Monday, 11 April 2011

Quando chove


Sempre vinha como uma tempestade que sem saber porque, acalma o espirito da gente. Depois me sentava na varanda so para sentir o cheiro da terra quando ri.


Ate os passaros cantam diferente depois da chuva.


E assim quando vens. Tem uma cor dourada, de ceu que depois de muito pesado se abre, quase mais limpido, quase mais ceu.


Gosto quando chove assim, porque e quando presinto os teus passos, sempre certos na missao de secar qualquer lagrima que me tenha escapado no meio dos ventos muito fortes. Ainda antes da chuva.


Gosto deste momento que precede tua chegada. E a minha hora de te sonhar, certa de que vais de um jeito ou de outro se materializar na minha frente como um sonho bom, que ja e a propria realidade acariciando estas horas douradas do dia.



Este amor ja e maior, que a minha propria vida.


E so quando chegas, que chego tambem em casa. Antes disso sou sempre uma andarilha por ruas estrangeiras a trocar palavras sem sentido com desconhecidos. E so quando vens que me encontro, e digo meu nome amorosamente para este espelho que trazes sempre contigo.


E so quando estas perto que respiro e deixo o ar entrar em meus pulmoes. Antes disso e sempre um mergulho muito longo e me falta o ar.


E so quando estas, que estou. Antes disso, uma replica mal feita do que eu poderia ter sido, se jamais tivesses vindo.


Ana Frantz

Desde sempre

Aprendemos tao cedo isto; so haveria um jeito de nos amarmos.

Nao eram maos enlacadas e bracos presos em abracos, na boca colada em outra saliva. Nao eram horas e horas ao sabor da nossa companhia. Ainda que esta fosse, sempre a melhor de todas as alegrias do dia. Nao eram nas assinaturas em papeis; nosso contrato maior foram sempre nossas cartas de amor. Nao eram em possessoes carnais, temas viscerais, crises de ciumes e cobrancas tao normais.



Compreendemos, ja no primeiro olhar que havia amor.



Esse amor, que veio antes do aperto de mao; nos convocou a nao errar nisto. A preservar este amor; como se fosse a ultima especie da flor selvagem mais rara, provedora de polen doce e medicinal. Nao podiamos fazer isto; matar o amor, com as maos tao pesadas da realidade. Por isso ele veio assim. No esconderijo do nao. Na impossibilidade de te tocar com meus dedos tao pesados, eu te permito o voo. E so assim. Te liberto das grades tao insanas do meu amor.



Gosto tanto quando me olhas voar. Livre e inconstante. Admiras o jeito com que bato minhas asas com furia contra o vento enquanto deixo que a chuva molhe tudo o que ha em mim, como se minhas asas, neste instante se transformassem na terra umida, pronta para germinar qualquer semente.



Aprendemos isto; so haveria um jeito de nos amarmos assim em demasia.



Quando me olhas com teu olhar de ceu infinito me perco dentro da tua imensidao e fico flutuando por ela, enquanto amacias minha alma, com as tuas maos sempre tao leves.



Desde sempre, sabiamos, que este muro das impossibilidades foi o que tornou nosso amor mais absurdo. E por isso mais verdadeiro.



Aprendemos desde sempre que so haveria uma forma de nos amarmos; e esta era a liberdade.



Te deixo ir e te deixo voltar, como se minha casa de dentro- este musculo involuntario, fosse tua morada. E e. Quando partes por muito tempo, sempre retornas para uma casa cheia de poeira e uma nuvem ou outra muito escura- mas ja no proximo instante apos tua chegada, ha flores colorindo os cantos e uma musica alegre tocando ao fundo.



Es o tudo e o nada em mim.



So me e permitido te amar assim ao sabor dessa nossa liberdade. Na certeza de que essa estrada nao termina nunca. Nao sei quando abriras a porta espantanto todos os fantasmas negros em mim, mas sei que viras e o mais importante e que sei que nunca deixaras de voltar cada vez que partir.



Ana Frantz



Friday, 8 April 2011

Sem os sinos concretos das catedrais


Me solto entao.


Livremente- nesta aura das coisas idas, das coisas que nao chegaram a amadurecer em vida em mim, mas que respiraram em meu utero, ansiando esta vida nova. Me solto entao; dos sonhos que foram sempre isto; apenas sonhos. Me livro das culpas, que me foram apenas pedras trancando o caminho para a valsa leve e casual.


Sera que ninguem poderia ter nos avisado que o bonito disto tudo, esta nesta danca imprevista, que susurra melodias exquisitas enquanto tentamos afobados acertar o passo? Sem nem se quer imaginar, que o Criador deste concerto todo, nao anseia passos certos, nem tortos, nem avessos ou indiscretos. O maestro desta orquesta estelar, apenas nos que ver dancar.


Aceito minhas perdas e dela faco um passo de danca. De cada lagrima um poema. E da minha gargalhada escandalosa, dela eu faco uma estrela.


Ja aceito que nao nasci para ser muito rica, nem famosa, nem muito boa em coisa alguma. Ja aceito isto; nasci para ser a verdade que habita em mim, em cada passo do caminho. Ja nao anseio por corridas muito rapidas, e por procuras que cegam o que me e essencial. Quero aprender a dancar mais devagar. A deixar o vento tocar minha pele, como bem quiser, antes que eu lhe faca qualquer tipo de contrato. Quero ter menos ciumes e desejos. Menas possessoes e mais fantasias. Preciso aprender a perder.


E tempo agora de seguir, e deixar-se ir, o que de mais precioso tive na vida. E tempo agora. Eu vou, amanhecer em outro capitulo, ja somos outra historia esperando acontecer.


Me solto entao da tua mao sempre tao leve, que me fazia cocegas de tao alegres; era a prova de que o sagrado era nosso, e andava com nos. Vai saber. Talvez estivesse escrito no livro do destino, que seria obsceno amar-se assim, com tanta verdade. Com tanta pureza. Me deixo perder da tua risada escandalosa e do teu corpo que sempre sorria contigo.


Me solto como um balao no ar, para que possas seguir tambem, a mais mundana das estradas. Para mais alem, quem sabe, voar contigo, sem os sinos tao concretos das catedrais.

Ana Frantz

Monday, 4 April 2011

Entre silencios



Silencio em mim os ecos que ressoavam teu nome. Me canso de esperar pelo chamado que nunca vira. Abro meus bracos ao vento e deixo que escape de mim, qualquer esperanca de te ter comigo. Teus caminhos todos tortos, sao cheios do fogo e da ansia.


Se fui em tua vida a sombra do medo, da pergunta que deverias ter um dia te feito, mas nao fizestes, entao sou eu que me escondo agora, para que minha verdade nao assuste os demonios escondidos em ti. Ate quando poderas te esconder de ti mesmo? Sera que e ainda muito tarde para tentar agarrar a ultima gota de vida? Ate para isso e preciso a coragem, para se encarar de frente e correr este risco extremo, o de ser feliz.


Me canso de ser esta esfinge que tanto temes. Porque alguem temeria a verdade? Te entreguei tudo o que carregava em minhas maos, tambem cansadas em entregar ate o que eu nao tinha. Nem por isso tive a covardia de tapar com as maos ainda em chamas os ouvidos para que nao escutasse o chamado do vento. Nem sempre e mais facil tornar-se quem realmente deveriamos ter sido, se o medo nao tivesse tomado quase todos os nossos sentidos.


E sempre mais comodo, esconder-se.


Te deixo entao, para que tenhas o tempo de que precisas para esconder-te de ti mesmo, para mais tarde aprenderes so esta verdade, jamais conseguimos correr da propria sombra. Enquanto te deixo se perder, olho por horas meu rosto no escuro. Este olhar cansado que sabe porque e para que veio ao mundo. Mas que no silencio desta revelacao, pode so mesmo esperar, pelo dia em que te aprontes para vir comigo. Porque e exatamente assim, que foi escrito.


Ana Frantz

Wednesday, 30 March 2011

Quando vens

Sempre chegas na hora certa. No amanhecer dourado de uma nova estacao, que aos poucos exala o perfume de todas as flores. O tom de tuas cores. Teus contornos suaves, da alma que de tao leve voa. Que de tao suave acaricia mesmo sem o toque que a pele anseia. A palavra que ressoa no silencio e apazigua todo conflito que em qualquer som muito alto havia.

Tua presenca e luz.


Quando vens; chegas sempre reconstruindo. Tijolo por tijolo essas estruturas tremulas onde habito. Quando vens; chegas enfeitando de flores os moveis empoeirados, abrindo janelas com vista para o mar, pintando estrelas, acalmando o vento, encantando o destino, desafiando o feio.


Tu es a divina forma da beleza.


Preencho linhas com palavras absorvidas de misterio e fe, neste livro tao secreto dos dias. Talvez so mesmo o milagre da criacao poderia ser soberano o bastante para te prender nas grades doces do meu amor. No entanto o que se passa por tras dos bastidores dos guardioes do destino, pouco sabemos. Esses senhores cabalisticos que manifestaram tua presenca frente aos meus olhos sedentos, nao teriam como prever quao grande era a sede de quem andou anos pelo deserto seco e sem vida.


Eu que tinha esta sede, vi em ti tanta agua e tanto ceu, quis te engoluir com toda a fome que na minha alma havia, e aos poucos fostes me preenchendo com o liquido vital e poetico da tua existencia, sem apressar os dias.


Tu vens; vagarosamente a cambalear pelos caminhos. Escuto tua respiracao, os toques do teu coracao, a cadencia dos teus passos tortos, confusos, sempre apressados. Te vejo chegar com a alegria da espera que finalmente teve seu fim. E quando nos encontramos e sempre a mesma explosao de dois corpos andando em uma alma so.


Tu vens para reestabelecer a calma no meu afobado coracao.


Ana Frantz






Tuesday, 29 March 2011


The most beautiful gift life can present it to you; is learn to

xxxxxxxxxxxxxxxxx LET GO!


S


S


STHERE


BBBBBBBBBBBBBBBBBBBTHERE IS ALWAYS A TURNING POINT...


sssssssssssssssssssssssssssssssThere ain't no mountain high ddddddddddddddddddddddenough!

Monday, 28 March 2011

Perdas




Luto contra este abismo em mim. O olho com a calma de quem ja aprendeu que com as perdas, so ha um jeito. Perde-las. Na margem deste penhasco, meus pes que quase se perdem entre o ar e o chao, ensaiam pequenos saltos, para que a brasa muito quente, que faisca ainda das cinzas, nao os firam em demasia.


Talvez o bonito disto tudo, esteja mesmo neste compasso indefinido, na valsa que no outro instante e samba, e no samba que se torna blues em um segundo. Nem sempre o aprendiz consegue trocar os passos na hora certa da marcha, e no deslize de um tropeco ou outro, tambem se danca.


Quem sabe esta senhora aspera e ardua esconda em seu vestido sujo e rasgado o ganho maior. A conquista da propria autenticidade. Porque e nas perdas que reconhecemos e luz que nunca se apaga. No silencio de um quarto escuro esta luz vem nos mostrar que ha apenas uma unica coisa que nao se pode perder nunca, a luz da esperanca. A espera de dias melhores. De tardes amenas. A espera da calma e da sorte que eventualmente sem avisar vai encher o caminho de flores, amigos e amores.


Guardo esta dama verde; a esperanca. Na minha caixinha de joias favorita. Deixo ela adormecida, livre para criar os sonhos do amanha.


Ana Frantz

Friday, 25 March 2011

Freedom

Born free, as free as the wind blows
As free as the grass grows
Born free to follow your heart

vvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvv LIVE FREE, AND BEAUTY SURRONDS YOU!



Wednesday, 23 March 2011

Me & You


Um amor, assim

Teu nome irradia em mim um milhao de estrelas. Es o brilho e a cura. A galaxia sempre presa na energia mais pura. Toda vez que o concreto desfazer das horas, vem pintar qualquer amargura na aquarela dos dias, preciso revirar qualquer memoria tua para que possa novamente me lembrar do que sou feita. Teu riso me reestabelece a calma. Tua alma me empresta as asas, uma ponte para tudo o que e belo e nem ainda nominamos.

Somos feitos de materiais muito sensiveis. Fomos construidos com a textura dos sonhos, moldados a quatro maos pela alegria do amor, materializados numa noite de lua so para fazer rir as estrelas.

Somos feitos de magia e pureza. De codigos que tao poucos compreendem. Gargalhadas tao infantis, ja beirando os anos da maior idade. Se estamos juntos, e assim que olhamos a vida. Como duas criancas a espera do proximo encantamento.

E para isso nao e preciso muito, basta que estejamos lado a lado; para rirmos dos nossos tropecos enquanto ensaiamos uma nova danca, ou um outro truque de malabarismo. Dois palhacos alucinados em seus proprios camarins. Sempre a espera do show- que nunca vem.

Dois aprendizes. Dois irmaos. Dois amigos. Dois amores. Duas almas, que quando se encontram, sao sempre uma.

Por isso, toda vez que digo teu nome, me expando e me torno mais uma estrela no ceu. Tua presenca me traz luz. Es a coisa mais bonita onde meus olhos ja pousaram, sinto o ceu tocando a terra toda vez que tocas qualquer coisa em mim.

Ana Frantz


Monday, 21 March 2011

Sunday, 20 March 2011

Mais Perto



A lua cheia deste equinocio de primavera, quis ser mais ela. Se aproximou da Terra, como nao fazia a duas decadas. La esta ela, toda cheia de si mesma, desorientando os luminosos fluorescentes no ceu de Londres. Me parece que nos aproximamos mais dela tambem. E essa luz redonda, quase dourada, fez com que outros niveis de consciencia fossem despertados; agora caminhamos olhando para o ceu e nao mais para o chao.

A lua aproximou o corriqueiro do sonho e nos mostrou uma outra dimensao do universo, de rotacao e da forca dos recomecos.

Entramos oficialmente na primavera. O sol que ainda encabulado lambe o rosto de quem passa pelas ruas, vai aos poucos perdendo seu pudor. E a temporada das flores, a alegria verte no coracao de quem passa descompromissadamente pelas ruas aos domingos.

Urano entra em Aries. Sacudindo nossos bolsos, nos entregando estrelas em detrimento dos sonhos, nos fazendo ir em busca daquilo que e essencial. Nos convida a nos tornarmos o que somos, sem mais esperas.

Agarro na cauda deste cometa azul. Me reconecto com o Deus que habita em mim e lhe conto meus sonhos em verso. Expando a esperanca e dela faco minha varinha magica, abrindo todas as portas que ainda estao fechadas com o sorriso que vem de dentro, com a pureza que so aflora na essencia das coisas, cravo meus pes no chao da terra, para que nao me perca em atmosferas muito voluveis em meu voo.

Sao outros os tempos. Expando o que ja havia em mim e crio cores novas. Acima de tudo, acredito em tudo o que invento. Reconstruo historias, me certifico de onde quero me encontrar no amanha, agarro o segundo que passa com a mesma voracidade de sempre, me certifico que nao ha caminho mais bonito ao sucesso evolutivo da alma, do que o de ser feliz aqui mesmo, ainda antes do amanhecer dos fogos de artificios. Me encontro com o ecstasi de esperar por este sonho; a promessa de uma nova vida que se elevara em niveis energeticos mais puros, mais densos e mais sagrados. Se ate mesmo a Lua, pode chegar mais perto da Terra, quem sabe possamos chegar mais perto dos ceus?

Aperto as maos rente ao peito. Ja aprendi meu mapa de cor. Entao comeco a caminhada e oro para que consigas atravessar o arco-iris, a ponte entre o essencial e a ilusao, e que encontres o caminho de volta pra casa. Sei que sabes que e sempre refletida em teus olhos claros que me vejo melhor. E sempre em tuas palavras, que encontro a dismistificacao de qualquer misterio que eu trazia. E sempre assim; sou muito mais cheia quando estas mais perto de mim.

Ana Frantz
Desfaco
teu enredo.


Reviro tuas gavetas. Reestabeleco setas novas, outras estradas. Para que venhas comigo. Ha uma nova historia a ser escrita.

Coragem! Um novo tempo comeca agora.

Entao venha! Esta petala intensa e perfumada, essa luz muito clara, essa bolha incandescente e leve, esses mantras sagrados, as estrelas mais brilhosas e o sentimento mais puro, sao todos os sinais que precisamos para acreditar que o caminho e este; e de que nao poderia haver estrada mais verdadeira.

Ana Frantz




Wednesday, 16 March 2011

x

Om namah shivaya (I honour the divinity that resides within me)

Tuesday, 15 March 2011

Escuro



Me escondo em minha caverna escura. Tapo cada fresta de luz, para que o escuro tenha o dom de iluminar o que e essencial em mim. Nem sempre e no claro que conseguimos ver melhor. No escuro tateio meus contornos indefinidos, as linhas internas, e e com meus olhos fechados que consigo escutar melhor as batidas do meu coracao.


Uma vez mais me recolho, para este universo em mim. Para rever qualquer passo de danca que talvez tenha me esquecido de que gostava. Para colher uma goiba ainda no pe. Para sentir o aroma da terra quando preve a chuva. Para ter certeza de que o que me e vital ainda nao mudou de forma, de nome, ou de pais.


E sempre o encontro la; sentado na mesma esquina de sempre. A me olhar com olhos de Marte, de fogo e furacoes. Ha qualquer coisa que espreita o desespero e a esperanca, mas que nunca sabemos decifrar.

Acendo a luz. Sou ainda a mesma equilibrista, tentando alcancar o outro lado do rio, numa corda muito bamba.


Ana Frantz


Monday, 14 March 2011

Cansaco



Recolho minhas asas expostas ao vento e mais uma vez me encolho tentando conter este anseio. Nao posso dar ouvido aos gritos impacientes que quebram as noites silenciosas. Tambem sei que ja esperei demais. O barulho muito alto, so espantariam os passaros, nesta hora. E a paciencia ainda exige de mim, que seja sua melhor amiga. Mesmo quando ja me canso de seu demorado bocejo, se movendo muito lentamente pelos dias, como se tivesse todo o tempo do mundo.


Quero quebrar estes vinculos insanos que nos ligam.


Faco um ensaio e recrio meus dialogos. Na verdade a unica coisa que gostaria de poder te dar e meu silencio. Ja me canso de te esperar.


Ana Frantz


Wednesday, 9 March 2011

Tudo por um triz


E tudo fica sempre assim; por um triz.

Converso com os senhores; guardioes do destino. Imploro que pelo menos desta vez, o segundo entre o sim e o nao, seja definido. Mas neste bale, que tao bem construimos, ficamos sempre assim, dancando muito devagar para nao errar qualquer passo. Nosso palco, tem a beleza. E uma certa delicadeza, que nao conseguimos adivinhar de onde e que ela vem. Aura dourada cobrindo tudo. E este jeito de sorrir que revelamos sempre quando estamos juntos. Me olhas rente a pele, e fazendo assim; descobres tudo.

Tudo o que ha em mim. Os segredos. A devocao sem medida. E ate mesmo a volupia que me entorpece de vez enquando.

Descobre que existe um certo descontrole. Uma vontade de gritar teu nome enlouquecidamente pelos corredores, sombrios das estacoes. De escrever te amo no cimento molhado das ruas por onde andamos. De nomear estrelas com o teu nome. As cinco letras que formariam a constelacao mais bonita do meu ceu, tatuadas no cruzeiro do sul. A luz, que sempre me mostraria o caminho de volta para casa.

E que me torno sempre maior quando as pronuncio. As cinco letras incandescentes do teu nome. Elas ficam flutuando extasiadas sob meu olhar faminto. Ate que venhas e me preenchas de mar e de ceu, com todo o azul que ha em teu olhar. Ficas em silencio quando me olhas como quem tenta decifrar uma esfinge, e nao percebes que nao ha mais nada em mim que precises desvendar. Todos os hieroglifos se escondem em ti.

Ana Frantz

Monday, 28 February 2011

Sei que viras


Me olhas em teus tons de ceu azul com nuvens muito brancas. Neste instante ate parece que vais me revelar tudo. Teus olhos abertos em flor. Ha qualquer coisa de sol iluminando um campo apos a chuva, entao vem o arco-iris e e quando penso que vais finalmente entregar tudo pra mim. Sem mais delongas, sem mais pudor. Mas logo um vento muito forte passa e assopra uma nuvem muito densa sobre a aquarela em cor, e tua expressao ja e outra.


Entao recrias a paisagem em tons de cinza chumbo escondendo qualquer pista que possa me levar ate ti. Te esqueces de que ja decorei teu mapa, tuas coordenadas e tua geografia.


Te escondes mesmo assim. Eu finjo nao te encontrar para que nao tenhas medo. Afinal ha certas forcas que nem convem tentarmos domar. Entao fico sentada calmamente a tua espera. Sei que viras e isto pra mim ja basta.


Ana Frantz

Thursday, 24 February 2011

E uma coisa de ceu

Tu vens, chega em mim mansamente. Demoras a partir...

Teu cheiro. Teu tom de pele quando ri. Nunca conheci outro; que sorri assim. Com o corpo inteiro. Sabe la, porque carregas tanto azul em teu olhar. E uma coisa de ceu, talvez seja de mar.

Quando sonhas assim, levitando em ar, quase me vou contigo. Mas ai volto. Me da um frio na barriga; e certo que o tipo de felicidade que decodificamos juntos nunca existiu. E so em nos que ela cabe. Ninguem acreditaria nela, nem mesmo nos mesmos. Entao fingimos fugir disto tudo. Escondendo nossas asas e nosso voo de quem quer que seja; e melhor que ninguem desconfie que tamanha altura e possivel. Mas sera que e possivel? E no que acreditamos? No impossivel ou no possivel?

Sei que encontramos a formula. Nao sei se um dia iremos revela-la. E para que? Quem nos acreditaria? Nada disso iria diminuir essa atmosfera que nos envolve. Nao acredito que haja qualquer forca capaz de diminui-la. Nem mesmo o destino, este cigano incandescente, que nos forca a embarcar em jornadas quando nem sempre estamos prontos para atravessar o deserto.

E certo que sempre vou confiar em ti. E certo que e em mim que vens, quando precisas ter em quem confiar. E sem querer ja somos muito mais um do que dois. Sem querer, cada sonho que sonhamos juntos e a propria realidade se transformando em cores e sons e mais tarde nas memorias sempre tao fluorescentes.

E certo que brilhas em mim. Desde que chegastes nao ha uma noite se quer sem estrelas. Enquanto nao aprendo a agarrar o infinito fico treinando em ser cadente para ver se te surpreendo e rabisco qualquer coisa minha em teu ceu.

Ana Frantz

Desfazer



Reconstruo pontes, antes de incendia-las, so para ter a certeza de que nao me esqueci de como um dia as construi; tijolo por tijolo.


E disso tambem a vida, desfazer.



AF

Somos todos anjos


SOMOS
TODOS ANJOS

de uma asa so,
E somente abracados,
podemos voar...









‎"We are each of us angels with only one wing, and we can only fly embracing each other"

Luciano de Crescenzo

Wednesday, 23 February 2011

"O espelho e os sonhos sĂŁo coisas semelhantes, Ă© como a imagem do homem diante de si prĂłprio." Jose Saramago

Tuesday, 22 February 2011

Mergulhos

Quase sempre a melhor viagem que se faz e a por dentro. O melhor sonho e dentro da gente que nasce. E os enredos, do melhor beijo a surpresa mais bonita, comecam a borbulhar dentro da gente ate mesmo antes de serem a memoria que tao bem desenhamos com nossos pinceis mais coloridos. E onde voltamos para um folego novo, cada vez que nos falta o ar, quando passamos muito tempo do lado de fora.

A verdade e que tudo o que realmente importa habita na casa de dentro. As coisas que estao do lado de fora e que ironicamente parecem tomar quase todo nosso tempo, sao realmente as coisas sem importancia nenhuma.


Um trabalho, sera apenas um trabalho quando nao realizado com prazer. Com um sentido de proposito. Mas entre o proposito e o prazer; o prazer sera sempre o mais essencial. Uma amizade sera so uma relacao de conveniencia, sem que o verdadeiro sentido do altruismo e do amor incondicional seja pacientemente exercitado.

Para viver uma vida verdadeiramente plena e vital este olhar pra dentro. O olhar pra dentro de mim so nao basta, vai alem disso, esta no olhar para dentro do outro tambem. Para ser pleno e nescessario este mergulho no outro. Na arte. Na dor. Na perda. Na vitoria de uma alegria simples; porque e dificil isto, encontrar a alegria escondida entre as pequeninas frestas da simplicidade.

Observa isto; tudo o que e belo e simples.

Sentir-se em casa em qualquer lugar e atributo dos sabios de espirito, e e preciso para isto um grande grau de simplicidade, desapego e desenvoltura. No entanto sentir-se em casa pelos saloes de dentro, vai ainda mais alem disto tudo, e preciso ter coragem para se encarar de perto; este companheiro imprevisivel que nos espia do outro lado do espelho.

Promover este encontro consigo mesmo e uma magia, que so aqueles que se permitem este mergulho interno poderao vivenciar. Enchergar no outro este mesmo potencial de misterio e encantamento, talvez seja a maior aventura que a mente humana poderia empreender. Tenho a sensacao de que uma vida so vale mesmo a pena quando somos convidados a passear pelo mundo de dentro do outro e saimos com a sensacao de termos sido bem recebidos. Com a sensacao de que saimos maiores, melhores, ainda mais intensos; no minimo verdadeiros.

O amor incondicional e isto! Esta entrega sem medos. O que nao significa a ausencia destes; fantasmas covardes e indecisos. Mas o contrario, e a entrega cega, apesar e alem deles. Muito alem! E a certeza de que este sentimento que flui sem controle nenhum precisa ser experimentado ate a ultima gota. Como em uma correnteza que arrasta o que ve pela frente, nao ha outra saida a nao ser a de se deixar levar por estas aguas turvas e incertas. O mergulho no outro nunca e fatal, o que mata mesmo sao as fracas tentativas em aguas rasas.

Ana Frantz

Leituras do Mundo

Linda surpresa numa manha tao simples de terca-feira. Romar Beling amigo, poeta, escritor, jornalista, viajante profissional, bom vivente e por ai afora, devaga em seu Leituras de Mundo o papel da fotografia no cotidiano,a leitura, o mundo, as pessoas do Mundo, o Mundo das pessoas, enfim, vale a pena conferir.
Romar me surpreendeu muito porque usou como tema de suas divagacoes, uma fotografia minha, e decorre sua unica e intimista leitura sobre ela. Amei!
E obviamente fiquei imensamente lisonjeada por merecer este espaco no Leitura de Mundos, na admiracao pelo meu trabalho em fotografia, mas sempre alem disso tudo, lisonjeada por ter sido convidada a entrar neste mundo fantastico de Romar.
E nossa amizade segue;sempre segue, mundo afora alem do tempo.
Confira:
http://www.gaz.com.br/blogs/leiturasdemundo/posts/3050-cidadao_do_mundo.html

Monday, 21 February 2011

The time is coming...


Confio que vira

Entao finalmente escuto ao longe os sinais desta nova vida. Embrionaria e fugaz, ela quer ser percebida. Levada a serio. Ao mesmo passo que me pede certa atencao e confianca, me sussurra em braille que o segredo disto tudo e mesmo isso; sair tateando como um cego por pistas que nos levem ao fim do caminho. Mas ninguem quer o fim. Queremos o recomeco ou no minimo o continuar.

No entando nos angustiamos tanto quando flutuamos no meio das coisas. Do tempo. Da estrada. Dos relacionamentos. Nao nas amizades, que estas nao possuem comeco nem fim. Sua essencia persiste, alem das esferas que conhecemos como tempo.


Me despeco de tudo o que e definitivo. Solto os pesos deste balao, e me permito alcancar as distancias que tramei pra mim ha muito tempo atras, na terra longinqua dos sonhos esquecidos.

Esta nova aurora vem reluzindo frases reinventadas, bonitos enredos que querem me convencer de que ainda nem comecei a viver e de que o melhor disso tudo, este espetaculo que chamamos vida, esta apenas comecando.

Me alegro como antes a espera deste acontecimento. Aos quatro anos de idade pulando ansiosa ate que meu pai tirarasse o fusca azul da garagem e corria para o banco da frente. Esperava entao paciente por aquele momento; o dia de hastear a Bandeira do Brasil, na semana da Patria. Por este simples motivo me sentia a menina mais sortuda do mundo e a preferida do papai. Entao era preciso esperar paciente por mais um ano, ate que a semana da Patria marcasse de novo em nosso calendario. E assim foi ate eu crescer, e me tornar uma jovem mulher sem mais tempo de sobra para estas idiotices.

E aqui estou, sentada atras de um computador por longas horas ao dia, me perguntando como tudo poderia ter dado tao errado, para que aqui eu estivesse. Assim... Nada disso importa. Agora e a hora deste folego novo. De sentar como antes, no velho fusca azul, a espera do acontecimento que mudaria minha vida, ainda que fosse por apenas um instante. Paciente e inquieta eu espero pelo milagre que tornara tudo mais belo.

Redesenho as paisagens e pincelo um sol onde nao ha. Coloco frases na boca de quem eu amo. Ponto finais nas estorias muito demoradas e exclamacoes nas melhores gargalhadas. Acerto um rumo com o destino, rearrumo as coordenadas, minha geografia sempre me exigira ventos fortes; acredito que eles me seguirao. Confio que viras tambem.

Ana Frantz


Thursday, 17 February 2011

Carta a um amigo

Meu Querido,

Eu voltei. Voltei por alguns segundos estracalhada em um milhao de pedacos coloridos, que ja no findar da hora, no crespusculo que de tao cinza vira o infinito. Estes cacos de mim mesma, se tornaram meu todo mais ardente. Mais comovente.


E estranho a sensacao de quando descobrimos que nao se pode ter tudo. Os sonhos sao mais belos, simplesmente porque somos nos que os desenhamos, escolhemos as rimas, pincelamos o verbo, o nome, o personagem. Nos esquecemos de que, quem manda no destino e mesmo um outro autor, e Ele, o autor maior, o ganhador do Premio Nobel. A nos, simples amadores nesta arte de sonhar, resta mesmo apenas isto. A capacidade do sonho.


Por que voltei? Eu nao sei. E nao me atreveria a inventar nenhuma explicacao convincente, nao ao menos, a mim mesma. Voltei porque nao sabia ser diferente. Voltei porque tem horas na vida na qual nos sentimos apenas covardes fantoches nas maos daqueles que seguram por um sorriso ou outro o nosso coracao. E a estes entregamos tudo.

Londres continua a mesma. E engracado que quando a olhava pelos distantes horizontes do hemisferio sul, ela mesma, esta cidade tao bela e tao antiga, me parecia ainda mais bela, ainda mais antiga, ainda maior em seus corredores icognitos e introspectivos. Agora quando passeio por suas ruas, tenho a estranha sensacao de que ja vivi isso tudo, de que as conheco como a palma da minha mao e tudo se torna pequeno novamente.

Os dias aqui sao cinzas. Ha uma pelicula daltonica por sob a cidade. No entanto as nuvens sao densas, as vezes elas parecem descerem dos ceus, encostando-se em quem caminha pelas ruas. As horas no entanto, parecem saltarem dos relogios e quando se ve ja sao seis horas, e mal sorrimos, mal bebemos, mal dancamos, mal comemos, e tao pouco lemos.

Sinto imensas saudades do sul. Do ceu estrelado que me dava sempre a sensacao de que a qualquer momento uma estrela inquieta se atiraria do ceu, so para que pudessemos lhe fazer um pedido. Da chuva que despencava dos ceus com tanta furia e entrega, como se nao tivesse um minuto a perder, ansiando fazer amor com a terra seca. Do sol subindo pela colina a cada manha, esquentando meus poros e reluzindo na grama verde um tom fluorescente. Dos sabias cantando, do feijao no fogo, dos abracos, bracos, largos sorrisos, dos lacos tao eternos, firmes, definitivos como tatuagens emoldurando o que habita por dentro.

Sim, meu caro amigo. E em tudo isto estas, estou. Me parece que o tempo para nos nao passa. Este, com o passar dos dias, eternece. E quando estamos um, na presenca do outro; e como se habitassemos um universo alem de nos mesmos, aquem do tempo.

Sinto falta da tua imensa calma. Dos teus olhos azuis que combinam tanto com o ceu dai.

Tua sempre, tua.

Ana Frantz

Saturday, 12 February 2011

Volta


Entao eu voltei.

Foram longas as horas dessa ausencia, e, eu sei.

E que estive em muitos lugares ao mesmo tempo, sentindo o peso do mundo em minhas costas e sua leveza absurda, quando me faz voar de qualquer precipicio.

Entao eu voltei. Nao sei ao certo por quanto tempo, nem quao longe estas linhas ainda vao nos levar.

Mas tem sempre alguem que nos puxa para o que e essencial, nao e sempre assim?

Obrigada Vega, pelo teu suspiro baixinho. Por teu chamado descompromissado e por isso mais bonito.

La se vao as palavras bailando em um ceu cor de laranja. Neste tom de relato, me despesso ainda mais uma vez, longamente, neste demorado bocejo. La atras da colina, na pequena cidade, onde guardam as memorias. Para alem dos muros da consciencia eu sigo e uma vez mais guardo aquele fiapinho da esperanca dourada de que do outro lado do mundo alguem sinta este suspiro leve de quem toca mansamente na intensidade dos dias.

Assim eu regresso partindo. Na estrada onde um parte, e o outro que sempre chega. O futuro que me sorri risonho nao me faz esquecer do passado, aquele bebe tristonho chorando para ter uma volta a mais na montanha russa.

E nessas voltas que o mundo da, em sua galaxia marabalista, mistica e misteriosa, encanta poesias que nem sempre entendemos , para so mais tarde entender.

Me despesso do Rio de Janeiro, com a mesma saudade de sempre. Me parece aumentar a cada kilometro e tenho ainda mais nove mil a percorrer. Ha uma certa dor no voo, um pesar que as vezes medo da.

A casa vazia e so mais uma marca de que nem todo o barulho e bom. No entanto so viveria assim, nesta agonia insana tocando tudo que amo com a mesma voracidade de sempre. Como se fosse possivel morrer de amor. Mas para mim de nada valeria ter nascido sem a sensacao de que a qualquer momento pode-se morrer assim; simplesmente por amar de mais.

E esta esperanca silenciosa e inocente vai temperando as estrelas no meu ceu, que vez que outra decidem sem mais nem menos que o que elas querem mesmo e se jogarem do ceu. E neste momento de sorte eu faco o meu pedido; o de que sejas meu ate o infinito.
Ana Frantz

Wednesday, 12 January 2011

E outro ano!




E outro ano. Sao sempre os mesmos sonhos...

E quase sempre o mesmo cansaco e os desafetos nem mudaram de nome. E outro ano, mas ainda o que me encanta sao as coisas do outro mundo. E o teu olhar azul inundando de imensidao o que ha em mim.

AF

Thursday, 30 December 2010

Segredo



E que queria contar-te um segredo.


Gosto de estar ao teu lado.


Nao ha nenhuma razao nisto. E nesta singela delicadeza se encontra toda a razao.


E se me encantas assim deste jeito, so tu poderias me dizer como o fazes. Se quando seguras na minha mao e minha alma que levas, pelas ruas, tao inocentes e alheias a tua presenca, so tu poderias devolver minha alma a sua casa.

Mas se soltas minha mao e segues adiante sem mim e quando minha alma se sente desolada, expulsa de sua propria casa, porque e em ti que ela anseia habitar. Em tuas entranhas, em teu olhar, nos poros, na respiracao e no sangue. E la que ela quer estar.

Se me tens e nao me queres, deste jeito demasiado. Cabe a mim esta dor. O abandono que me ofertas sem pudor, cada vez que partes sem mim e levas outro em tuas maos.

Espero por ti do mesmo jeito que espero as revoadas. Nunca sei quando, nem se um dia elas chegarao para biliscar os graos de centeio que cuidadosamente deito na grama verde do jardim sempre em flor.

No fundo sei, que nunca seras meu. Mas espero por ti mesmo assim. Neste silencio. Na camuflagem amiga, de quem faz de conta, de quem finge e forja, trama qualquer palco, se esconde no camarim, quando o show e sempre encenado por outro. E e sempre o outro, que levas contigo.

E este amor impossivel, que encontra tanta reciprocidade em teus bracos e no afago do teu coracao tao puro, sera provavelmente o mais proximo que poderiamos ter chego da verdadeira face de Deus. Porque quando me olhas e te revelas do jeito que fazes, sem pedir licenca invades tudo o que ha em mim e toma para ti. Porque quando me confessas que e exatamente desse jeito que faco, quando te olho e tambem te roubo pra mim. E quando sei, que duas pessoas nao poderiam ter sido mais uma da outra, do que quando estamos lado a lado.

Se ao menos soubesses o quao bonito es, quando estas refletido em meu olhar...

Ana Frantz

Tuesday, 14 December 2010

Mismatch


Again farewell.

I embrace you into my eyes.

And on this second of distress, when your eyes land on mine like a bird who pretends to like this warmth, you always fool me and go off running again spreading your wings against the wind, trying to gain any distance that concedes you to walk away from me.


I look at those distant landscapes and watch you flying through the clouds. Your flight almost awkward, almost wanting to land, in my arms. On my embrace, always weary of waiting for you.


But if you come back to me, you find my arms always open, eager for seeing you land.


And in the sea that shelters in your eyes, the blue that always remind me of one thing or another from the sky, I lose myself on you. I always lose myself. The trembling soul who yearns to leave a body that can not touch you, tells me that nobody else knew the secret of making me dance like you did. Dancer in the silence of your eyes. From words you never say. The promise you never made me.


I glorify this mismatch. And this imbalance is what supports my entire structure. Your rambling ways, your subversion, and your gentleness, are your print. Things that are yours. All your things are sacred outcomes. Mandalas of time tattooed on my pores, your essence that turns the lights on me, one by one, when you walk into the room. But now you are going away.


And once again I must learn to say goodbye, even when far from thee, I will succumb to the slow and sad death. Because it was you who lit all things vivacious in me.


Once again I embrace this incandescent abandonment, and I wave to you at the other side of river. We were always in opposite directions. I will let it go, but not without bleeding, the weight of this loss. Farewell, best friend, the best laugh at the end of every day.


Somethings just were not meant to be.


Ana Frantz

Descompasso


Mais uma vez o adeus.

Te enlaco em meu olhar. Neste segundo de aflicao, quando tenho teus olhos pousados nos meus, como passaro que finge gostar deste aconchego, tu sempre me enganas e correndo bate tuas asas de contra ao vento, tentando ganhar qualquer distancia que te permitas afaster-te de mim.


Te olho destas distancias. Teu voo quase desajeitado, quase sempre querendo pousar; em meus bracos. No meu abraco, ja cansado por te esperar.


Mas se vens, sempre os encontra abertos, ansiosos por te ver chegar.


E nesse mar que abrigas em teus olhos, neste azul que sempre me lembram uma coisa ou outra do ceu, eu me perco; sempre me perco em ti. A alma tremula que anseia sair de um corpo que nao pode te tocar, me diz que ninguem mais saberia o segredo de me fazer dancar assim. Bailarina no silencio de teus olhos. Das palavras que nunca dizes. Da promessa que nunca me fizestes.


Te amo nesse descompasso. E esse desequilibrio e o que sustenta minha estrutura inteira. Teu jeito desmedido, tua subversao e tua delicadeza, sao coisas tao tuas. Todas tuas coisas sao desfechos sagrados. Mandalas do tempo tatuadas em meus poros; tua essencia que acende as luzes em mim, uma por uma, quando apareces na minha frente. Mas agora vais embora.


E uma vez mais preciso aprender a dizer adeus; mesmo quando longe de ti, sinto que sucumbiria a morte lenta e triste. Porque eras tu que acendia todas as coisas alegres em mim.


Uma vez mais abraco este abandono incandescente, te aceno do outro lado do rio. Sempre estivemos em direcoes opostas. Te deixo ir, mas nao sem que sangre em mim, o peso desta perda. Adeus, melhor amigo; a melhor risada ao findar do dia.

An Frantz

Thursday, 2 December 2010

Tres, trinta


Nao gosto de ser pessoal quando escrevo. Antes de mais nada, preciso deixar claro uma coisa; nao escrevo para tocar no amago de nada, nem na alma de coisa alguma, nem mesmo de quem eventualmente decifra qualquer frase minha, ou dos que chegam aqui por acidente. Ecrevo para me libertar. E e so assim que me curo do que asfixia minha vontade de ser.
Tambem detesto finais.



Me vicio a tudo o que toco, respiro e como.

Quando acaba nao sei como me comportar. Nao sei fingir e falo antes de pensar.

E so tenho mais meia hora de vida; antes que acabem a desculpa dos meus vinte e poucos anos. Inevitavelmente o tempo nao parou pra mim, embora tantas vezes eu tenha me sentido congelada no tempo. Como uma estatua em praca publica hora apedrejada, noutras admirada e em certas noites usada como latrina de bebados andarilhos das estradas.
Ja acreditei em muitos contos de fadas. Ja nao os sigo como antes, se nao para alguma boa risada, se tenho tempo de sobra.

Mas agora que o Saturno retorna para a mesma casa astrologica que estava no dia do meu nascimento, tudo toma um outro rumo; a mulher renasce, nasce. Nem tenho la certeza de que gostava de ser a menina de feicoes doces e inocentes. Quem foi que disse que fui inocente um dia? Se la no fundo essa chama sempre ardia. O que quis sempre foi atear fogo no mundo, nas labaredas da intensidade que a verdade instiga. E assustador dizer a verdade ate para nos mesmos, nao era sempre assim? A constante fuga, a omissao que protegia. Protegia do que? Da verdade? Ah e o que seriamos sem a verdade?

Quem sou?

Sou uma imensidao. Galaxias e mais galaxias. Ondas gigantescas quebrando no rochedo. Estrelas que nascem no ceu. Sou a fe e a desitencia. A confusao no meio do caos. Sou historias, sou amores, sou amigos, sou familia. Sou uma celula de tudo o que toquei, dos que amei.

Tres decadas entao.

Celebro sem pudor nenhum.

La se vao os doces anos dos meus vinte e poucos anos. O tempo passou para mim tambem.

E essa decada que hoje finda alem de memorias deixa a cicatriz dura e profunda das coisas vividas pela primeira vez. E nem desconfiava que haveria tanta coisa a fazer, pela primeira vez. Ainda me restam algumas.

Vou em busca destas e me conformo com a ruga ao lado dos olhos cada vez que sorrio desprendidamente. Me conformo com um fio de cabelo branco. Me conformo com as metas que ainda nao alcancei. Me desculpo por ainda estar nesta busca. Busca do que? De viver em plenitude a verdade do meu ser. Me perdoo por me deixar escravizar por rotinas tao banais. Desculpo as ausencias. Aceito minha solidao, como o pai, que aceita o filho na prisao.

La se vao os ultimos minutos dos meus vinte e poucos anos. E verdadeiramente pressinto que um novo tempo comecou para mim gora. Deixa ser entao; a menina que ja nao cabe mais em mim, da vasao para a mulher que ja nao pode mais fingir nao saber dos segredos escondidos nas dobras do mundo.

Para quem ja sentiu o frio ardendo os musculos das costas e quem nao dormiu de tanto calor, nao ha muitas coisas que ainda metam medo.

A vida que flui em meus poros, esta e minha e de mais ninguem. A respeito.

Adeus.



Ate amanha, um outro alguem.

Ana Frantz

Livros que me acompanham em 2009

  • Notes from my travels- Angelina Jolie
  • THE SHAMANIC WAY OF THE HEART - Chamalu- Luis Espinoza
  • Shooting Butterflies - Marika Cobbold
  • The Global Deal - Climate change and the creation of a new era of progress and prosperity- Nicholas Stern
  • The Penelopiad- Margaret Atwood
  • Discover Atlantis - Diana Cooper
  • Tne Gift - How the creative spirit transform the World - Lewis Hyde
  • My East End: A history of Cockney London- Gilda O'Neil
  • Delta of Venus- Anais Ninn
  • The Little Prince- Antoine de Saint ExupĂ©ry *** Apr
  • Doidas e Santas- Martha Medeiros (March)
  • The English Patient by Michael Ondaatje
  • Gilead by Marilynne Robinson - Feb
  • Healing With the Faries by Doreen Virtue (Feb)
  • Montanha Russa- Martha Medeiros (Feb)
  • O codigo da Inteligencia - Augusto Curry - Feb
  • O Ensaio sobre a cegueira - Jose Saramago ( Jan Lendo)

Livros que andaram comigo em 2008

  • Meditacao a primeira e ultima Liberdade by OSHO ( Dec)
  • The English Patient by Michael Ondaatje (Dec Lendo)
  • Harry Potter and the Philosopher's Stone - J.K Rowling (Oct Lendo)
  • The PowerBook - Janette Wintersone (Oct- )
  • A vida que ninguem ve- Eliane Brum (Sep - Lendo)
  • The Birthday Party - Panos Karnezis - (Sep )
  • Ensaio sobre a Lucidez -Jose Saramago (Lendo...)JUN
  • Nearer The Moon -Anais Ninn (Lendo..) JUN
  • Superando o carcere da emocao - Augusto Cury(lendo...) JUN
  • Perdas e Ganhos- Lya Luft Jun(Releitura) Jun
  • A Mulher que escreveu a Biblia - Moacyr Scliar(May) ****
  • The Secret By Rhonda Byrne (May)
  • Time Bites -Doriss Lessing March (lendo...)
  • Life of Pi - Yann Martel (March to May )
  • The Kite Runner -Khaled Hossein /March ****
  • Back when we were geown ups / ANNE TYLER (larguei na metade)
  • O Sonho mais doce - DORIS LESSING /Feb ****
  • The Crimson Petal and the White- MICHAEL FABER / Dec-Jan / ***

Livros que me acompanharam em 2007

  • Burning Bright - TRACY CAVILER
  • Fear of flying - ERICA JOUNG (larguei na 50th pagina)
  • I'll take you there - JOYCE CAROL OATES ***
  • Memorias de minhas putas trsites GABRIEL GARCIA MARQUEZ ***
  • The Siege - HELEN DUNMORE ***
  • A girl with a pearl earing - TRACY CHAVILER ***
  • A year in Province PETER MYLES ( larguei na metade)
  • The mark of the angel- NANCY HUSTON-
  • A bruxa de portobelo - PAULO COELHO -
  • Under the Tuscany Sun - FRANCES MAYA -
  • Sophie's World - JOSTEIN GAARDER *
  • The umberable lightness of being - KUNDERA- **
  • As aventuras da menina ma MARIO VARGAS LOSA - ****

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