intensidade das coisas e suas volupias.

Ana Frantz


Friday 16 August 2013

So much to say, so little time...



 A vida de volta a Londres tem sido uma constante aventura. Tenho muita coisa para dividir e mergulhar em mim, mas tem me faltado tempo. Tenho me dedicado a fotografia, a encontrar um trabalho em um escritorio para as contas diarias e ainda uma nova casa.

Como poeiras de estrelas atiradas ao vento, as coisas aos poucos parecem se aquietar em seus cantos, e na medida do possivel, voltarei a escrever.

O ano que passei no Brasil, escrevi pouco, EU SEI. Talvez, porque tenha sido um mergulho tao intimo, que nao poderia dividir com mais ninguem, POR TANTAS VEZES nem sequer comigo mesma.

Aos poucos as palavras voltam a ganhar o enredo das linhas.

Beijos com asas, em todos voces que acompanham ha tantos anos o Bale das Asas.
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Thursday 27 June 2013

Self Portraits. E1. Underground Room. London. Summer 2013

Life is truly known only to those who suffer, lose, endure adversity and stumble from defeat to defeat.
Anais Nin

                             Life shrinks or expands in proportion to one's courage.
                                     Anais Nin

                       I postpone death by living, by suffering, by error, by risking, by giving, by losing.
                                 Anais Nin

And the day came when the risk to remain tight in a bud was more painful than the risk it took to blossom.
                                  Anais Nin

We travel, some of us forever, to seek other states, other lives, other souls.
                                    Anais Nin
 


“But I welcome the darkness where the two eyes of that soft panther glow. The darkness is my cultural broth. The enchanted darkness. I go on speaking to you, risking disconnection: I’m subterraneously unattainable because of what I know.” 
― Clarice Lispector, Stream Of Life


Anyone who has experienced a state of grace will know what I'm talking about. I am not referring to inspiration.
Clarice Lispector


    Do you know that hope sometimes consists only in a question without an    answer?
                                Clarice Lispector


          And I didn't know that danger is what makes life precious.
                                Clarice Lispector


      I miss the people I didn't say goodbye to, the things I let go, who I had         but didn't want to.
Clarice Lispector


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Tuesday 25 June 2013

Self Portrait



"If I could tell the story in words I wouldn't need to lug around a camera" Lewis Hine

Self portrait. E1 Underground room. Summer 2013.

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Wishes on a weel...

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Notes to self:





Desejos

Desejo que meus desejos aconteçam. Mas não todos. Não depressa demais a ponto que mal possa saborea-los, com o contra ponto da amargura de alguns dias de escuridão. Precisamos de certa incerteza na vida, para manter acesa a coragem de viver um dia de cada vez, como uma coisa única. como se fosse o último. Muitas certezas anulam esse gosto da aventura da existência.

As certezas são morfinas, são mórbidas e ofuscam o sonho na sombra egocêntrica e mentirosa. Quem não está constantemente em metamorfose é porque já se cansou da vida. Estar vivo é dar a cara ao tapa, é criar sonhos maiores que a possibilidade vã de cada dia é ir além quando não se têm mais força para virar a esquina.

Prefiro bem mais a dureza dos novos começos a me entregar velha e lenta ao confortável uso da rotina.

Troco amores quando a poeira tatua suas entranhas, troco de casa quando a teia da aranha é maior que o buraco na fechadura, troco de país quando a lingua já não entona um poema qualquer que me sacie essa sede de viver tudo aquilo que eu não entendo.

O misterio da existência esta no milagre do não saber e mesmo assim se entregar por inteiro como se já soubesse.

Sou filha da fé inconsciente. Sou cega e minha cegueira me obriga a tatear os objetos por onde passo com os dedinhos sensíveis do coração.  A vida exige de mim a coragem da infância, com a inocência de quem nunca caiu e não conhece a dor do joelho esfolado. Sou a criança de mim mesma buscando novas aventuras no jardim de casa. Todos os jardins são minha casa e o medo não tem enredo nas minhas brincadeiras.

Amanhã está novinho em folha esperando seus rabiscos. Vá para o seu jardim!

Ana Frantz


Monday 24 June 2013

Daughter of unconsciousness faith.



You were getting wiser
It's better this way

Faces in the mirror
Memories again
Now look to a feeling
It's lighter than breath
All you ever wanted
Is it getting away?
Beach House

Thursday 30 May 2013

Retorn(ar)


   They might know you  best
   and love you most
   but I would breath you in
   and be your ghost


   Retornar a algum lugar, significa acima de tudo rever antigos fantasmas.
  
Todo mundo possui um fantasma, ou muitos. E eu nao seria nem um pouco diferente de todo undo.
  
O que me surpreendeu foi mesmo o grande susto de ja ter enterrado o mesmo fantasma tantas vezes e ao encontra-lo no mesmo lugar ve-lo ressucitar frente ao meu coracao aos pulos.
 
 Estranhei o quao pouco entendo do Universo em mim mesma. Seus codigos e portoes de ferro tramado em 'art nouveau' permitindo entrada somente a suas mais razas certezas, no obscuro tragar do aroma, as mais indescritiveis surpresas.
 
  Sou um misterio pra mim mesma.
 
  Retornar a qualquer lugar exige coragem. Nao se sabe quem ainda respira por debaixo dos escombros do passado. Ir embora exige coragem. Nao se sabe, o quao vivo os fantasmas se tornam nas distancias. Permanecer... Diria que apenas os covardes permanecem sempre no mesmo lugar. Mas isto nao seria verdade. Apenas porque nao saiba permanecer, nao posso alfinetar a permanencia no mural dos covardes. Viver exige coragem. So e covarde quem nao encara suas proprias verdades, mesmo quando elas doem, mesmo quando elas chegam assombrando, revirando do avesso o que achavamos que ja haviamos organziado dentro de nos.

  Neste retorno tanta coisa mudou. Meu coracao se fortaleceu. Certos lugares mudaram. Outros nao.  Vejo tudo com uma pelicula diferente e ao mesmo tempo digo 'hello' a  tudo como um velho conhecido. Nao ha mais o gosto agucado do novo, nem nas dores, nem nos sabores. Sera assim o envelhecer?

 Enquanto tateio no escuro a porta de saida do velho casarao abandonado, vou convivendo com meus fantasmas, vou tentando encontrar um folego novo, outro ar para as dores antigas, e a esperanca de que os velhos fantasmas nao me assustem mais.


Ana Frantz

 
  

Friday 17 May 2013

Queda livre


Em Física, queda livre é o movimento resultante unicamente da aceleração provocada pela gravidade. No Universo de Ana Frantz queda livre e aquele frio na barriga, quando parece que o coracao vai literalmente sair pela boca, e espantado nos encarar nos olhos indagando: Para que tanta intensidade?

Pinned Image
Quando decidi deixar uma vez mais o Brazil e retornar a Londres com nada mais do que duas malas e uns trocados no bolso, a sensacao que tive foi a de estar saltando de um aviao a milhao por hora, sem saber ao certo as coordenadas geograficas de onde eu aterrizaria.

E isto me facinava e me interrogava.

Afinal de contas; o que e que torna um ser feliz? A seguranca ou a completa falta dela?

Durante os interminaveis dialogos na frente do espelho, me deparei com a seguinte conviccao. Sou no momento, uma engenheira de castelos de areia!

Desenvolvi um prazer imenso em imagina-los a cada manha, monto a estrutura, escolho a arquitetura e ate mesmo os habitantes do castelo. No dia seguinte comeco a construi-lo, grao a grao. Cada projeto possui seu tempo proprio. Nao gosto de acelerar as coisas.

Depois de construido o Castelo fica pronto ao sonho, a brincadeira logo vira rotina, ate que uma ventania destroi a primeira torre e uma onda mais forte invade a porta da frente inundando tudo por dentro.

E hora de mudar de novo! Entrar em qualquer aviao e em alguma altura imensa se atirar novamente em queda livre, confiando que as coordenadas me deixem em um terreno fertil, para alguma outra construcao.

Quase sempre ansiamos por certezas. Mas esquecemos que a grande fascinante realidade e justamente a falta delas . O inesperado amanha se desenha enquanto sonhamos de olhos fechados, sem desconfiarmos que logo pela manha estamos agendados para um voo de queda livre. Mas e dai? E tambem de intensidades que se vive, talvez so mesmo o frio na barriga, e o que justifique toda uma vida.

Ana Frantz












Chegadas & partidas


Dizem que e  nos momentos de partida que nos sentimos inteiramente vivos.

Pode ser.

O fim desperta aquele apego ao sagrado que nos temos. Ninguem quer a morte, so saude e sorte, eternizou Gonzaguinha.

Nos momentos de chegada me sinto como um bebe, pelado, tremendo de frio, testando minhas cordas vocais pela primeira vez a um mundo totalmente alienigena.

O que gosto mesmo e nascer de novo! Com todos os arrepios que isto traz. Tantas e outras vezes, tantas e quantas vezes for preciso, para continuar viva. Ainda que para isto precise morrer.

 

AF

LIFE IN LONDON AGAIN STATUS:



Pinned Image





I am feeling like trowing myself on a bumping jumping at 1.000000 feet high every day!



Scary & exciting it's all the same!



Monday 13 May 2013

Regresso

Outra vez volto.
Mas ja outra, desfaco me dos atropelos das desilusoes.

Tento conter em mim a calma presenca que acalenta e cura, quando ao me ver refletida nos olhos do outro, o que vejo e apenas um espelho que devolve a minha imagem.
No recomeco, as paginas em branco esperam serem escritas, nao me apreco em tentar adiantar a hora e deixo que cada coisa nasca e floreca em seu tempo. As vezes lento, noutras tao rapido que nem percebo, que ontem era ainda apenas uma projecao no tempo.

Minha velha cidade grande lanca seus tentaculos sobre mim, e uma vez mais caio de amores por suas tentacoes tao traicoeiras e a solidao silenciosa, concreta e viceral de suas antigas arterias.

Me deixo perder-me de mim mesma e das tristes conviccoes que um dia sedimentaram meus alicerces e regresso ao meu velho mundo, toda inteira dos mundos novos em mim.

Ana Frantz

Wednesday 31 October 2012

Alguém

                  Me afundo nesse imenso cansaço.     
       

Palavras vazias caem como pedaços de papel amassado, com qualquer coisa que havia neles, para se jogar fora.
    
   

 Precisei andar muito, para voltar ao mesmo lugar.
 

     
      Depois de tanto andar, apenas pude entender, que a estrada era onde eu me sentia em casa e que era inútil pendurar quadros na parede para me convencerem a ficar. Depois de voltar para tudo o que é meu, aprendi que não possuímos nada, apenas aquilo que fizemos com o tempo.

     Tudo são memórias e pequenas histórias, que ninguém quer mais ouvir.
 

     Ao enterrar e desenterrar estes fragmentos do passado, entendi que mágoas são amuletos tolos que acumulamos pelo caminho para provar a nós mesmos o quanto lutamos. Se lutamos, nada importa! 
 
       O mais importante é continuar acreditando no sonho, apesar de tantas ilusões terem sido vencidas com duras verdades.
 

                   Depois de tanto silêncio e palavras sendo ditas solitárias em um deserto sem ecos, se aprende que há dois caminhos: ou deixar-se calar, ou seguir gritando, até que alguém escute.



Ana Frantz



 


Estranha

  Essas noites do Sul possuem uma luz amarelada e silenciosa que me assustam quando a poeira voa de um canto ao outro. As estrelas parecem maiores e os grilos competem com os cães que latem endoidecidamente pela madrugada. 

Sempre imaginei que a solidão vinha por ter me feito distante. Hoje sei e a descubro aqui.

 
    Não apenas dentro de mim, navegando em minhas carências e fantasias, mas neste mundo que deixei quando criança e que já não reconheço mais.
  
    Os amigos de infância se foram. As ruelas de pedra, asfaltadas. A floresta cortada, é hoje o apartamento onde moro e me escondo do convívio tão pedante com estes desconhecidos, falando em idiomas estranhos. Embora falem a língua que aprendi a decodificar desde muito pequena. Nestas palavras soltas, não encontro poesia.
  Nas novas ruas com fachadas de vidro, não percebo a beleza das coisas pequenas, que antes encantavam meus dias.
    
   Sou uma estrangeira em meu próprio país. Uma estranha que molesta o passar pedante das horas da pequena cidade. 
    
Ana Frantz
      
      
    




Words of reassurance

But only if they're true

Just some simple kindness

No vengeance from the gods..
g
h

Tuesday 28 August 2012

Enquanto espero acontecimentos







      me perco do momento.
  AF

Tuesday 24 July 2012




I believe in FAIRYTALES because I AM the one who creates them. 
                                                                                                    




                                                         AF

Friday 20 July 2012



       So,  when you build your next SAND CASTLE, never, forget to destroy it, BEFORE it destroys   BBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBYOU!!!!! 

Monday 16 July 2012

My angel

Once upon a time there was a boy with stars in his heart, after I met him, my world was never the same again. He gave me wings and a safe place to land, he carried me in his arms to safe embraces and childish endeavours. He made me believe in fairytales and made me feel beautiful.


He carried the sky in his eyes and every tone of blue, which used to make me fly, just by looking at them.

The way he count the stars just after dawn, the way he sang songs in the woodland on his bicycle, the way he danced like no one was watching and laughed with his whole body.

He let me in his world and open his heart to my madness. Together we have shared the most magical and unforgettable moments.

I had to fly away, leaving my best friend behind. But there isn't a single day I don't carry him in my heart, bringing to life our best moments, so I can breathe again.

Today is his birthday and we are 9 thousand miles away from each other.

I wish I could be close to see his smiles and the way life gently runs through him.

I wish his life is always blessed with sweet happiness and he always find the truth in his heart, the answer to everything he fears. I wish purple rain just before the rainbow, bubbles in a glass of champagne, colourful balloons and a hot air balloon flight, starry nights by a fire and someone to love and care for, bare feet on the grass, pimms on hot afternoons, good friends to enchant his life. I wish every dream come true; because he is my angel and my best friend on this Earth.

Ana Frantz

Saturday 30 June 2012

Portas

Havia sempre uma vontade louca de deter tudo o que perecia. Como se o milagre fosse conter as horas doces em uma caixinha apertada, para que o sonho não escapasse nunca.


Voar era como fazer poemas com as estrelas, como se ao tocar coisas nunca antes tocadas, desvendasse o segredo e o domínio do existir.


No entanto, era sempre a intensidade das coisas que justificava tudo. Sempre!

O jeito com que se entregava nua ou vestida até o pescoço aos amores de carne e as paixões etéreas.

No final de cada história era sempre mais gostoso este mergulho fatal, a sensação de que se deu até o que não se tinha, apostando nesta ilusão cambaleante e feliz, de ser apenas um com o momento, e tudo o que flutuava ao redor dele.

Havia sempre uma porta ou outra abrindo-se milagrosamente ao sabor de sua inebriante companhia.

Ela entrava. Noutras fugia correndo.


Ana Frantz


Friday 29 June 2012

Sede Tonta

Tentei fugir de mim mesma, quando todos os fogos que ardiam o fogo de viver aclamavam por uma salvação.

Ingenuamente corri nua entre fogos e florestas virgens desta sede tonta. Em céus mais estrelados esperei encontrar uma luz amarelada e brilhante que poderia mostrar o caminho de volta pra casa.


Foi só quando cheguei nesta terra longínqua, que percebi, que sempre nos levamos, para onde quer que vamos. A sede não apaga fogos, apenas o excita para labaredas ainda mais vorazes.

Agora tudo queima em mim.

Os mundos que foram pedem passagem e o mundo que se constrói amanhece preguiçoso quase sem a graça urbana dos muros pintados com fúria e anonimato.

Dia após dia percebia que a solidão só havia mudado o endereço e a nacionalidade.

Aquele vazio me perseguia e exigia que eu abrisse a porta como se ele fosse um velho amigo meu.


E mais uma vez eu precisava entregar o que eu não tinha, com a mesma voracidade de sempre.

Ana Frantz






A little MORE to everyone


Monday 4 June 2012





   Só existe a liberdade em ser.


   Só o vento 
   Correndo faceiro, enquanto levanta o vestido de quem o segura com as mãos.


   Só existe essa vontade doida em devorar o olhar que sede traz.E deixar o tempo correr com a voracidade de um aprendiz.


 Livre para ser dos fogos, o fogo.                              AF


Inteira

As coisas quebradas chegam a mim em caixotes vazios.


A casa impregnada de poeira e bagunça vai aos poucos entonando um mantra silencioso e triste. 
Vou então me dando conta do óbvio. Nada nunca me pertenceu, nem mesmo aquele desejo visceral e cego em transformar-te em coisa minha.

Pelo silêncio que me presenteias através de todas as ondas que nos separam, entendo que é apenas nesta ausência das coisas tuas  que me encontro outra vez. Sem esmolas nem sombras, vou agora em busca de uma coisa qualquer que me apresente o novo e a alegria que ele traz.

Os cordões de ouro com siglas de amores antigos que foram perdidos nesta travessia, me lembram de que relicários são móveis empoeirados ocupando espaço nos cantos vazios.

Não quero mais esta ilusão. Entulhos sem ocupação. 

Outra vez renasço, outra vez me refaço. Para noutra estação empacotar tudo novamente, para lá adiante no dobrar da curva quebrar-se o que em mim eu segurava com tanto cuidado. Cuidado é inútil. O risco é viver.

Desafio então a vida e redescubro um jeito torto de sorrir.

Sou o agora, nele sempre inteira, mesmo quando dói.

Ana Frantz

Thursday 17 May 2012



Voltei

Então eu voltei.



Ainda não sei se voltei ou se fugi,  daquela que em mim perseguia por respostas difíceis de se dar.
Aterrando barro molhado no estrago feito no jardim, a terra ainda em carne viva, recém saída de um buraco muito fundo.

Tudo passou.

Tudo sempre passa nos ditados populares. Eu também passei. E neste passeio em mim mesma renasci mundos e mantras, fogos e sons, densos labirintos para histórias muito belas. Apenas não há mais tempo para reescreve-las, então nos contentamos com o esboço do que foi e quem sabe até do que virá, acaso não tenhamos aquela tarde ociosa com a chuva na varanda para pincelarmos com tinta a óleo a obra de arte definitiva.


Mas quem é que quer viver com o que se define?

A mim me cabe o infinito descortinar de tudo o que nasce e morre em mim.

Amanha de manhã já é novo o sonho e são já outros castelos de areia.

Ana Frantz 


STAY HUNGRY


STAY FOOLISH!

Thursday 15 March 2012

Infinito


Me perco neste Universo; tão particular. É meu. Já não preciso convidar ninguém para entrar nesta sinfonia dos silêncios que sempre falam mais alto em mim.

Agora que abandonei os amores e as dores que eles tinham, sou outra! É nova em folha a cara deste sonho. É feito de montanhas cobertas por árvores e pela raiz fincada na terra fecundada. Era sempre isto que eu buscava.

Me permito esta morte lenta do que foi passado em mim, recrio esta nova dança. É bale de gladiadores, de quem não desiste nunca, de quem encontra fascínio ao inventar outros sabores, nesta dança criança de aprendiz.

Me deixo perder neste silêncio intocável de minha casa.

É claro que sinto saudades, só mesmo um louco não entenderia a impossibilidade em viver sem ser refletido em olhos tão brilhantes. Eram sempre azuis aqueles olhos e emprestavam ao céu cinza de Londres qualquer magia que a cidade não tinha.

Era sempre alto o pranto e a risada. Foi sempre um exagero amar assim.

Me esvazio pouco a pouco daquela que fui.A cada dia me esqueço um código ou outro, uma coordenada geográfica qualquer, para que minhas pegadas não me levem jamais por caminhos já traçados.

É sempre preciso aprender uma vez mais morrer. Somente nesta dança inconstante e esquisita é que se descobre o quão infinito é viver.

Ana Frantz

Friday 24 February 2012

Tatuagem


Te tatuei em minha pele, depois te abandonei.
Era pesada demais tua doçura sempre tão plena em mim e a vontade de pertencer a algo tão livre quanto o vento.

É que eu também precisava da liberdade de não te querer.

Por isso tramei voos mirabolantes para que pudesse me perder de ti, só que ao me perder de ti, também se desfez tudo o que havia de mais sagrado em mim.

Agora perdida nas distancias, algo em mim sufoca e pede abrigo. Da janela a vista da velha infância, relembra sonhos, colhidos um a um pela alma sempre sedenta. No entanto a busca não tem fim e ha sempre outro sonho impossível galgando as estrelas que na noite alta se espicham no céu, só para serem vistas.

Assim eu também me deito nua frente tua morada, mas não notas. Nunca notas.

E la fico, como uma estatua silenciosa e triste a tua espera.
Ana Frantz


Livros que me acompanham em 2009

  • Notes from my travels- Angelina Jolie
  • THE SHAMANIC WAY OF THE HEART - Chamalu- Luis Espinoza
  • Shooting Butterflies - Marika Cobbold
  • The Global Deal - Climate change and the creation of a new era of progress and prosperity- Nicholas Stern
  • The Penelopiad- Margaret Atwood
  • Discover Atlantis - Diana Cooper
  • Tne Gift - How the creative spirit transform the World - Lewis Hyde
  • My East End: A history of Cockney London- Gilda O'Neil
  • Delta of Venus- Anais Ninn
  • The Little Prince- Antoine de Saint Exupéry *** Apr
  • Doidas e Santas- Martha Medeiros (March)
  • The English Patient by Michael Ondaatje
  • Gilead by Marilynne Robinson - Feb
  • Healing With the Faries by Doreen Virtue (Feb)
  • Montanha Russa- Martha Medeiros (Feb)
  • O codigo da Inteligencia - Augusto Curry - Feb
  • O Ensaio sobre a cegueira - Jose Saramago ( Jan Lendo)

Livros que andaram comigo em 2008

  • Meditacao a primeira e ultima Liberdade by OSHO ( Dec)
  • The English Patient by Michael Ondaatje (Dec Lendo)
  • Harry Potter and the Philosopher's Stone - J.K Rowling (Oct Lendo)
  • The PowerBook - Janette Wintersone (Oct- )
  • A vida que ninguem ve- Eliane Brum (Sep - Lendo)
  • The Birthday Party - Panos Karnezis - (Sep )
  • Ensaio sobre a Lucidez -Jose Saramago (Lendo...)JUN
  • Nearer The Moon -Anais Ninn (Lendo..) JUN
  • Superando o carcere da emocao - Augusto Cury(lendo...) JUN
  • Perdas e Ganhos- Lya Luft Jun(Releitura) Jun
  • A Mulher que escreveu a Biblia - Moacyr Scliar(May) ****
  • The Secret By Rhonda Byrne (May)
  • Time Bites -Doriss Lessing March (lendo...)
  • Life of Pi - Yann Martel (March to May )
  • The Kite Runner -Khaled Hossein /March ****
  • Back when we were geown ups / ANNE TYLER (larguei na metade)
  • O Sonho mais doce - DORIS LESSING /Feb ****
  • The Crimson Petal and the White- MICHAEL FABER / Dec-Jan / ***

Livros que me acompanharam em 2007

  • Burning Bright - TRACY CAVILER
  • Fear of flying - ERICA JOUNG (larguei na 50th pagina)
  • I'll take you there - JOYCE CAROL OATES ***
  • Memorias de minhas putas trsites GABRIEL GARCIA MARQUEZ ***
  • The Siege - HELEN DUNMORE ***
  • A girl with a pearl earing - TRACY CHAVILER ***
  • A year in Province PETER MYLES ( larguei na metade)
  • The mark of the angel- NANCY HUSTON-
  • A bruxa de portobelo - PAULO COELHO -
  • Under the Tuscany Sun - FRANCES MAYA -
  • Sophie's World - JOSTEIN GAARDER *
  • The umberable lightness of being - KUNDERA- **
  • As aventuras da menina ma MARIO VARGAS LOSA - ****

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