Havia sempre uma vontade louca de deter tudo o que perecia. Como se o milagre fosse conter as horas doces em uma caixinha apertada, para que o sonho não escapasse nunca.Voar era como fazer poemas com as estrelas, como se ao tocar coisas nunca antes tocadas, desvendasse o segredo e o domínio do existir.
No entanto, era sempre a intensidade das coisas que justificava tudo. Sempre!
O jeito com que se entregava nua ou vestida até o pescoço aos amores de carne e as paixões etéreas.
No final de cada história era sempre mais gostoso este mergulho fatal, a sensação de que se deu até o que não se tinha, apostando nesta ilusão cambaleante e feliz, de ser apenas um com o momento, e tudo o que flutuava ao redor dele.
Havia sempre uma porta ou outra abrindo-se milagrosamente ao sabor de sua inebriante companhia.
Ela entrava. Noutras fugia correndo.
Ana Frantz
2 comments:
Oi Tuti!
Sigo lendo tuas postagens e admirando tua facilidade com as palavras.
E a readaptação à terrinha santa, como anda?
Abraço!
Charles.
Olá Charles,
Surpresa boa.
A adaptação está dolorosa, noutras deliciosa, como deveria ser.
Mas já planejando um vôo para o amanhã.
Grande abraço, espero que venhas aqui sempre.
Beijos
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