presenca para me sentir viva. Nao. Viva nao. Para me sentir humana. Preciso da tua negacao, do teu julgamento sujo, quase ignorante. Preciso odiar tudo que acreditas, para so assim descobrir o que me traz a fe.Te preciso, e isso deveria bastar. Poderia ser tao simples. Mas eu sei, e tu sabes, que nao sobreviveremos se ficarmos juntos.
E quase como um vicio. Um paladar que perdeu o juizo. O amargo dos meus dias ao teu lado, o exagero da logica, e uma loucura ao contrario.
Mas te amo, e isso pra mim ja basta. Contigo meu mundo e pequeno, quase cabe em uma caixa, sem ti meus horizontes, sou eu quem invento. Mas no final da tarde, ou no amanhecer de um dia cinza, e teu reflexo que tento enxergar no espelho, tentando ainda reconhecer algum traco qualquer de memoria. Algum beijo teu, um eco de teus gritos, e de todo aquele desassossego. Me olho, me procuro, tento te encontrar em mim, mas o que vejo, e uma outra pessoa. Uma icognita, um buraco negro, um poco vazio.
Entre risos, choros, e oracoes, escondido no fundo do peito, e meu desejo que mora. E ele e teu, e eu sei, e tu sabes, que nao consegues me seguir, nao sabes me acompanhar, e nao queres que eu te siga.
Ana Frantz
1 comment:
acho q compartilhamos um mesmo momento, pq talvez a nossa dor pronuncie num mesmo tom as mesmas vozes...
Post a Comment