Me esvazio da tua presenca, ate que nao reste mais nada. Teu vulto me assombra pela noite inteira, em segredo ainda sonho. Tenho tuas maos macias me segurando pela madrugada adentro, so para ter a certeza de que nao vou me atirar de precipicio algum so para te provar que sou valente.Minha honestidade te cansa. Mas ainda cansado tu voltas.
Se fico muito tempo sem te ver, me perco. Mas quando te vejo e quando me perco ainda mais. Submissa ao teu infinito, tuas cores, teu aroma, tua geografia. Neste mergulho em ti sou sempre mais luz. Mais vida! Quando vais embora a luz se apaga e fica apenas aquele silencio ansiando uma resposta que nunca vem.
Quero apenas que tenhas esta certeza; ha um amor pulsante em mim. Que me devora cada vez que penso em ti. Tem dias que essa forca me consome inteira. Sou a fome, a miseria e esta vontade intensa de sobreviver. Porque e so tua presenca que me traz vida; o resto e apenas uma tentativa alucinada de manter o ar em meus pulmoes para que eu sobreviva tua proxima aparicao.
E quando vens e a luz; simples assim. O alivio transparente e palpavel que me eleva e me faz levitar.
Quando vais embora, e sempre com muita forca que sou arremessada contra o chao, do topo da nuvem mais alta. E outro dia amanhece sem que eu esteja ao teu lado; ainda assim eu sobrevivo. Mas com apenas um pulmao.
Ana Frantz
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